Naquela mesma noite, Evelin e André pegaram um avião de volta para Dortmund. Ele, com o tornozelo completamente imobilizado. Ela, procurando não abrir a boca para xingar Lewandowski, afinal, se ela pudesse, teria invadido o gramado e descido o braço naquele ignorante.
Robert Lewandowski tinha ido para a lista negra de Evelin. Junto com seu tio, torcedor do Mönchengladbach.
Depois de um Uber os levar do aeroporto de Dortmund ao apartamento de André, Evelin foi para sua casa e voltou para a do namorado com uma mala.
- O que é isso? - ele perguntou deitado no sofá.
- Estou oficialmente me mudando para esse apartamento - ela fechou a porta às suas costas - E não adianta tentar me impedir, você não vai me fazer mudar de ideia.
- Mas eu não...
- Ótimo! - ela não deixou André terminar a frase.
Evelin se aproximou do sofá e com cuidado, sentou próximo à perna machucada de André. Ela tocava levemente o tornozelo e via ele fazendo caras e bocas. Ela assistiu essa lesão acontecer e mal podia imaginar o quanto estava doendo. Os toques se transformaram em carinho e ela passeava com os dedos pelo tornozelo e pé do namorado. Ele então sorriu, fazendo com que ela o acompanhasse.
Eve se levantou do sofá, e pegando sua mala, foi em direção ao quarto do namorado, para arrumar suas coisas em pelo menos uma porta do armário e também deixar aquele cômodo habitável para um homem que havia acabado de machucar o tornozelo e sabe lá por quanto tempo não iria poder colocar o pé no chão.
Na sala, André transformou o sorriso para uma feição preocupada. Ele sabia o que aquele tipo de lesão significava e principalmente, as consequências que traria para sua carreira. Se antes, por algum motivo os tabloides estavam se divertindo com sua "fase ruim", talvez a partir daquele dia, seria personagem de stand-ups.
Evelin voltou para a sala já de pijama, e encontrou André trocando de canal na televisão impacientemente. Ela observou a cena e foi até a mesma, desligando.
- Anda, vamos pro quarto, você precisa dormir.
- Mas Eve...
- André... - ela se aproximou dele e ajoelhou ao seu lado - Esse dia foi igualmente difícil para nós dois. Eu posso não ter sentido a dor física, mas eu senti uma dor imensa dentro de mim quando eu vi seu tornozelo ser moído e o juíz arschloch não levantar um vermelho para aquele polonês lazarento - André não conseguiu não rir daquele comentário - Esse dia precisa acabar para nós dois podermos seguir em frente.
- Você sabe que as notícias não vão ser boas, não sabe?
Ajoelhada, ela fechou os olhos e deu um longo suspiro, antes de abrir e olhar novamente para o tornozelo de André. Ele iria ao médico e faria exames no dia seguinte, onde iria obter uma resposta definitiva.
- Eu posso imaginar - ela se levantou e estendeu o braço - Vamos, eu faço o papel de segunda perna para você.
Com dificuldade, André se colocou de pé e pulando com apenas uma perna, foi até o quarto e se deitou onde Eve havia preparado uma pilha de travesseiros e almofadas para que o pé ficasse confortável e acolchoado.
Porém durante a noite, ele que se mexia muito, não conseguia dormir. Cada vez que virava na cama, sentia o tornozelo atingindo a perna de Evelin, que dormia calmamente. Ele via estrelas e chorava de dor, mas nada o faria acordá-la.
André se surpreendeu quando acordou na manhã do dia seguinte e encontrou Evelin andando pelo quarto enquanto se arrumava. O relógio marcava oito horas da manhã, e se ele não estivesse enganado, era para ela já estar no trabalho naquele horário.
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Erstes Mal
FanfictionErstes Mal, expressão em alemão que significa 'primeira vez', em português. Em um relacionamento existem diversas fases, mas em todas elas, sempre existe uma primeira vez. Primeiro beijo, primeira festa, primeira crise de ciúmes. André Schürrle, ca...