CAPÍTULO 18: A primeira vez que ela sentiu ciúmes dele.

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Evelin enrolou André o máximo que pôde. Ele voltou a jogar, o fim do ano se aproximou, o aniversário dela passou, e a insistência continuava.

Dois meses antes da Copa do Mundo na Rússia, Evelin acabou aceitando o pedido dele e, da noite para o dia, se viu enchendo malas e malas de roupa e aos poucos, levando para o apartamento de André. Morar com o namorado nunca havia passado pela sua cabeça, ficou no apartamento dele tempo suficiente para caso ele precisasse de alguma ajuda, mas assim que ele finalmente pôs os pés no chão, fez o convite para que ela se mudasse.

E Evelin ainda não via sentido naquela mudança. Moravam na mesma cidade, tinham as suas profissões e estavam sempre juntos. O que morar na mesma casa iria mudar?

— Mais carinho.

Foi a resposta que André deu quando ela o questionou. O que virou discussão, já que ela achou que ele estava, indiretamente, falando que ela não o dava atenção o suficiente. Teve mais portas batidas. E teve ele, novamente, com um buquê de flores na entrada do prédio que ela trabalhava.

— Acho que essa é a última — Evelin informou ao namorado, quando saiu do quarto puxando uma mala — Ficou algumas roupas no armário, mas estou pensando em doá-las.

André simplesmente ignorava o que a namorada falava enquanto olhava atentamente para o celular. Ele digitava algo, e logo em seguida, o aparelho apitava, e novamente, ele voltava a digitar.

— André! — Evelin gritou e cruzou os braços ao lado da mala.

— Sim, liebe — ele levantou o olhar para ela e então, viu a mala — Essa é a sua última mala?

Então o celular dele apitou novamente.

— Não sei, me diz você o que eu acabei de falar... André Schürrle! — Evelin gritou novamente e batendo os pés, foi em direção dele — O que tem de tão importante nesse celular que você não pode prestar atenção cinco minutos em mim?

André arregalou os olhos e tentava desviar o celular do alcance da namorada, porém ela já era alta e usava saltos vertiginosos. Enquanto eles ficavam naquela disputa, André poupou a briga e bloqueou o telefone, colocando no bolso.

— Pronto, sem celular, nem nada para atrapalhar a gente — ele levou a mão ao rosto dela, e tentou dar um selinho — Eve.

— Você já percebeu que foi só eu aceitar mudar para a sua casa, e pedir para que você me ajudasse com as minhas coisas, que de repente seu celular virou mais interessante que, sei lá... — ela deu de ombros — A vida que nós vamos começar a construir juntos embaixo do mesmo teto.

— Me desculpa! — ele levantou os braços em rendição — Eu juro que isso não vai mais acontecer, se tocar, eu vou ignorar. Vamos lá, essa é a sua última mala? — ela concordou — Certo, o que mais você quer levar lá para a nossa casa?

Mesmo brava com ele, Evelin não pode deixar de dar um sorriso bobo ao ouvir a palavra nossa, se referindo à casa. Sempre foi o apartamento dele, ou a casa dele, ou ela ir morar com ele, mas finalmente virou algo dos dois, como um casal. E ela mal via a hora de chegar contas com os nomes dos dois.

— Não sei — ela torcia o nariz em dúvida — Acho que a decoração que eu achava importante para mim, que tinha algum sentimento, eu já levei. Ficaram só os móveis.

Evelin olhava em volta. Só haviam ficado os móveis grandes dentro de sua casa. Seu sofá, a escrivaninha, sua geladeira.

A cama ela e André entraram em acordo que ficariam com a dele. Ela nem queria saber quantos zeros tinha no valor, mas tinha certeza que valiam um por um.

Erstes MalOnde histórias criam vida. Descubra agora