# Dois #

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Nos vemos la em baixo, e olhem a foto da mídia para sofrerem imaginando um ser daquele apanhando.

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As vez eu queria ter super poderes, e no momento eu queria um que me permitisse sumir, talvez sumir para sempre, ir para um lugar que eu sei que não vou apanhar, mesmo que eu fosse para longe da minha família, ia ser bom, assim eu não ia sofrer tanta humilhação verbal e física.

Eu fico pensando comigo, eu tenho que pedir desculpas a todos que me judiam, por eu ser assim ? Eu tenho que pedir desculpa por ser gay ?, mas esse sou eu, e se talvez ele parecem ao saber que eu não sou mais feliz sendo gay ?.

Na verdade eu sou feliz, é, eu tento, mesmo que todos me colocam pra baixo todos os dias, me fazem sentir culpa, eu fico me sentindo como se eu fosse um erro no meio dos certos, eles me fazem acreditar que o certo é eu morrer, sim eu acredito muito, afinal faz sentido.

Veja, min família, se eu estiver morrendo, eles terminam de matar, amigos, bom eu não sei oque é ter amigos, ninguém nunca quis ser meu amigo.

Então, eu tento ser feliz, mesmo com os olhos roxos e dentes quebrados, eu quando estou sozinho, consigo por um sorriso no rosto.

Mas logo vem as lembranças de que eu sou uma vergonha pra todos, e que eu mereço apanhar ate não conseguir respirar mais. É verdade ?.

Eu tento ser forte com os apelidos, são muitos, e alguns mesmo sem sentido, me doem la no fundo.

Bixa louca, Viado, chupa rola, arrombado, vergonha, nojento, podre, erro, gayzinho, desgraçado.

Bom, eu enfrento isso desde criança, sempre fui o excluído de tudo, me viam como um nada, e eu Aceito isso, eu sou um nada.

Nas vezes de escolherem times para aula de Educação física eu nunca era escolhido, e os professores sempre diziam a mesma coisa "Não te escolheram porque você não pode fazer parte de coisas que gente normais participam".

E os trabalhos em duplas na sala de aula ? Eu via todos juntarem suas mesas e eu ficava perdido no meu canto, era só eu e... eu.

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- Mas eu já disse que não tenho pra onde ir Mark - falei, eles estavam brigando comigo, me mandando embora de casa novamente

- Foda-se, more na rua - Minha mãe se juntou para me humilhar.

Eu os olhava, abaixei minha cabeça e deixei eles xingarem.

- Não chegue perto dos mendigos, eles não merecem serem infectados por sua bixasse - Juntou Lottie também.

Solucei e limpei as lagrimas com a manga do casaco do meu uniforme, já estava na hora de eu ir pra escola de novo, mas um dia de luta, e como sempre eu a perco.

- E-eu preciso ir - disse arrumando as alças da minha mochilas nas costas.

- Tente morrer okay ? - perguntou Fizzy.

- Acho que seria uma boa ideia - falei antes de sair e fechar a porta.

Realmente seria uma boa ideia, escutar tudo isso logo de manha não era algo bom.

Caminhei pela calcada  chorando, chorando muito, eu amo minha família, eu só queria que eles me amassem também, ou pelo menos um pouco.

Sentei no ponto esperando o amarelão chegar, assim que chamam o ônibus.

Coloquei minhas mãos em meu rosto e desabei em chorar, eu não me importo que as pessoas vejam, eles também me veem apanhando sempre e não falam nada.

Doía tudo oque eu pensava, e isso me fazia chorar mais alto, meus soluços mostravam o quanto eu estava machucado.

Avistei o ônibus vindo, e pensei que além de sofrer em casa, eu ia sofrer na escola também.

Não parei de chorar quando o ônibus parou para mim entrar, eles já sabiam que eu um perdedor e fracassado, eu não tenho mais nada a perder, provavelemente eles devem estar achando que eu apanhei de alguém antes de entrar no ônibus.

Tentei achar um lugar pra mim, mas hoje estava tudo cheio, e pra piorar o motorista parece voar com o ônibus, ainda dando pequenos soluços sentindo uma mão em minhas costas.

Me empurraram, me empurraram encima do Rick, Rick, meu Deus, foi encima do Rick.

Ele era bem moreno, alto e forte, muito forte, braços grossos e mosculosos.

como eu estava em pé de frente pra ele, quando me empurraram de proposito, eu caí de barriga encima dele.

- D-desculpa Rick, me empurraram de proposito, por favor - pedi chorando alto e me levantando. Eu já sabia que ele ia me arrebentar.

- Te empurraram o caralho, você que é putinha e se jogou em cima de mim, eu não como viado não - Ele disse se levantando e pegando pelo meu pescoço.

Ele nem fez força e me tirou do chão, eu balançava as pernas tentando tocar o chão, nessa altura eu já sentia falta de ar, ele ainda estava grudado em meu pescoço.

- R-Rick - tentei falar mais ele me soltou, eu caí no chão.

todos já estavam felizes, pulando pelos bancos para ver ele me bater, una gravavam, Harry e seus amigos encentivavam ainda mais.

coloquei a mão em meu pescoço pra tentar fazer parar de doer.

Quando olhei pra cima levei um soco no rosto.

- M-me desculpa Rick, não v-vai acontecer de novo - Solucei. Não vai acontecer de novo mesmo.

- Eu vou acabar com você sua bixa  arrombada - gritou e chutou meu estomago, levei a mão ate o mesmo, levei outro e outro.

Me encolhi no chão esperando a seção de chutes acabar.

Eu já estava mole, de tanto levar ponta-pés na barriga e costas, eu estava jogando no chão de barriga pra baixo, apoiado com o lado direito do rosto no chão, lagrimas nunca param de descer.

Todos gritavam "é isso aí" "mostre pra esse viado que o lugar dele não é aqui" "chuta chuta chuta", ouvi todos gritarem e antes de mover um músculo, Rick acertou em cheio o meu rosto com um chute.

- AI - gritei, mas saiu mais como um sussurro.

- Para Rick - Sussurrei, levei um chute na boca, Nariz, olho, testa.

Deu um bicudo tão forte da minha cabeça que eu apaguei.

Mal cheguei na escola e já tinha sofrido tanto.

                                      

A Triste Historia De Um Gay. - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora