CAPÍTULO 17: A primeira festa que eles deram.

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André finalmente estava colocando novamente os pés no chão. Após alguns meses engessado, naquela tarde ele havia se visto livre daquele peso em seus pés. Era sexta-feira, e aquilo com certeza merecia uma comemoração.

No Uber, a caminho de volta para sua casa, ele digitou uma simples mensagem no grupo do time, e foi o suficiente para alvoroço. Talvez Evelin ia ficar um pouco brava, mas ele aprendeu a se desculpar com ela.

Como já era fim de tarde, e ela procurava sempre sair mais cedo do trabalho no último dia útil da semana, Eve já estava em casa quando ele chegou, comendo pipoca enquanto assistia qualquer coisa na televisão.

- Finalmente! - ela sorriu e deu espaço para ele se sentar ao seu lado, quando entrou em casa - Podemos dormir na mesma cama e eu não chorar em silêncio porque você socou meu pé com aquele gesso pesado.

- Você chorava cada vez que eu virava na cama e batia em você com o gesso? - ele riu do comentário, e levou a mão ao saco de pipoca dela - E você nunca me falou nada.

- André, doía tanto, mas tanto liebe - Evelin gargalhou - Chorar foi exagero, porque se eu já estava dormindo, eu só acordava com a pancada. Mas uma noite eu estava trabalhando na cama, você já estava dormindo, meu Deus... Eu vi até estrelas de dor.

- Você é muito dramática, Eve!

- E você é muito mimado, André Schürrle. Enfim, o que vamos fazer para comemorar que não temos mais gesso?

- Talvez, mas só talvez - ele começou a falar e ela murmurou para ele continuar - Eu já tenha convidado o time inteiro para vir para cá hoje à noite.

Evelin ficou branca. Pálida. Talvez tenha passado pelo tom amarelado na pele. E como assim ela só está sendo notificada quando já praticamente é noite?

- Você o quê? - ela pulou no sofá e ele, de todo aquele tamanho, se encolheu - Não tem nada para comer, não tem nada para beber, não tem nada nessa casa, André. Como nós vamos receber um time de futebol? - Evelin parou achando graça no que tinha acabado de falar. Normalmente usava aquele termo para se referir a certa quantidade de pessoas em um mesmo grupo, mas naquela vez, realmente era um time - Literalmente, um time!

- Ah... Ufa! - ele levou a mão ao coração. Antes deixar seus amigos passando fome e sede do que começar uma briga por isso - Isso, menos mal. Eu falei pra cada um trazer petiscos e bebida. E de qualquer forma, sempre temos Reus e Aubameyang pra trazer bebida o suficiente para uma balada inteira.

- Menos mal. Eu vou ficar no quarto, se você precisar de alguma coisa, pelo amor de Deus, se vira trinta vez antes de me chamar.

- Hein? Vai ficar no quarto por que? - ele cruzou os braços - A reunião do clube da Luluzinha vai ser lá? Quando os caras chegarem com as namoradas e esposas, é para lá que eu mando?

- Você já percebeu a causa das minhas dores de cabeça, liebe? - Eve puxou uma almofada e jogou nele - Me conta tudo direito, e não por partes, demônio!

- Tá, tudo bem. Presta atenção.

- Eu vou te bater - ela ameaçou.

- Devem vir umas trinta pessoas aqui em casa hoje, incluindo namoradas, esposas e afins. Vai ter muita bebida, e falação e gente gritando. E dependendo da situação, o Aubameyang vai descobrir meu computador e virar DJ do Spotify.

Evelin arregalou os olhos imaginando o gabonês com um dos seus óculos de sol, levando a mão ao ouvido, achando que o touchpad do notebook é um dos instrumentos de DJ. Ela olhava em volta, procurando se havia alguma coisa quebrável naquela sala e viu alguns troféus na estante de André. Eram todos jogadores, talvez aquilo eles respeitem.

Erstes MalOnde histórias criam vida. Descubra agora