Capítulo 12

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Lola e Roberto estacionaram o pequeno carro em uma vaga qualquer, assim que saíram do carro o ar frio noturno  congelaram os dois , Roberto deu à filha o paletó que ficou largo nos ombros dela, eles andaram pela calçada pouco iluminada até chegarem em um pequeno restaurante.
-Chegamos, já consigo sentir o cheiro da comida!- Lola se animou.
Assim que entraram uma mulher de boa aparência os recepcionaram, ela os levou até uma mesa média de madeira com um vaso com flores violetas em cima.
-Boa noite!- Ela distribuiu o cardápio para ambos- Vou atender um pedido rapidamente e já retorno, por enquanto, escolham o que desejam!
Ela deixou a mesa com um grande sorriso, Lola observou o local, cheirava a madeira, as mesas idênticas à sua hospedavam pessoas já com os pratos em mãos, uma música leve vinha de um pequeno canto aonde existia um palco, e nele um homem tocava seu violão que ecoava por todo local.
-Vai querer o que querida?
Os dois se olharam e logo em seguida, juntos, disseram:
-Lagosta!
  A moça voltou a mesa e rapidamente saiu levando com ela o pedido dos dois.
-Sabe, tenho um novo professor de Literatura!
-Que bom, espero que dessa vez ele(a) não tenha um caso com os alunos!- Roberto lembrou da última professora.
-Não, duvido muito, ele é muito ético.
Roberto à olhou com um tom suspeito.
-Você não...hm...você sabe!
-Não, não, só achei ele legal!
Roberto fingiu acreditar.
  Um moço chegou com dois babadores e os botou na mesa delicadamente junto com algumas taças.
-Ele pediu para levar algo de autoria minha!
-Você voltou à escrever?
- Não, mas vou tirar um tempo nesse final de semana para botar tudo em ordem!
-Alias, quem é esse tal professor?
Lola molhou os lábios.
-O nome dele é Mark, 29 anos, muito gentil, ele que escolheu seu presente!
-Olha, ele tem um certo bom gosto! Mas, espera... Vocês saíram juntos?
-Não, não, eu encontrei ele lá por acaso!
O pai bebeu a água depositada em uma das taças.
  Uma grande bandeja de metal reluzente chegou na mesa, Lola e Roberto vestiram os babadores que ficaram ridículos  em ambos e tiraram a grande tampa da bandeja que contia o prato suculento.
-Qual será a bebida?-O rapaz com um sotaque extremamente forte questionou.
-Vinho tinto- Roberto respondeu.
O rapaz saiu e Roberto e Lola manusearam as ferramentas e atacaram a lagosta.
-E a escola, já está terminando!
-Sim, Agora é tudo ou nada! Estou feliz que está acabando.
-Espero que saiba o que irá fazer depois, espero que você tenha um futuro promissor!
-Eu também espero!
Lola saboreou o recheio da lagosta e percebeu os olhares de uma mulher em uma mesa próxima.
-Senhor Roberto arrasando corações!
-Oi?
-Aquela mulher, não para de olhar para você!
Roberto se virou cuidadosamente encontrando os grandes olhos da mulher.
-Ela é bonita!
-Sim, vai lá!
-Lola, não tenho mais idade  para isso, já sou viúvo.
Lola bebeu a água em um gole.
-SIM, mas isso não significa que deve ficar preso à mamãe!
Roberto recuou por alguns segundos e chamou o rapaz com uma gravata borboleta.
-Pois não?
-Boa noite, por favor, você pode levar a melhor garrafa do seu estoque para dama à direita!
O rapaz deu uma piscadela e entrou em uma porta dupla.
-Uau- Lola bateu palmas.
-O que? Eu sou das antigas!
Lola queria casar com um homem igual o seu pai! Ele amou Ellen intensamente e verdadeiramente até o seu fim.
O rapaz voltou com uma garrafa de vinho pomposa e andou até a mesa da mulher de vestido vermelho, eles conversaram e a mulher agradeceu com um sorriso.
-Cara, ela está tão na sua!-Lola brincou.
-Vamos continuar a refeição!
Lola assentiu e continou a manusear a lagosta.
-Lucas irá lá em casa amanhã!
-Fazer....
-Vou contar a verdade, Tintim por tintim.
Roberto engasgou e bebeu mais água.
-É o certo querida, ele irá te perdoar, mais cedo ou mais tarde!
-Espero...
-Bom, você me avisa que horas ele virá porque aí poderei deixar vocês sozinhos.
-Ótimo!
 
Lola já estava sonolenta, o vinho já fazia efeito em seus movimentos lentos.
-Acho melhor irmos-Roberto começou- Já está tarde!
Lola concordou e se levantou, ela foi até o banheiro lentamente, já dentro, ela olhou seu reflexo no espelho e viu a maquiagem falha por um motivo desconhecido.
-Olá!- A mulher que deu em cima de seu pai à cumprimentou.
-Olá, boa noite!
Lola abriu a pequena bolsa que carregava e tirou seu delineador.
-Meu nome é Cora!
-Lola!
  Elas deram um aperto de mão leve.
-Meu pai gostou de você!- Lola tentou ser discreta, falhando.
Cora riu e Lola conseguiu ver os dentes poucos amarelados da mulher.
-Ele foi muito gentil, aliás, tenho que agradece-lo, a garrafa de vinho tinto que ele me presenteou estava magnífica!
Lola terminou de passar o delineador e o botou de volta na bolsa.
-Bom, diga isso à ele!- Lola pegou as mão frias de Cora e a arrastou para fora do banheiro levando-á até seu pai.
-Pai?-Roberto se levantou assustado- Essa é Cora!
Roberto queria matar Lola.
-Prazer, me chamo Roberto!- Ele beijou a mão de Cora que alisou o cabelo loiro.
-Prazer, quero agradecer pela garrafa de vinho!
-Não foi nada!
Roberto encarou Lola quase estrangulando-á.
-Tem uma filha adorável-Cora sorriu.
Lola fez uma cara de convencida para o pai.
-Ela é mesmo....
Os três se calaram e Lola decidiu agir.
-Bom, eu vou deixar vocês sozinhos, pai, te vejo em casa!
Lola correu para fora do restaurante deixando o pai com Cora.
                       •••
Lola preferiu voltar andando, à noite, no frio, sozinha, de salto alto(que já machucava seus pés), só para dar uma nova chance ao pai de se relacionar outra vez com o sexo feminino! Quando chegou em casa, ela se jogou na cama e viu uma  mensagem de Lucas:

Lucas-"Lola? Não vi você o dia todo, aconteceu alguma coisa? Bom, depois você me fala o horário para eu ir aí, tenho que resolver algumas coisas então preciso muito da hora certa...bom, tchau, ah, deseje feliz aniversário para Roberto por mim!
Lola ficou olhando para a tela do celular por alguns segundos e depois respondeu:

Lola-"Desculpa, eu passei o dia todo correndo para comprar o presente do meu pai e acabei de voltar de um jantar(com ele), eu ligo amanhã, quando você puder vir!"
Lola estava tão cansada que nem tirou o vestido, ela só apagou a luz e fechou os olhos pesados.
  Ela não sabia por quanto tempo tinha dormido, se tinha dormido, mas ela ouviu o carro de Roberto entrando na garagem, ela olhou para o relógio ao seu lado, marcava 02:00, Lola pulou da cama e saiu correndo pela escada, ela queria saber o que tinha acontecido em relação a o pai e Cora.
-Oi oi, como foi sua noite?-Lola bocejou.
-Ótima! Você está acordada ainda por que?
Lola revirou os olhos castanhos.
-Você sabe! Me conta, como foi com Cora?
Roberto desbotou alguns botões da camisa social e começou à falar.
-Bom, ela tem 39... Divorciada, sem filhos e é uma amante de vinhos.
-E....
-E, eu me ofereci para leva-lá para casa, e...ela me deu o número dela!
Lola berrou e saiu pulando pela sala.
-Eu disse que ela estava caidinha por você!
-É, vamos dormir, e se você se meter na minha vida amorosa de novo eu irei te deserdar!
-Sim senhor!


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