CAPÍTULO 3: O primeiro beijo deles.

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Depois que André saiu do apartamento de Eve, ela ligou para Ana e em vez de irem para as ruas de Dortmund procurar um bar ou uma balada para que pudesse encher a cara e esquecer da vida, Ana foi abastecida para a casa da amiga.

Não era por menos, Eve havia tido um encontro com a estrela do futebol local, da seleção e ela estava proibida de esconder qualquer detalhes.

- Ele não me beijou.

Aquelas quatro palavras foram o suficiente para que Ana olhasse o que tinha na geladeira da amiga, e voltasse ao mercado mais perto para comprar mais álcool. Porque depois de tanta conversa, risada, carinho de André com ela, Eve merecia entrar em coma alcoólico por não ter rolado ao menos um beijo de despedida.

- Talvez ele estava querendo ser educado - Ana tentou sair em defesa de André - Não é como se ele fosse como os espanhóis e brasileiros que nós conhecemos. Você sabe como é o fogo desses homens.

- Talvez ele não gostou e achou melhor cortar o mal pela raiz por aí - Eve, que estava sentada no chão, falou e logo em seguida deu um gole do seu copo de vodka com gelo.

- Ele te ofereceu carona pra casa.

- Só pra amanhã eu não ir em todos os jornais falar mal dele .

- Você não faria isso - Ana aumentou o tom de voz e Eve juntou as sobrancelhas.

- Tá escrito "mau caráter" na minha testa? - Eve rolou os olhos e tomou a vodka em suas mãos novamente - Se eu quisesse ferrar ele, era só colocar o número do seu celular na internet - Ana travou o olhar na amiga - Meu Deus, eu não vou fazer isso!

- É que pra quem teve um encontro lindo, você está parecendo que quer se vingar dele.

- Meu Deus, pra que fazer tudo aquilo se não fosse me beijar? - Eve gritou.

A decepcionada levantou do chão e foi até a cozinha, onde a garrafa de vodka estava na geladeira. Ela pegou a mesma e, em vez de encher o copo, levou para a sala.

- Quer? - estendeu para a amiga.

- Você sabe que eu odeio vodka.

- Situações desesperadas pedem medidas desesperadas - Eve falou e dessa vez, virou a garrafa pela sua boca - Mein Gott! - ela gritou - Eu estou enchendo a cara porque um cara bonitinho me levou pra um encontro e não me beijou.

- Isso é o cúmulo do desespero.

- Eu sou gata, não sou? - Eve foi para a frente da amiga e colocou as duas mãos no quadril, parando em pose. Em uma das mãos ainda estava a vodka - Eu sou muito bonita e se aquele jogadorzinho de várzea não quer, ah meu querido, tem uma Dortmund inteira querendo.

Ana olhou para a amiga e concluiu que ela já havia chego ao ponto onde tudo o que precisava era de um banho e da sua cama, então ela se levantou e estendeu a mão para a amiga.

- Eve, me dá essa garrafa, por favor?

- Eu sabia que você ia acabar cedendo - ela sorriu e entregou a garrafa para Ana.

Ana então foi até a cozinha e virou na pia o pouco que ainda restava no vidro. Da sala, Eve estava em estado de choque ao ver aquilo.

- Por que você fez isso? - Eve gritou para Ana.

- Você precisa tomar banho e dormir, Eve. Chega de álcool, chega de André Schürrle, chega de Borussia ou de Mannschaft. Amanhã é outro dia e vamos esquecer hoje.

- Mas foi tão bonitinho a gente no parque - Eve fez beiço - Ele não quis entrar pra tomar um café!

- Acho que você já falou isso. Vem Eve - ela pegou no braço da amiga - Vem tomar banho e vai dormir, é o melhor que você faz.

Erstes MalOnde histórias criam vida. Descubra agora