Capítulo 14: Preparado para tudo.

828 71 3
                                    

Eu queria chegar logo em casa. Não aguentava mais ficar no carro. Eu estava agoniado, uma hora eu ia explodir. Aquela frase, a situação da Ana Paula, minha curiosidade para saber quem foi que fez aquilo com minha amiga, não me impedia de parar de pensar nisso tudo.
Por um lado eu fiquei com medo. Mais por um instante, um auto desejo de vingança consumiu meu ser. Se eu achar essa pessoa ou essas pessoas, elas iriam sofrer, sofrer muito.

- Moh, você está bem? - Perguntou Gustavo.

- Tô Guh, porque? - Respondo.

- Você está agitado, não fala nada desde que saiu do hospital. - Disse Gustavo.

- Não, eu to ótimo - Falo.

Eu tentava disfarçar de todos os lados. Mais o Gustavo me conhece, ele sabe quando tem alguma coisa me perturbando.
Chegamos em casa e fui tomar banho, para pelo menos eu tentar aliviar um pouco do stress. Enquanto eu tomava banho, Gustavo ficou parado na porta do banheiro me olhando, sem dizer uma palavra. Assim que eu acabei, passo por ele, dou um selinho e vou me arrumar (melhor forma de disfarçar). Vejo que ele está inquieto com algo, ele me segue e fala.

- Feh me conta o q aconteceu por favor ? - Pergunta insatisfeito.

- Amor, não aconteceu nada. Tá tudo bem. - Respondo.

- Não, não está tudo bem. Desde que a gente chegou do hospital, você está diferente. Me diz vai! - Falou

Não respondo nada, apenas termino de me arrumar e deito. Ele insatisfeito, continua

- Você não vai me contar mesmo né? Beleza - Disse ele deitando na minha frente.

Eu não aguento, tenho que contar para alguém, decido contar para ele, Isso vai me ajudar de alguma forma.
Rola meio que um silêncio entre nós e eu digo:

- Eu tô bem , só fiquei "estranho" como diz você), por que fiquei sabendo como foi que Ana chegou até o hospital. - Falei o beijando.

- E o que aconteceu? Me diz? Por favor! - Insistiu.

- Ela vinha pra cá por que discutio com os pais. Mais no caminho teve uma discussão com uma pessoa. E tinha mais duas pessoas acompanhando essa pessoa. Enquanto Ana discutia com uma outra veio por trás dela e deu uma pancada na cabeça. - Falei.

- Hum... Mais alguma coisa me diz que você ainda está me escondendo alguma coisa. - Disse curioso.

Ele realmente me conhece. Eu não tinha escolha além de contar o que houve. Ou melhor, o que eu sei.

- Ela me disse que antes de desmaiar, ela escutou algo que à deixou com medo

- Oque ? - perguntou

Eu respiro fundo e digo

- Ela escutou " O viado é o próximo " foi o que ela me disse - Encerrei.

Ele me olhava como quem tivesse acabado de ver um fantasma. Ele me mostrou que estava realmente preocupado com o que estaria por vir.

- Você não vai para a escola amanhã. - Disse.

- O que? Ah eu quero ver. Não vou parar minha vida por causa de uma ameaça que eu nem sei se é pra mim. Não tem só eu de "viado" no mundo. - Contei.

- Feh, eu não quero que você se machuque. Se algo acontecer com você, eu não me perdoaria nunca - Disse desesperado.

- Amor, nada vai acontecer comigo pode ficar sossegado. - Falo o acalmando.

Eu estava completamente decidido. Eu iria entrar nessa história a fundo custe o que custar. Mais por hora, mais fácil esperar até  amanhã. Nem tenho um plano direito, preciso ter paciência.
O dia amanhece e já estamos a caminho para a escola. Ainda insisto para Gustavo mudar de sala, não queria ficar só, principalmente agora que Ana Paula está no hospital.
Na escola, tudo ocorreu bem, nenhuma  ameaça, ou suspeitas. Nada de muito incrível, pela primeira vez, estive mais calado que o normal. Alguns até deduziram que, era por causa da Ana Paula. Não queria explanar o que aconteceu com ela. Basta todos saberem que ela está no hospital. Cheguei em casa, e logo me surpreendi com minha avó Júlia na sala conversando.

Desejos Profundos (Romance Gay) [L1] EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora