Capítulo 18.

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A cabeça de Lola estava mais agitada que tudo em sua volta, ela ligou e mandou mensagens para Lucas diversas vezes, e o que ela recebia:
Um Nada.
Eles não conversaram mais depois da discussão, isso estava deixando Lola preocupada, tudo estava desmoronando!
  Ela não saiu da cama, não estava 100% disposta, porém, não conseguia dormir.
  Quando Lola fechou as pálpebras pesadas e se enrolou na coberta, a estridente campainha da casa ecoa.
-NAAAÃO, VAI EMBORA- Lola abafou o grito no travesseiro.
A campainha não parava, Lola se perguntava se o ser que está tocando-á não entende que não irá ser atendido?
A campainha parou, e depois de alguns minutos voltou à tocar, Lola se levantou pisando forte no tapete aveludado do quarto e foi até a janela.
-VAI EMBORA, MAIS QUE DROGA!- Lola gritou para todos na rua, quando seus olhos se fixaram na pessoa que estava à importunando, ela se retraiu.
Mark
Ele tirou os óculos da gola em "V" da camiseta e botou nos olhos olhando para a louca na janela.
-O-oi, desculpa atrapalhar....já estou indo.
-NÃO, já estou descendo!-Ela saiu do quarto correndo e desceu as escadas, quando chegou na porta, arrumou o cabelo escuro e deu tapinhas em suas bochechas para pegar um pouco de cor.
-Oi!
-Boa tarde, estou atrapalhando algo?
"Meus pensamentos" Lola pensou.
-Não, pode entrar!
Lola deixou seu professor passar pela porta e logo depois à fechou, ela o acompanhou até a sala e sentaram- se no sofá.
-O que está fazendo aqui? Quer dizer, como descobriu onde eu moro?
-Eu pedi para a secretária da escola seu endereço, como professor, tenho certos privilégios.
Lola mordeu o inferior da bochecha se perguntando por que seu professor está em sua casa.
-Eu li seu texto Lola...e, eu achei excepcional!
A felicidade transbordou no corpo da moça, em um certo momento, ela se lembrou de como a mãe acreditava na sua escrita.
-Você escreve muito bem, a coerência em seu texto está muito boa, você escreveu algo mais?
-Sim, hum, eu tenho um blog, escrevia algumas coisas lá, posso te mostrar se quiser!
-"Escrevia"? Por que parou?
-Minha mãe faleceu na época...
-Ah-Mark ficou tenso-Sinto muito.
-Tudo bem...Fico feliz por ter gostado!
-Eu que agradeço, nunca li nada como aquilo, mas confesso que senti uma tensão em alguns momentos...
Aquele texto especificamente, foi escrito baseado em Lucas, e Lola não conseguia se expressar sobre ele fora do mundinho que era seu blog, então, depositava tudo nele.
-Eu escrevi...o que estava acontecendo em um certo momento da minha vida!
-Entendi, estou vendo que é algo muito delicado, não quero tocar no assunto.
-Obrigado.
Mark olhou os retratos pendurados nas paredes da casa, ele não conhecia Ellen.
-Sua mãe?
-Sim.
-Você tem os olhos dela...
-Tenho muitas coisas dela...
Ele sorriu, Lola se perdeu nos traços do rosto de Mark que percebeu os olhares da moça.
-O que foi?
-Eu...acho...você me acha bonita?
-...Sim, por que a pergunta?
-Me sinto um nada perto de você...
-Não se sinta-Mark mordeu o lábio inferior.
Aquelas palavras surpreenderam Lola, ela nunca tinha se tratando com inferioridade, Mark causava isso nela...
-Acho melhor eu ir andando...
Lola saiu do mar de desejos que estava se afogando.
-Seu carro quebrou de novo?
-Sim!
Lola consegui sentir sua pele queimar, queimar de desejo, de luxúria, de culpa...mas ela estava queimando.
Mark se levantou e andou até a porta seguido por Lola, ela à abriu e os dois param, um de frente para o outro.
-Me prometa uma coisa?-Ele olhou fixamente nos olhos castanhos da moça- Não vai parar de escrever, não importa o que digam, não pare!
-Não vou!
Ele sorriu e saiu devagar pelo jardim, antes de chegar no cercado da frente, Lola gritou:
-Mark, me promete uma coisa?
-Claro.
-Compre um carro novo!
Ele sorriu e se virou indo para rua.
-Prometo...
                       •••

Já à noite, Lola estava sentada na cama com o notebook no colo, depois que Mark foi embora, ela decidiu criar um tipo de terapia, uma terapia para si mesma, e a única forma que ela achou satisfatória foi.
Escrever.
Lola começou escrever uma história, sua história, seus dedos ágeis transmitiam seus pensamentos e idéias, ela estava se sentindo melhor, estava desabafando com alguém que não iria jugar suas escolhas e os caminhos que escolheu para chegar até aqui.
Roberto já havia chegado, estava no quarto se preparando para o "encontro" com Cora, Lola estava feliz, ver o pai daquela forma, à lembrava do tempo que sua mãe era viva.
-Já estou indo!- Roberto entrou no quarto da filha exalando seu perfume.
-Uau, divirta- se!
-Você está bem?
-Sim...
Lucas não havia dado sinal de vida...ainda.
Roberto beijou a testa da filha e deixou a casa, Lola deixou a história de lado e olhou mais uma vez para o celular à procura de uma mensagem de Lucas, mas só  tinha mensagens de Susan e de Alex.

"Lola, eu conversei com Alex, ele realmente é gay...estou envergonhada, você não sabe o quanto eu gostava dele...por favor, quando poder me liga"

"Lo, sério que a Su achou que eu era hétero?"

Lola não respondeu nenhum dos dois, ela tinha problemas também.

Muitos...

Jogando Com O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora