Capítulo 4

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Eadlyn saiu correndo pelo o corredor, estava ansiosa pra chegar em casa. Acabou dormindo demais e, por um milagre, não acabou sendo pega em flagrante. Encontrou Samara no banheiro, com sua pele parda e olhos escuros. Lixava suas unhas tranquilamente, enquanto permanecia deitada no banco duro dali. Eadlyn lançou a ela um breve e estupefato sorriso.

—Vai tirar o pé da forca, Eady? - A garota perguntou, vagando seus olhos rapidamente para o rosto da colega-barra-amiga.

Eadlyn franziu momentaneamente a testa.

—Não seria pai?

—Não tenho pai, porque ele deu na minha mãe um pé da bunda. Então ao invés de dizer pai, eu digo pé. Entendeu meu belo raciocínio?

—Perfeitamente, você é uma gênia. Só não posso falar nada a respeito disso, porque não sei o que aconteceu com o meu pai, afinal de contas. - Eadlyn, após tirar seu uniforme, guardou-o dentro de seu armário.

Samara deixou sua lixa de lado e sentou-se no largo banco avernizado.

—Não?

A Schreave terminou de vestir-se.

—Bem, não. Isso quer dizer que devo substituir a palavra pai por... Ahn... Deixa eu pensar... desconhecido?

—Poderia até ser, mas é muito longo - palpitou Samara ao morder brevemente seu lábio inferior.

—Cido? - tentou Eadlyn, dando risada.

—Cido?

—Sim, de desconhecido.

Samara fez um joinha com os dois polegares erguidos.

—Legal, mas que tal vagabundo?

Eadlyn balançou a cabeça em concordância, um sorriso divertido pairava em seus lábios.

—Muito bom. Mas eu não posso usar isso, seria falta de respeito.

—Mas é um vagabundo respeitoso.

—você tem uma tara por essa palavra - observou Eadlyn ao pegar sua mochila e colocá-la nas costas.

Samara soltou uma risadinha.

—Tenho tara por muitas coisas. Aliás, você não deveria se trocar na minha frente. Poderia te atacar - murmurou ao erguer as duas mãos e fingir estar arranhando o ar, como uma leoa.

—Sei que sou gostosa, Samara, mas eu sei também que você gosta da mesma fruta que eu.

—Banana?

As duas riram.

—Tipo isso. Até que horas você vai ficar hoje?

—Até às 14h- e revirou os olhos negros. - Você sempre reclama quando pega o turno da noite, mas deveria ficar agradecida. Morgana quase nunca pega no pé da gente de madrugada, ela deve ficar por aí, dormindo de cabeça pra baixo, sugando a energia das pessoas. Não tem tempo pra encher o nosso saco.

Eadlyn deu de ombros.

—Logo vou sair daqui. Preciso só de uns dois ou três meses e então estarei llivre. Posso suportar por enquanto. E, além do mais, não me importo mais de ficar aqui à noite.

Samara ficou alerta de repente. Um sorriso sacana repuxou um canto de sua boca.

—Amigos novos?

—Não exatamente - e riu, pensando na impossibilidade de considerar o sr. Misterioso um amigo. - Mas passo boa parte do tempo dormindo, não é péssimo.

Samara ficou desconfiada e apertou seus olhos minimamente.

—Pelo o amor de Deus, só não me diga que está saindo com o tio da portaria.

Procura-se por Eadlyn Schreave!Onde histórias criam vida. Descubra agora