Esperei até meus pais caírem no décimo sono pra poder escapar ilesa, afinal, precisava visitar minha amiguinha né, repetir o mesmo processo da noite passada, quando já estava no corredor, andando minunciosamente pra que ninguém me pegasse no flagra, eis que sinto algo tocar meu ombro, paralisei, virei a cabeça para o lado, tentando poder enxergar aquilo.Vi uma mão, mão de homem por sinal,virei rapidamente e vi o homem, sinceramente era O HOMEM, tinha barba feita, cabelo liso e um sorriso branco que ia de orelha a orelha.
Homem:-Posso saber onde a moça pensa que vai?
Antes que eu pudesse responder tratei logo de tirar o coque e colocar meu cabelo pra seu lugar de origem, passei a mão na minha roupa e voltei pra ele com um sorriso de lado.
Eu:-Oii, meu nome é Laura.
Homem:Ah, desculpa não ter me apresentado, meu nome é Diego e sou o fisioterapeuta daqui.
Eu: Qual a sua idade?não parece ser velho.-engelhando a testa.
Diego: Verdade, acabei de me formar, tenho 19 anos e Você?-curioso.
Eu:Tenho 17-menti.
Diego:Nossa, nem parece.-surpreso.
Eu: Você é Lindo-as palavras saíram da minha boca sem nenhum esforço.Percebi o quão seu rosto ficou pálido e o quanto seu olhar havia se perdido, aquele corredor imenso, com barulho de sirene de ambulância e cheiro de Luvas plásticas.Senti um calor percorrer em mim, foi preciso voltar a amarrar o cabelo em coque.Demorou um pouco pra sua aparência voltar ao normal.
Diego: Você que é.- me abraçando.
Me abraçou forte, do mesmo jeito quando você abraça aquilo que você quer e tem medo de soltar para que não parta. Deu pra escutar cada batida acelerada, que parecia dizer "Te achei" "Não me solta". Acho que nunca fui abraçada assim, com tanta sensibilidade, com tanta ternura.
Parecia que nos conhecíamos desde crianças, a intimidade tomou conta de nós naquele momento.Até escutar uma voz no final do corredor.
Voz:Doutor Diego?Sala 12 lhe aguarda.
E por fim tivemos que nos soltar, antes dele ir, me deu um beijo na testa, nos entreolhamos e ele saiu andando.Eu estava perplexa, o que sinceramente foi aquilo?Por que fizemos aquilo? Será que por ele ser bonitão, faz isso com todas?Milhares de perguntas vieram a tona.Mas sinceramente eu não sabia o que fazer, pra onde ir, o que falar, apenas fiquei ali o observando no final do corredor, com o jaleco e crocs brancas.Tentei me repor, pensar, respirar e a única coisa que consegui fazer foi me sentar lá no chão do corredor.Depois de um bom tempo paralisada, lembrei da Lisa e me pus em pé novamente.Ainda meio boba ou mesmo zonza com o que aconteceu, segui em direção a Pediatria. Ao entrar rapidamente pela porta, não consegui achar visualmente onde a Lisa estava, percorrido todo o quarto em busca de uma explicação e nada.O jeito foi cutucar uma enfermeira que estava dando um cochilo numa cadeira de plástico.Eu: Enfermeira? Cadê a menininha Lisa que estava naquele leito?
Enfermeira:Oi, é...ela foi transferida pra outro leito.
Eu:Como assim? Aconteceu alguma coisa? MEU DEUS.
Enfermeira: Você é o que dela? Mantenha a calma.
Eu:Sou amiga, me fale logo.
Enfermeira:Durante cedo da noite houve uma complicação com ela, após uma convulsão, teve uma parada cardio respiratória e então teve a necessidade de ir para a Ala vermelha.
Eu:Mentira, tem certeza no que você está falando? Não pode ser.-Chorando.***
Acordei, olhei em volta, a sala estava girando ou eu estava zonza,acho que havia desmaiado, estava pressa aos fios novamente e meus pais diante de mim com o ar de preocupação.Não sei o que aconteceu, mas estava tudo estranho, me sentia amolecida e fraca, os olhos pesados e com dificuldade para abrirem.O cabelo loiro da minha mãe não estava como o normal, bonito e arrumado, tava branco, sem vida.A aparência do meu pai também não era uma das melhores, mas ao se comparar com a fisionomia da minha mãe, ganhava de lavada.Pelo o que pude notar o sol estava"nascendo", o céu com um toque alaranjado, coberto por poucas nuvens que quase se sumiam.O Dr. Pedro acaba de chegar no quarto, dá bom dia e segue em direção a mim.
Dr.Pedro:-Olha Laura, precisamos conversar seriamente.-ajeitando o óculos.
Balancei a cabeça verticalmente assentindo para ele continuar.
Dr.Pedro:-Já conversamos e já lhe contei tudo sobre esse trauma que você sofreu e também que você se quiseste sair o quanto antes desse hospital, teria que me obedecer acima de tudo.
Eu:-Sim.
Dr.Pedro:-E não é isso que a mocinha anda fazendo.-cruzando os braços.
Eu:-É, que...É.
Dr.Pedro:-Não precisa inventar desculpa, só quero que assegure que este episodio não voltará a acontecer.
Eu:-Pode deixar sargento.-Levando a mão direito a testa.
Ele deixa um risinho escapar.
Depois de toda nossa conversa e do dia entediante que tive dentro desse quarto incrivelmente chato, decidi fazer algo proveitoso e de extrema importância.Tirar as pontas duplas do meu cabelo, sim, nem venha dizer que não, esse trabalho requer muita paciência.Escuto um barulho de porta velha se abrindo, era o Diego.
Lau-pe
Cara, será que o dia todo ele andou me procurando?Eu já tinha esquecido dele, mas ao lhe ver novamente, pude sentir a mesma sensação do nosso abraço.PAZ, ACONCHEGO.
Diego:-Laura?Posso entrar?-sem jeito.
Eu:-Só se eu fosse louca dizer que não.-rindo.
Ele rapidamente passou a vista no local, até sentar na cama perto dos meus pés.Parecíamos amigos de longas datas, uma intimidade natural, sabe.
Diego:Laura, tô cansado pra caramba, não é fácil te achar não hein, estava quase desistindo.-respirando fundo.
Eu:Ah, desculpa, mas não tenho culpa se fizeram o Lindo favor de me deixar em um quarto tão afastado.
Diego:O hospital está super Lotado.Mas e você?Como está?-pegando em minha mão.
Senti minhas bochechas corarem.
Diego:-Te deixei sem jeito?Desculpa, essa não foi minha intenção.Mas onde estão seus pais?
Eu:-Foram comer algo lá na praça de alimentação.
Diego:Hm, entendi.Posso te dá um abraço?
Eu:E precisa pedir?-jogando uma mexa do cabelo para o lado.
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Quase Perfeita
RomanceUm romance que envolve Laura e Miguel, jovens apaixonados e confusos sobre o caminho a se trilhar do amor. Essa história promete muitas descobertas e surpresas. Embarca comigo nessa história? ❤