- Hmmm, senhor Muffin... - Eu digo enquanto comia uma pizza de anchovas. Eu quero fazer três desejos.
- TUDO BEM RONRON ~ - O unicórnio Sr. Muffin vomitava arco íris enquanto falava de forma esganiçada. - PODE FALAR.
- Bem... - Eu começo a dizer de uma forma tonta, parecendo que estava bêbado. - Eu quero que o Zelune me note... Hahahahaha... Quero casar com ele... Hah... Quero engravidar dele... aí...
O unicórnio começa a me encarar.
- EU TAMBÉM TENHO UM DESEJO!
- Hahahah, e qual é...? - Eu pergunto.
- MEU DESEJO É...
Eu chego mais perto de sua boca colorida, para ouvir seu desejo claramente.
- RONAAAAAAAALDOOOOOO!
Acordo repentinamente, derrubando a chícara de café que estava do lado direito da mesa digitalizadora. Olho para trás e encaro a pessoa, com meus olhos cansados e boca babada. É a minha mãe.
- Você tá dentro desse quarto já tem tempo, menino. Vai lá fora fazer algo, chama amigos para sair, sei lá. É Sábado, e amanhã nós iremos visitar seus tios. Não é saudável ficar trancado no quarto por tanto tempo, guri.
- Ah... - Eu exclamo coçando minha cabeça. - Eu tô bem. Não precisa se preocupar comigo...
Minha mãe apenas me encara com uma expressão preocupada e sai do quarto.
Sim, eu estou há muito tempo aqui. Dou uma olhada no relógio virtual do computador. 18:51. E só desmaiei agora. Já estou aqui desde sexta feira à noite, desenhando e animando, dando também algumas pausas para conversar com Zelune. Acho que esse foi um dos motivos para eu ter tido aquele sonho.
Encaro a poça de café que agora está derramado em meu carpete. Nem gosto de café, mas bebo para me deixar despertado. A primeira coisa que farei é limpar is...
Meu celular vibra. Rapidamente, vejo quem me mandou uma mensagem. Era Rafael.
Cellbinho: ei ron, quer ir para a geanini's pizza? é uma pizzaria que tem no centro, perto da praça. Vai ir eu, felps, zelune, alan e sua amiga.
Cellbinho: a gente já está indo, se quiser ir, nos encontramos lá
O Zelune vai. Ele. Vai. Encaro a poça de café e depois meu celular, eufórico.
Eu: já tô indo
Me arrumo rapidamente, saio correndo descendo as escadas da minha casa e vou até a sala de estar.
- Mãe, você tem razão. Vou me encontrar com alguns amigos na pizzaria que tem lá perto da praça, qualquer coisa me liga, beijos!
E assim já sai correndo para a pizzaria, sem dar tempo de minha mãe responder. Depois de um tempo, eu chego na praça, que é o centro do centro, aonde os estabelecimentos ficam em volta. Eu já vim para cá à noite só umas duas vezes. Fica bem movimentado nos finais de semana.
Acho o local rapidamente, e então eu entro. É um lugar bem descontraído, onde está bastante ocupado. Vejo uma mão balançando no fundo do estabelecimento. Era de Alan. Vou até a mesa e sento na cadeira, bem na frente de Zelune. Cumprimento todos timidamente, e começo a encarar Zelune. Ele também me encarava.
- Ah, você é aquele garoto com um sotaque gaúcho, não? - A menina do lado de Alan diz amigavelmente. - Prazer, sou Maethe!
- O meu é Ronaldo... - Eu respondo, apreciando sua gentileza.
E então, começamos a conversar, sobre séries, o quanto o Alan é um lixo, sobre o passeio da escola que vai ocorrer em uma semana... estávamos conversando diversas coisas. Bem, menos Zelune. Ele parecia um pouco triste, mas conversava um pouco comigo. E então, ele pega seu celular. Um pouco depois, sinto meu celular tremer.
Zelune: Oi
Rapidamente, eu respondo:
Eu: Oi zé, tudo bem?
Eu vejo ele dar um sorriso. Eu nunca tinha visto seu sorriso. É tão brilhante e encantador. Ah, meu garoto do boné...
Zelune: Estou melhor agora falando com vc. eu tô em uma pizzaria com meus amigos. depois disso irei ficar no hospital com minha mãe. :)
Sinto um arrepio involuntário na nuca e um leve aperto no coração ao mesmo tempo.
Eu: tenho que ir, desculpe, dps nos falamos
Zelune: ok, beijos
E assim, eu guardo disfarçadamente o celular. O Felipe está fazendo uma batida de beatbox enquanto Alan improvisava um rap sobre sereias traficantes, fazendo assim o Rafa e a Maethe rirem. Percebo que Zelune continua me encarando. Começo a tremer de leve. Vamos lá Ronaldo, você não vai poder se esconder com uma identidade falsa para sempre.
- Ahm... Eu gosto do seu boné. - Eu digo procurando assunto. PORRA RONALDO, QUE ASSUNTO RELEVANTE.
Ele apenas dá uma risadinha boba.
- E eu gosto do seu cabelo. - Ele diz zoando, me fazendo corar de leve. - Você usa Pantene?
Ele parecia mais descontraído comigo.
- Mas é claro... - Eu respondo rindo, porém morrendo de nervosismo por dentro.
- Sabe, sua personalidade me lembra uma amiga minha... - Ele fala, me encarando com seus olhos brilhantes. - Falando nisso, qual o seu telefone? Eu ainda não tenho o seu.
O hormônio da adrenalina corre pelo meu corpo. Começo a tremer. E agora? Eu uso meu número normal para ser a suposta Rose.
- É que meu celular foi... roubado ontem, isso... roubado. Então, eu não tenho um número.
Ao ouvir a ligeiramente a conversa, Rafael, que estava do meu lado esquerdo, olhou confuso para minha pessoa.
- Mas hoje eu mand... - Ele começa a falar, e então eu dou um pisão em seu pé, o fazendo dar um berro.
- PORRA RAFA QUE MERDA É ESSA, VOCÊ TEM AUTISMO INFANTIL? - Alan fala botando a mão no coração, assustado, fazendo assim Felipe e Maethe rirem.
Zelune apenas olhou um pouco confuso também e se levantou, pronunciando que iria ao banheiro. Rafael começou a olhar para mim com raiva, aproveitando que os outros estavam destraidos.
- Para que pisar no meu pé? Eu te mandei mensagem hoje, como assim seu celular foi roubado ontem?
- Olha, não fala meu número para ele, Cellbinho. - Eu falo nervoso. - Não posso falar o motivo, mas, por favor, não fala o número para ele.
Rafael começou a me olhar desconfiado.
- Tudo bem então. - Ele fala comendo um pedaço de pizza de calabresa, rindo. - Você é mais estranho do que pensei.
Fico um pouco aliviado. Tomara que ele não conte, senão estarei completamente ferrado. É, essa foi por pouco.
-------------------
AAAAAAALLLOOOOO! Obrigada por lerem, tomara que tenham tido uma leitura gratificante ~ Se gostou, deixe um comentário ou um voto, porque é isso que me inspira a continuar essa fanfic cheirosa: Saber que há pessoas que gostam do que eu escrevo!
Um beijo na bunda, bye!
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Garoto do Boné (Rolune)
FanfictionRonaldo, um gaúcho de 16 anos, se muda para uma cidade de São Paulo, mas se sente inseguro quanto a isso. Abandonou amigos, parentes e ainda tem que entrar em um colégio novo. Porém, quando Ronaldo está em um parque, alguém prende sua atenção.