CAPÍTULO 11: O primeiro Natal deles.

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O Natal na casa da família de Eve era tradicional. A família se reunia em volta da mesa na véspera, faziam orações e votos, faziam também algumas brincadeiras embaixo do visco e, na manhã seguinte, tomavam chocolate quente enquanto trocavam presentes e viam a neve deixar toda a rua esbranquiçada.

E como primeiro Natal como um casal, André queria dar um jeito de passar com Eve pelo menos algumas horas da celebração. Só tinha um problema: ela tinha ido para a casa de seus pais em Düsseldorf. Ele, para os pais dele, em Ludwigshafen.

Era meia-noite, já do dia 25, quando o celular de Eve tocou e uma nova mensagem do namorado foi anunciada.

"Fröhliche Weihnachten, liebe."

Ela sorriu para o celular e se afastou de sua família, indo sentar em um sofá ao lado da árvore de Natal. Antes de responder a mensagem, seu aparelho novamente apitou e uma imagem começou a ser carregada em sua tela.

Uma mala pequena, que ela conhecia como a de André, estava na tela. Ela ficou confusa e então deu zoom, procurando alguma coisa na foto, que talvez havia passado de forma despercebida pelos seus olhos, lhe dando alguma informação.

Nada.

Evelin voltou para a conversa com André e digitou uma mensagem para ele.

"Fröhliche Weihnachten, liebe! Seria melhor se eu tivesse como presente um loiro dos olhos azuis na minha porta, mas só de ter essa pessoa na minha vida, eu estou feliz."

A resposta não veio instantaneamente. André talvez estivesse com sua família, desejando um feliz Natal a eles. Ela deveria fazer o mesmo.

Eve se levantou com o celular no bolso da calça e foi cumprimentar sua família. Seus queridos avós estavam em casa, e a matriarca só sabia falar que desde que André apareceu na vida de Eve, a neta parecia ter um brilho diferente, mas também dava broncas nela, por nunca ter o levado a Düsseldorf.

Tinha também aqueles famosos tios em sua casa, que sempre faziam alguma pergunta inconveniente ou tinham alguma piada. Enquanto toda a família perguntava sobre André, um tio já bêbado falava que ela está namorando um jogador do Borussia errado.

- Mönchengladbach - o homem falou levantando uma caneca de chopp - Tão mais perto da sua casa e você foi não só torcer, como trazer um jogador do Dortmund para casa. Que desrespeito com a sua família, Eve.

Evelin era fofa, carinhosa e amável com as pessoas. Evelin fazia birra para o namorado e seus pais, quando queria. Evelin era mil pessoas em uma só. E ela também sabia ser um tanto ignorante quando queria, mas a convivência com André estava ensinando ela a ser paciente, contar até mil se possível, antes de dar uma resposta atravessada a alguém. Principalmente para a sua família. Principalmente na noite de Natal.

- Quantos gols o homem fez nessa temporada? Dois? - ele continuou falando e ela procurava ignorar. Estava mais interessada em contar quantos desenhos de flocos de neve haviam na nova toalha de mesa de sua mãe - Tá bom, uns três no máximo. Mas se fosse pra pegar um jogador, que fosse pelo menos o capitão ou o artilheiro do time. Alguém que jogue de verdade.

- Chega! - Evelin gritou, apoiada a uma das cadeiras da mesa de jantar.

Seu tio a olhava incrédulo com aquele tom, mas logo desmanchou a feição e manteve um sorriso no rosto. Parecia vitória, por ter conseguido fazer a, ultimamente, pacífica Evelin, perder o controle dos seus nervos.

Ela sentiu uma mão pegando na sua e ao desviar o olhar, encontrou a delicada mão de sua avó, que tinha uma sutil aliança de ouro, em cima da sua.

- Ele é um bom jogador - a senhora exclamou e se levantou, puxando a neta com cuidado, de volta para o sofá - A mídia que é extremamente tendenciosa e maldosa.

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