Vai de mau para pior

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Luís onde estás tu?- gritava eu pelos corredores da casa.

De repente senti uma mão a me puxar para dentro de um quarto, fiquei super assustada e entrei em pânico, mas quando ouvi uma gargalhada que eu já conhecia soube logo que tinha sido uma partida.

-Luís, seu idiota! Assustas te me!- gritei com ele irritada.

-Hahahaha! Devias de ter visto a tua cara! Foi hilariante!- gargalhava Luís.

-Para de rir seu idiota!- digo agarrando numa almofada e mandando lhe à cabeça.

-Ai! Sua esquisita, vai ver só!- disse Luís pegando numa almofada e a mandando me à cabeça. E assim começou a nossa pequena guerra de almofadas, fizemos uma confusão enorme e só paramos quando a mãe do Luís nos veio chamar para almoçar.

-Mas que confusão é esta?! - perguntou a senhora Gabriela olhando para o quarto que estava todo bagunçado.

-Foi ele/ ela!- dissemos eu o Luís ao mesmo tempo apontando para a cara um do outro fazendo a senhora Gabriela rir.

-Vá! Vamos almoçar e depois logo vocês arrumam esta confusão!- ordenou ela colocando as suas mãos na cintura.

-Sim!- concordamos nós ao mesmo tempo.

Fomos a correr para a sala de jantar e eu fui ajudar a senhora Gabriela a pôr a mesa.

-Obrigada pela a ajuda Alexia!- agradeceu a senhora.- O Luís não costuma me ajudar nas tarefas domésticas.

-Não tem problema!- disse sorrindo sentando me ao lado de minha mãe.

-Alexia, filha, a partir de hoje vamos morar com aqui, até a mãe conseguir ter dinheiro e condições para comprar uma casa.- disse a minha mãe começando o comer o almoço (que por sinal estava bem feito).

- E porque é que não vamos morar com o pai?- perguntei, o clima começou a ficar mais pesado, eu tinha acabado de tocar numa assunto delicado.

-Porque não.- respondeu a minha mãe mortalmente olhando me com frieza.

Decidi ficar calada, seria melhor não falar mais nada para não piorar a situação.

Após o almoço fui arrumar o bendito quarto mais o Luís, mas como ele é um imprestável só ficou a olhar para mim enquanto eu arrumava tudo sozinho.

-Séria pedir muito, fazer te arrumar isto?- perguntei com a minha voz carregada de ironia.

-Sim.- respondeu ele sentado à beira da cama bocejando.

-Levanta esse rabo dai, seu imprestável!- ordenei a mandando uma almofada.

-Cala a boca sua minorca, foste tu que começas te!- respondeu ele desviando-se da almofada que lhe mandei, ele realmente é uma pestes, como vou viver como ele?! Deus me dê paciência!

Depois de arrumar tudo SOZINHA, fui para o meu quarto novo que a senhora Gabriela preparou para mim. O quarto era bem simples e bonitinho, tinha uma cama de solteiro, uma porta que dava para uma varanda, uma mesa de trabalho, uma armário que estava dentro da parede e uma prateleira cheia como os meus livros de medicina. Sim eu sei o que estão a pensar, o que raio uma rapariga de 5 anos estava a fazer como livros de medicina? A resposta é simples... A minha mãe sempre quis ser médica mas como ela não consegui, ela depositou as suas esperanças em mim... E eu aceitei, afinal, eu só quero ser útil e fazer com que a minha mãe se orgulhe de mim.

Peguei no terceiro volume do livro de medicina e comecei a lê-lo. Fiquei ali a tarde toda e estudar e a fazer inúmeros apontamentos. Na verdade, eu odeio estudar, só estou a fazer isto pela minha mãe, a minha verdadeira paixão é o desenho, eu amo desenha mesmo sabendo que os meus desenhos são horríveis e que metem medo a qualquer um.

Amanhã as aulas começam e eu já sinto o nervosismo e o medo a arrepiar a minha espinha, eu ODEIO apresentação! Até porque fica toda a gente a olhar para mim como se tivessem a devorar a minha alma por dentro! É simplesmente HORRÍVEL! No meio dos meus pensamentos comecei a ouvir a porta a abrir se devagarinho. Pronto lá vinha o demónio do Luís azucrinar a pouca paciência que me resta.

- O que estás a fazer?- perguntou ele com cara de tédio, fala a sério este menino não tem mais nada que fazer na vida a não ser chatear me?

-Nada que te interessa.- respondi, vou simplesmente fingir que ele não existe e concentrar me nos livros.

-Meu deus como tu és chata.- disse ele com cara de bunda.

-Se sou chata tens bom remédio da meia volta e não me venhas chatear.

Ficou um silêncio e eu pensei que finalmente poderia me concentrar, mas aquela peste começou a falar outra vez.

-Não tenho nada para fazer.- disse ele cutucando o meu braço inúmeras vezes, fala a sério acho que até senti os meus nervos a saltar para fora.

-Já deu para entender que não tens nada para fazer desgraça! Deixa me em paz!- quase gritei com uma enorme vontade de enforcar uma certa peste que não me parava de cutucar.

-Luís,para de chatear a Alexia.- pediu a senhora Gabriela aparecendo do nada, agora falando a sério, de onde estes seres aparecem?! De Nárnia?- Anda comigo meu menino que já são horas de ires dormir, manhã é dia de escola.- afirmou puxando o seu filho para fora do meu quarto enquanto o mesmo reclamava que não queria ir, minha cara senhora Gabriela, a senhora deve de ser um anjo, até porque acabou de salvar o seu filho de ser estrangulado.

Após eles saírem eu fui vestir o pijama e fui me deitar à espera que o sono tomasse conta da minha consciência.

No dia seguinte acordei com um despertador horrível que não parava de berrar aos meus ouvidos. Porque deus?! Que mal é que eu fiz para aturar isto?

Levantei-me e arrastei o meu pequeno corpo para a casa-de-banho, e adivinha só... A porta estava trancada.

Bati à porta.

-ESTÁ GENTE.- Gritou a peste do Luís do outro lado da porta.

-QUE ESTÁ GENTE JÁ EU ENTENDI, SEU BESTA!! - Gritei de volta, o meu humor matinal nunca foi dos melhores mesmo.- VÊ SE TE DESPACHAS DAI, Ó PRINCESA.

-CALA A BOCA, SUA ESQUISITA , A CASA É MINHA E EU DEMORO O TEMPO QUE ME APETECER.- Gritou o idiota por fim.

Suspirei frustrada, como é suposto eu sobreviver com este idiota? Mesmo que seja temporário, eu acho que a minha sanidade mental não vai durar muito.

Quando finalmente ele decidiu sair eu pude fazer a minha higiene matinal e fui me vestir.

O meu estômago roncou tão alto que eu acho que até os vizinhos do lado ouviram (e olha que eles são uns velhinhos um pouco para o surdos), então presumi que estava com fome.

Arrastei o meu corpo para a cozinha e um ótimo aroma invadiu as minhas narina e fez crescer água na boca.

Continua...

O meu melhor amigo e euOnde histórias criam vida. Descubra agora