Simplesmente lembranças (retirada 27/07)

Capítulo 23 - Podemos perdoar?

It seems like we've been losing control

Parece que estamos perdendo o controle

Somebody tell me I'm not alone

Alguém pode me dizer que não estou sozinho?

Me and My Broken Hearts – Rixton

Jenna 

Sinto um cheiro horrível, meu corpo e pescoço dói todo. O que será que o Tyler está fazendo que está com esse cheiro? Algo no quarto do bebê? Cruzes, simplesmente horrível. Movimento meus dedos, me estiro, sinto a cama diferente e mais dura. É quando começo a lembrar de tudo. Sento-me rapidamente, o que me faz ficar tonta. Tudo está escuro, posso ver uma luz entrar na brecha da porta, iluminando o pequeno quarto que estou.

- Até que enfim acordou. – não preciso virar e ver o rosto de quem a voz veio, eu convivi com ela por toda minha vida, não tem como não reconhecer.

- Amanda? O que você está fazendo aqui? Por que eles me pegaram?

- Eu te avisei Jen. Ele ia fazer isso. – realmente ela estava falando sério.

- O Ty vai nos achar. – ela ri com as minhas palavras.

- Sim o príncipe de cavalo branco vai nos salvar, é tarde para nós, eles vão nos matar, antes que nos achem, estamos fora da cidade Jen. – eu não poderia cair nas palavras dela eu tinha que ter fé, por mim e pelo bebê. Sentindo meu desconforto ele se mexe. A irritação começa a subir pela minha cabeça, por culpa da minha irmã estou aqui. Me viro para olhar para ela e paro surpreendida.

- Meu Deus! O que fizeram com você? - fico nos meus joelhos, tentando de algum modo me aproximar dela, mas a corrente no meu tornozelo não me deixa, não posso ajuda-la. Agora sei de onde vem parte do cheiro ruim. É uma imagem que não vou esquecer nunca, seu rosto está inchadíssimo, o olho esquerdo roxo que está fechado. Seu corpo todo tem hematomas, mas o pior são os cortes de faca abertos. – Isso deve estar infectado, Amanda. – a risada dela é sarcástica, mas percebo sua dor e choro.

- Eu estou cansada Jen, só quero que eles me matem logo e acabem com isso. Mas os fodidos gostam de me ver sofrer, eles ficam excitados e animados em me causar dor, em me fazer gritar. – sinto uma ânsia de võmito, pensando no que eles vão fazer comigo.

- Logo depois que te deixei naquele dia, me pegaram. Desde então estou aqui. Não consigo nem me deitar ou me mexer de tanta dor que sinto. Para me levarem daqui tem que carregarem, porque não consigo ficar em pé. Eu só quero que acabe. Sua voz é baixa, ela se mexe tentando se acomodar e posso ver sua dor.

- Temos que achar uma maneira de sair daqui.

- Você precisa Jenna, eu acho que não saio viva daqui.

- Porra! Não diz isso.

- Olha para mim caramba. Eu já estou praticamente morta. – meus olhos se enchem de lágrimas pela situação, mas não vou chorar.

- Você vai se despedir dos nossos pais por mim né?

- Não, vamos sair daqui! Então pode parar com isso.

Um barulho na porta me assusta, encosto na parede atrás de mim assustada. O homem que me pegou no supermercado aparece, com uma bandeja na mão.

- Olha só quem acordou, vocês estão se despedindo já. Primeira vez que temos duas irmãs assim aqui. Bem interessante assim. – ele se aproxima de nós, coloca a bandeja com dois copos de água e o que parece ser duas fatias de pão. Depois se vira para mim, estica o braço segurando com os dedos meu queixo, eu tenho certeza pela força que ele coloca que vai ficar uma marca.