Capítulo 8

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As batidas na porta acordaram Lola de um sono atormentado, ela saiu de baixo das cobertas e foi até a porta, quando abriu viu os pés de galinha do pai e seu roupão azul escuro.
-Precisamos conversar!
Ela só assentiu com a cabeça se conformando com a idéia, ela se deitou na cama e ele ao seu lado.
-Sabe que o meu dever como pai é te aconselhar de tudo, certo?
-Sim- Ela bocejo.
Ele amarrou as alças do roupão mais forte.
-Não sei se você se recordará...mas, lembra do dia que Lucas te pediu em namoro?
Lola se lembrava, eles estavam saindo por exatamente três semanas, ela fez ele se apaixonar tão fácil... Jesus.
-Eu me lembro...
Ele passou a mão na barba rala.
-Seus amigos, eles vieram correndo para cá! Lembro que Lia trouxe até vinho e champagne!
-Sim, aonde você quer chegar senhor Roberto?
-Eu quero lhe informar que...Eu sei de tudo!
O quarto ficou em um silêncio ensurdecedor, Lola se sentiu pequena perto do grande homem que sabia o que ela estava fazendo!
-Lola, vocês estavam tão animados e descontraídos que deixaram algumas coisas escaparem.
Lola escondeu-se de baixo da coberta.
-Eu queria ter conversado com você desde aquele dia.
-Porque não conversou?- Ela disse baixo.
Roberto olhou para o papel de parede preto e branco do quarto.
-Eu queria ver até onde você aguentaria fazer isso...
-Esse é o problema, eu não estou aguentando.
Há alguns dias atrás, Lola queria se livrar de Lucas e não sentiria nada além de paz, nada de remorsos, mas agora, algo maior que ele via que Lucas fazia parte de sua vida...e ela não queria perde-lo.
-Dói pai, dói saber que para eu ser feliz com ele, eu tenha que antes magoá-lo.
As cobertas abafaram o barulho de seu choro, aquilo era muita coisa para uma menina de 18 anos, mas foi ela que escolheu carregar algo pesado demais em suas costas!
-Eu percebi que você começou ama-lo, e me fez pensar se você irá contar tudo para ele?
-Eu quero, juro, mas não posso...
-Por quê?
-Porque ele não acreditará no amor que sinto por ele agora, sabendo que no passado eu não sentia isso.
-Lola, as vezes aonde existe amor, nem sempre começou com amor! Não sei se já contei como conheci sua mãe....
A pupila de Lola dilatou.
-Sua mãe e eu estudamos juntos, quase não nos falávamos, até nos juntarmos para realizar um trabalho em sala. Eu me tornei amigo de Ellen, nós jamais imaginamos que daquela amizade iria sair um romance e muito mais para frente, você... Mas com o tempo, tudo foi fluindo da maneira certa!
-Você mentiu para ela também?- Lola lembrou o pai do que ela está passando.
-Não, mas, se ele realmente te ama... ele pelo menos irá te escutar!
Lola estava surpreendida com a forma que Roberto lidou com o assunto, ele à lembrou da mãe....
-Conte para ele, mas lembre-se, quando for, terá que ir sozinha.
Ele beijou sua testa e se levantou.
-Vamos, se arrumar!
-Que? Oi?
-Você tem colégio hoje...
Lola se afundou na cama.
                        •••
Roberto deixou Lola no colégio e a menina entrou pelos corredores procurando o rosto de Lia, ela  queria esclarecer tudo, e queria contar sobre à conversa com o pai. Sem sucesso, ela entrou na sala barulhenta indo ao seu lugar.
-Lolinha- Daniel se sentou em cima de sua mesa.
-O que você quer?
Ele passou a mão no cabelo loiro oleoso.
-Soube do que rolou entre você e a Lia.
Mais uma vez, as pessoas sabiam de coisas que não deviam saber!
-Só vim te avisar que ela não virá hoje, pare de procura-lá como o cão procura o ossinho.
Lola se levantou.
-Para de ser babaca, Lia é minha melhor amiga, vamos nos entender logo!
-Você quem sabe...
Lola percebeu que Daniel estava sabendo mais do que ela é resolveu perguntar:
-Você, sabe sobre Cíntia?
-Já está em casa, Lia disse que ela está parecendo uma múmia com a cabeça enfaxada.
Lola imaginou a amiga dizendo é riu.
-Ok, obrigada!
Daniel lhe deu uma piscadela e Lola fez uma cara de nojo, depois de alguns minutos, Alex entrou na sala seguido por Susan.
-Chegou cedo-Susan olhou o relógio dourado no pulso.
-Sim!
-Lo-Alex começou- Não leve a sério aquela briga ridícula de ontem!
-Claro que não!
Eles se sentaram e antes do professor entrar na sala, Lola os informou.
-Hoje de manhã, meu pai disse que sabe de tudo.
-Tudo? Ah tudo!- Susan botou o cabelo atrás da orelha.
-Ele disse que eu devia contar a verdade!
Alex assentiu.
-Que verdade?- A voz irritante de Clara foi ouvida.
-Nada garota, porque você não vai cuidar disso que você chama de vida?- Alex cuspiu as palavras.
Ela sorriu ironicamente e se retirou.
O sinal bateu e o professor de biologia entrou já escrevendo no quadro negro, Lola percebeu que Daniel estava certo, Lia não viria! Lola decidiu em seus pensamentos que ira dar o primeiro passo, ela não iria querer perder uma amiga...muito menos uma irmã!

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