CAPÍTULO 14: A primeira vez que ele a viu chorar.

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Naquela mesma noite, Evelin e André pegaram um avião de volta para Dortmund. Ele, com o tornozelo completamente imobilizado. Ela, procurando não abrir a boca para xingar Lewandowski, afinal, se ela pudesse, teria invadido o gramado e descido o braço naquele ignorante.

Robert Lewandowski tinha ido para a lista negra de Evelin. Junto com seu tio, torcedor do Mönchengladbach.

Depois de um Uber os levar do aeroporto de Dortmund ao apartamento de André, Evelin foi para sua casa e voltou para a do namorado com uma mala.

- O que é isso? - ele perguntou deitado no sofá.

- Estou oficialmente me mudando para esse apartamento - ela fechou a porta às suas costas - E não adianta tentar me impedir, você não vai me fazer mudar de ideia.

- Mas eu não...

- Ótimo! - ela não deixou André terminar a frase.

Evelin se aproximou do sofá e com cuidado, sentou próximo à perna machucada de André. Ela tocava levemente o tornozelo e via ele fazendo caras e bocas. Ela assistiu essa lesão acontecer e mal podia imaginar o quanto estava doendo. Os toques se transformaram em carinho e ela passeava com os dedos pelo tornozelo e pé do namorado. Ele então sorriu, fazendo com que ela o acompanhasse.

Eve se levantou do sofá, e pegando sua mala, foi em direção ao quarto do namorado, para arrumar suas coisas em pelo menos uma porta do armário e também deixar aquele cômodo habitável para um homem que havia acabado de machucar o tornozelo e sabe lá por quanto tempo não iria poder colocar o pé no chão.

Na sala, André transformou o sorriso para uma feição preocupada. Ele sabia o que aquele tipo de lesão significava e principalmente, as consequências que traria para sua carreira. Se antes, por algum motivo os tabloides estavam se divertindo com sua "fase ruim", talvez a partir daquele dia, seria personagem de stand-ups.

Evelin voltou para a sala já de pijama, e encontrou André trocando de canal na televisão impacientemente. Ela observou a cena e foi até a mesma, desligando.

- Anda, vamos pro quarto, você precisa dormir.

- Mas Eve...

- André... - ela se aproximou dele e ajoelhou ao seu lado - Esse dia foi igualmente difícil para nós dois. Eu posso não ter sentido a dor física, mas eu senti uma dor imensa dentro de mim quando eu vi seu tornozelo ser moído e o juíz arschloch não levantar um vermelho para aquele polonês lazarento - André não conseguiu não rir daquele comentário - Esse dia precisa acabar para nós dois podermos seguir em frente.

- Você sabe que as notícias não vão ser boas, não sabe?

Ajoelhada, ela fechou os olhos e deu um longo suspiro, antes de abrir e olhar novamente para o tornozelo de André. Ele iria ao médico e faria exames no dia seguinte, onde iria obter uma resposta definitiva.

- Eu posso imaginar - ela se levantou e estendeu o braço - Vamos, eu faço o papel de segunda perna para você.

Com dificuldade, André se colocou de pé e pulando com apenas uma perna, foi até o quarto e se deitou onde Eve havia preparado uma pilha de travesseiros e almofadas para que o pé ficasse confortável e acolchoado.

Porém durante a noite, ele que se mexia muito, não conseguia dormir. Cada vez que virava na cama, sentia o tornozelo atingindo a perna de Evelin, que dormia calmamente. Ele via estrelas e chorava de dor, mas nada o faria acordá-la.

André se surpreendeu quando acordou na manhã do dia seguinte e encontrou Evelin andando pelo quarto enquanto se arrumava. O relógio marcava oito horas da manhã, e se ele não estivesse enganado, era para ela já estar no trabalho naquele horário.

Erstes MalOnde histórias criam vida. Descubra agora