CAPÍTULO 24: O primeiro campeonato que a filha dele vê ganhar.

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Road to Barcelona.

Desde quando foi anunciado que a final da Liga dos Campeões naquela temporada seria em Barcelona, na Espanha, Evelin tinha apenas dois objetivos naquele espaço de tempo:

1. Ter uma gravidez saudável;

2. Ir à final da UCL em Barcelona — o que só seria possível se o Borussia chegasse à final.

Apesar de Manuela ter nascido um pouco antes do esperado, Evelin teve uma gravidez extremamente saudável. Se alimentou da melhor forma possível, fez exercícios para gestantes e aproveitou a barriga. Fez sessão de fotos, exibia nas ruas, e conversou muito com seu bebê.

— Você vai sentir falta! — diziam a Eve.

Então se aquela barriga durasse apenas nove meses, oito, já que Manu foi apressada, era o tempo que iria curtir.

Como Manu nasceu no dia do último jogo da fase de grupos da Liga, Evelin se dividiu entre cuidar da filha e torcer pelo marido que continuava a viajar pela Europa para cumprir os jogos.

Por recomendações médicas, Eve parou de frequentar estádios durante a gravidez. E como bebês e estádios não costumam combinar, ela também deixou de ir aos jogos após Manu. Era muito grito, bombas, pessoas cantando. Evelin arrepiava só de imaginar Manu em um ambiente como aquele.

Porém, cedo ou tarde Manuela Schürrle iria a um estádio de futebol.

Dortmund ganhou a semi-final contra o campeão da temporada passada, Real Madrid, e estavam na final do campeonato.

Seu oponente seria o Bayern München.

Evelin iria a Barcelona e Manuela a um estádio de futebol.

• • • • •

Era a segunda vez que Evelin assistia André em uma final, mas naquela noite, tinha certeza que tinha um amuleto especial. Dormindo no carrinho, onde a pequena Emma de pelúcia lhe fazia companhia, com um vestido amarelo e protetores de ouvido, Manu descansava na área VIP do estádio, enquanto Eve conversava com as outras amigas antes do jogo. 

Estavam todos tensos por lá, principalmente os aurinegros. A última vez que Dortmund e Munique haviam se encontrado em uma final da Liga, os bávaros haviam levado a melhor. Mas não naquela noite, Evelin tinha quase certeza daquilo.

A famosa ópera invadiu o Estádio Olímpico de Barcelona e Eve, junto das outras esposas e namoradas, foram para seus assentos. Evelin ficou na ponta, onde ao seu lado posicionou o carrinho de Manu, que parecia não se preocupar com o barulho que os torcedores aurinegros e bávaros faziam.

O apito do juiz indicou o início do primeiro tempo do jogo. Bola rolando e nos primeiros minutos era quase impossível falar qual dos dois times tinha uma maior posse de bola. Evelin alternava os olhares entre o campo e Manu ao seu lado, e tinha certeza que em algum momento naqueles noventa minutos, iria ficar sem as unhas, já que a ansiedade estava fazendo com que ela praticamente arrancasse as suas com os dentes.

A cada oportunidade que o Borussia tinha dentro da área dos bávaros, o contra-ataque voltava direto para o campo dos aurinegros e ambos os times erravam suas finalizações. Ou atingia a trave, ou passava por cima dela e até mesmo, nas mãos de ambos os goleiros.

O fim do primeiro tempo chegou e as pessoas voltaram a conversar, comer alguns dos petiscos e beber. Eve se levantou e começou a dar voltas com o carrinho de Manu pelo camarote. Não demorou para que ela encontrasse um par de olhos azuis a encarando com um sorriso no rosto.

Manuela acordou no intervalo de jogo e assim que o segundo tempo iniciou, Eve deixou o carrinho dela de lado e assistiu com a filha em seu colo.

Curiosa que só, Manu tentava se esticar para tentar entender o que estava acontecendo, e então Eve a colocou de pé, facilitando a visão da menina. A filha não tinha equilíbrio nenhum no colo da mãe, mas parecia estar gostando em ver vários homens correndo em campo.

Erstes MalOnde histórias criam vida. Descubra agora