Capítulo 9

122 12 12
                                    

Eadlyn sentou-se no seu banco de sempre. Ele era de mármore, branco, e tinha uma pichação escrita "sou uma princesa" em uma caligrafia caótica, e na primeira vez que colocou os olhos nela, teve que fazer um certo esforço para traduzir. Ela pegou uma caixa de cigarro, com todas os massos enfileiradas perfeitamente, e colocou um deles entre os dedos finos. Girou-o por um segundo, compenetrada no cigarro e na lembrança que ele trazia. Eadlyn fumou apenas uma vez em toda a sua vida, quando tinha 16 anos. Sua mãe acabou descobrindo, e lhe colocou de castigo. E a morena não se importou em acatar às ordens de América, afinal, não havia gostado da experiência no fim das contas.

Mas em dias como estes, quando ela se sentia mal consigo mesma - embora não fosse capaz de confessar em voz alta -, e uma ansiedade dolorosa ameaçava o seu coração a sair de dentro do peito sem motivo aparente, ela pegava um cigarro. Pensava em fumar, sempre diziam que isso ajudava a acalmar, mas a garota nunca chegava a colocá-lo na boca. Suspirou e guardou-o novamente dentro da caixinha azul, onde havia uma foto de uma pessoa deformada. Ela odiava aquela foto. Eadlyn morde o lábio inferior dos lábios e cruza as pernas, inclinando-se levemente para a frente, procurando com os olhos por alguma cena interessante. Havia muitas pessoas no parque hoje, e era de se esperar, o final do inverno sempre fazia temperaturas relativamente quentes e as pessoas geralmente aproveitavam para passear. E como Illea era uma cidade pequena, digamos que o point onde jovens, adultos e crianças se encontravam era aquele mesmo. Embora estivesse calor, uma brisa fria soprava alguns fios de seu cabelo escuro para o lado e, trouxe junto consigo, uma folha de papel com um nome um tanto familiar, que chamou a sua atenção. Se inclinou para baixo e pegou o anúncio para ver melhor.

"O que é isso?", se perguntou com o cenho franzido, enquanto seus olhos liam novamente o pedido para alguém encontrar uma pessoa chamada Eadlyn. Correu o olhar mais para baixo, e viu o nome de Kile.

"Kile está me procurando?", sua testa se encrespou inteira e a sensação de estar encurralada aflorou em seu peito, embora não fosse necessariamente verdade.

—Eu iria te entregar um, mas parece que você já achou - Kile falou, olhando-a de cima, antes de sentar-se ao seu lado no banco. Eadlyn ergueu os olhos para ele, apenas para ter certeza de quem se tratava, afinal, não estava acostumada a ouvir sua voz.

—Então... É realmente seu? - Indagou ela, um leve sorriso descrente erguendo um lado de seus lábios.

Kile ficou um pouco constrangido.

—Já desconfiava?

—Sim, eu vi o seu nome no anúncio - falou ao erguer o papel na altura das orelhas e indicar onde havia visto.

Kile concordou com a cabeça.

—Então você se lembra de mim? - Impossível não perceber o sorriso sacana que ele abriu, mesmo tentando disfarçar. Eadlyn o encarou séria.

—Por que não lembraria? - Retrucou com uma sobrancelha erguida, petulante.

O Jovem pôs um braço atrás do encosto do banco e inclinou a cabeça levemente para o lado.

—Sou inesquecível, não é? - Falou, dando risada da própria piada particular.

Eadlyn bufou, passando pela a sua cabeça que preferia quando ele não podia abrir a boca e conversar com ela.

—Você é convencido sempre?

—Não, só às vezes, e você? - Rebateu, com ar de ironia.

Ela estreitou os olhos minimamente.

—Sempre.

Ele abriu um sorriso de lado, e os olhos da garota se estreitaram ainda mais.

—Falando sério agora, se você conhecer alguma Eadlyn que tenha os requisitos descritos no anúncio, diga para ela me ligar.

Procura-se por Eadlyn Schreave!Onde histórias criam vida. Descubra agora