Não é injusto, e nem muito menos errado.

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   - você não parece bem.

- é só minha família.

- eu sei o que eles pesam Mary e acho que realmente deve concordar com eles, pelo menos uma vez.

- não posso Jonatas.

- viu, pra mim você consegue. Você disse que nunca iria namorar alguém como ele pois era uma coisa que não queria, e agora é não posso.

- Jonatas, eu sei que eu sempre fui mais do que honesta com você, mas dessa vez sua tese não é verdade. Eu não posso e não quero isso.

- tem medo que eu não venha mas ver você?

- Jonatas... eu tenho medo de qualquer pessoa que possa abalar esse nosso sentimento.

- então acha que o Lorenzo é um forte candidato, para abalar o nosso sentimento?

Fechei os olhos com muita força, essa não era um conversa que eu queria ter em plena sexta feira.

- não, ele não é, e você sabe disso.

- Mary Louise, eu amo você. Mas acho que você deve se libertar.

- cala a boca Jonatas. Não era minha intenção, eu gritei muito alto fazendo toda a minha família subir pelas as escadas.

Sentei no chão e comecei a chorar, não posso sentir nada por outra pessoa, é errado é injusto. Não posso não posso. Repeti esse mantra pra mim mesma, minha família entrou no quarto, e o meu pai estava assustado.

- Louise, o Jonatas... ele está aqui? Você continua vendo ele?

Não tive ação ainda estava repetindo o mesmo mantra só que dessa vez de olhos fechados.

- Mary Louise? Meu pai gritou.

Eu cai em choro profundo, fazendo com que minha respiração faltasse. Me levando a um velho habito de não ter folego nos pulmões, fazendo minhas tias correrem pelo o quarto inteiro atrás da minha bombinha de ar. Eu não conseguia falar, eu só vi toda a ação. Meu pai colocou a bombinha em minha boca e apertou uma, duas e na terceira vez o ar estava no lugar dele de volta.

- Mary, me perdoe? Você continua vendo o Jonatas? Disse o meu pai quase chorando.

Fiz que não com a cabeça, ele iria me mandar de volta para o hospital, dizendo que eu não estava bem. Não posso voltar pra lá.

- Lu, não minta.

- Pai, não estou. Eu só pensei nele e acabei explodindo meus sentimentos altos demais.

Ele não falou mais nada, meus avôs só suspiraram de alivio, por eles era tudo bem, amar tanto ao ponto de chegara a onde eu cheguei. Minha tia Flavia sentou do meu lado e do outro lado a tia Samira.

- não é injusto querida. Disse a tia Flavia.

- e nem muito menos errado. Completou a tia Samira. - Você pode sim amar de novo, pode sim sentir de novo, permita-se.

- eu não posso.

- claro que pode. Disse meu pai se ajoelhando mais uma vez na minha frente. – Todos podemos amar de novo.

- e por que o senhor nunca arranjou nenhuma mulher? Sempre teve esperança da mamãe voltar?

- no nosso caso é diferente. Você vive me perguntando como nos conhecemos e como nos separamos, assim que eles forem embora vou te contar a nossa história.

Eu só assenti. Meu avôs me deram um beijo e disseram que ia ficar tudo bem, meu avô falou baixinho no meu ouvido. "não existe barreiras para amor minha querida." Minhas tias fizeram o mesmo e meu pai me ajudou a levantar e deitar na cama. Ele sentou na minha frente onde eu podia ouvi-lo e vê-lo bem. 

- bem, quando eu tinha apenas 19 anos eu conhece sua mãe. Eu fui para um aniversário de um amigo e por coincidência sua mãe era melhor amiga da irmã da minha namorada. Sua mãe estava sozinha em um canto pois o rapaz com quem ela tinha marcado tinha furado. E como a minha namorada só queria saber de dançar, eu fui conversar com a sua mãe. Laura era uma mulher muita branca e com os cabelos negros e olhos azuis, não posso dizer que me apaixonei na hora. Mas nos conhecemos e começamos a trocar e-mails até que um dia eu terminei com a minha namorada. Sua mãe já estava me esperando. Depois disso começamos a namorar e quando ela fez 21 anos engravidou de você. Eu não estava pronto pra ser pai, então quando você nasceu eu abandonei vocês duas. Sua mãe sempre teve esperança que eu voltaria, quando você fez 2 anos, eu voltei. E ela ainda estava me esperando, e é exatamente o que eu estou fazendo, estou esperando ela voltar.

- pai... por que nunca me contou?

- eu. Eu, estava com medo de você não me ver mais como exemplo.

- pai isso já faz 16 anos. E hoje você está aqui, eu sinto muito. Disse abraçando ele.

- eu também sinto.

- você acha que ela ainda vai voltar?

- eu espero que sim. Disse ele sorrindo.

- eu queria ser forte como você pai.

- e você é, filha não se aprisione mais. Nosso caso é diferente, você é jovem.

Eu não disse nada, só sentei e o abracei. Saber daquela história, foi tão surpreendente como encantador. Espero que um dia minha mãe realmente volte. Ele fez cafuné na minha cabeça até eu dormir e era exatamente como a mamãe fazia.

Eu & Você. 1° Temporada E O Sonho Começou.Onde histórias criam vida. Descubra agora