André finalmente estava colocando novamente os pés no chão. Após alguns meses engessado, naquela tarde ele havia se visto livre daquele peso em seus pés. Era sexta-feira, e aquilo com certeza merecia uma comemoração.
No Uber, a caminho de volta para sua casa, ele digitou uma simples mensagem no grupo do time, e foi o suficiente para alvoroço. Talvez Evelin ia ficar um pouco brava, mas ele aprendeu a se desculpar com ela.
Como já era fim de tarde, e ela procurava sempre sair mais cedo do trabalho no último dia útil da semana, Eve já estava em casa quando ele chegou, comendo pipoca enquanto assistia qualquer coisa na televisão.
- Finalmente! - ela sorriu e deu espaço para ele se sentar ao seu lado, quando entrou em casa - Podemos dormir na mesma cama e eu não chorar em silêncio porque você socou meu pé com aquele gesso pesado.
- Você chorava cada vez que eu virava na cama e batia em você com o gesso? - ele riu do comentário, e levou a mão ao saco de pipoca dela - E você nunca me falou nada.
- André, doía tanto, mas tanto liebe - Evelin gargalhou - Chorar foi exagero, porque se eu já estava dormindo, eu só acordava com a pancada. Mas uma noite eu estava trabalhando na cama, você já estava dormindo, meu Deus... Eu vi até estrelas de dor.
- Você é muito dramática, Eve!
- E você é muito mimado, André Schürrle. Enfim, o que vamos fazer para comemorar que não temos mais gesso?
- Talvez, mas só talvez - ele começou a falar e ela murmurou para ele continuar - Eu já tenha convidado o time inteiro para vir para cá hoje à noite.
Evelin ficou branca. Pálida. Talvez tenha passado pelo tom amarelado na pele. E como assim ela só está sendo notificada quando já praticamente é noite?
- Você o quê? - ela pulou no sofá e ele, de todo aquele tamanho, se encolheu - Não tem nada para comer, não tem nada para beber, não tem nada nessa casa, André. Como nós vamos receber um time de futebol? - Evelin parou achando graça no que tinha acabado de falar. Normalmente usava aquele termo para se referir a certa quantidade de pessoas em um mesmo grupo, mas naquela vez, realmente era um time - Literalmente, um time!
- Ah... Ufa! - ele levou a mão ao coração. Antes deixar seus amigos passando fome e sede do que começar uma briga por isso - Isso, menos mal. Eu falei pra cada um trazer petiscos e bebida. E de qualquer forma, sempre temos Reus e Aubameyang pra trazer bebida o suficiente para uma balada inteira.
- Menos mal. Eu vou ficar no quarto, se você precisar de alguma coisa, pelo amor de Deus, se vira trinta vez antes de me chamar.
- Hein? Vai ficar no quarto por que? - ele cruzou os braços - A reunião do clube da Luluzinha vai ser lá? Quando os caras chegarem com as namoradas e esposas, é para lá que eu mando?
- Você já percebeu a causa das minhas dores de cabeça, liebe? - Eve puxou uma almofada e jogou nele - Me conta tudo direito, e não por partes, demônio!
- Tá, tudo bem. Presta atenção.
- Eu vou te bater - ela ameaçou.
- Devem vir umas trinta pessoas aqui em casa hoje, incluindo namoradas, esposas e afins. Vai ter muita bebida, e falação e gente gritando. E dependendo da situação, o Aubameyang vai descobrir meu computador e virar DJ do Spotify.
Evelin arregalou os olhos imaginando o gabonês com um dos seus óculos de sol, levando a mão ao ouvido, achando que o touchpad do notebook é um dos instrumentos de DJ. Ela olhava em volta, procurando se havia alguma coisa quebrável naquela sala e viu alguns troféus na estante de André. Eram todos jogadores, talvez aquilo eles respeitem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Erstes Mal
FanfictionErstes Mal, expressão em alemão que significa 'primeira vez', em português. Em um relacionamento existem diversas fases, mas em todas elas, sempre existe uma primeira vez. Primeiro beijo, primeira festa, primeira crise de ciúmes. André Schürrle, ca...