O meu melhor amigo e eu

O que pode dar mal numa limpeza?

Eu e o Luis já nos estavamos a preparar para começar o "castigo" que a Tia Gabriela nos deu. Afinal, eram só umas limpezas o que poderia correr mal?

Primeiro iriamos limpar os vidros das varandas e das janelas, enquanto eu lavava por dentro o Luís limpava por fora.

-Ei ajuda-me aqui.- pediu Luís chamando-me para o lado de fora da varanda, se ele pensa que eu vou limpar o vidro por ele está muito enganado!- Preciso de ajuda para limpar aquela nódoa lá em cima.- afirmou ele apontando para o local.

-És tão baixinho que não chegas lá.- gozei  rindo-me da cara dele.

-Cala a boca! Tu também não chegas lá!- rebateu ele, realmente eu não chegava lá sozinha mas eu continuava a ser mais alta que o Luís, e eu orgulhava-me disso.-Anda sobe para as minhas costas.- pediu ele se abaixando, eu peguei no pano e no detergente para limpar vidros e com cuidado sentei-me nas costas do Luis que com um pouco de dificuldade se pôs em pé elevando assim o meu corpo, estiquei me o máxima possível para conseguir limpar o raio da mancha.

-Despacha-te sua gorda!- reclamava ele fazendo um esforço enorme para não me deixar cair ao chão, eu reclamei por ele ter me chamado de gorda e limpei a mancha o mais depressa possível pois não estava com vontade de fazer uma visitinha ao chão.

Quando acabei o Luís praticamente atirou-me para o chão e começou a reclamar que lhe doía as costas e os braços.

-Vê lá se fazes uma dieta, perder um ou dois quilinhos nunca fez mal a ninguém.- ironizou aquela peste fazendo me ficar super irritada.

Quando aquele animal ia fazer um saida triunfante após me mandar aquela indireta, acabou por bater com os cornos na porta de vidro da varanda, isto meus caros, chama-se de karma, e eu juro por tudo que eu tentei mas não consegui, comecei a rir a gargalhada de tal maneira que os meu olhos começaram a deitar pequenas lágrimas e a minha barriga começou a rir.

-Quando é que foi...- ele realmente estava impressionado com a porta de vidro estar fechada, será que ficou tão limpa que ele nem a viu?- Para de te rir sua idiota, não teve piada!- gritava ele irritado esfregando a testa e o nariz que estavam visivelmente vermelhos.

-Teve sim!- respondi ainda rindo que nem uma louca, ele abriu a porta de vidro e saiu com passos barulhentos, ele realmente tinha ficado irritado.

Após o nosso otimo trabalho na limpeza dos vidros, que eu ainda me pergunto como é que o Luís nao partiu o vidro com a cornada que ele deu, nós fomos separar a roupa escura da roupa de cor para por para lavar.

-Não ponhas a roupa branca como a roupa de cor.- avisei eu pela milésima vez.

-Eu sei, eu sei!- reclamava o Luís ainda rabugento.

-Pois, mas não parece! Já é a vigésima vez que fazes a mesma asneira!- repreendi enquanto o mesmo suspirava frustrado.

-Estou cansado de fazer isto!- gritou ele mandando as roupas pelo ar.

-Não te queixes que o castigo poderia ter sido pior!- falei apanhando a roupa que estava espalhada no chão e colocando dentro da máquina da lavar.

-Quantas tarefas ainda precisamos de fazer?- perguntou ele aborrecido, este rapaz só sabe reclamar? Nós ainda só fizemos duas coisas!

-Acho que só falta esta.- afirmei afinal como eramos ainda simples crianças duvido que a tia Gabriela com a sua plena e sã consciência nos deixa-se fazer mais alguma coisa que envolvesse riscos de partir alguma coisa.

-Então vamos logo! Não aguento mais isto!- reclamou ele arrastando me literalmente pela casa toda à procura da sua mãe.

-Mãe já acabamos tudo!- disse ele feliz, este rapaz é bipolar só pode! Numa hora está a reclamar com tudo e noutra já anda a sorrir quase a vomitar arco-íris pela boca.

-Muito bem!- disse a tia Gabriela desviando o olhar dos papeis que estavam na sua mão para nós.- Fizeram um ótimo trabalho por hoje.

-Como assim por hoje?- perguntou Luís desfazendo-se do sorriso que estava afazer à pouco.

-Amanhã voces vão me ajudar noutras coisas.- disse ela sem tirar os olhos dos papeis que ela tinha na mão,  a minha vontade era de desmanchar me a rir com a cara de decepcionado que o Luís estava a fazer, mas controlei-me​ ... por enquanto.

-Vaiam tomar um banho.- ordenou a tia Gabriela.

Eu e o Luís nos arrastamos para a casa de banho, liguei a água quente e enchi a banheira.

O Luís entrou na banheira e deu para ver que relaxou no exato momento em que mergulhou o seu corpo na água.

-E-ei o que tu estas a fazer?!- perguntou ele quando eu entrei na banheira também.

-Tomar banho.- respondi como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, até porque era!

-M-mas eu estou aqui primeiro!- afirmou ele muito vermelho tentando esconder a cara o máximo possivel, qual é o problema dele? Será que nunca tomou banho com ninguém? Eu já tomei varias vezes banho com a minha mãe.

-Mas a banheira têm espaço suficiente para nos os dois! E é mais divertido tomar banho acompanhado!- rebati enquanto o mesmo olhava para todos os lados menos para mim, dava para ver que ele estava muito stressado por causa disso, e o que é que eu fiz, perguntam vocês? Eu, como uma ótima amiga que sou, mandei-lhe água à cara.

-Ei!- disse ele ligeiramente surprendido, mas logo mudou a cara para um sorriso travesso.- Ora sua...- ele encheu as suas mãos de água e mandou para mim.

E assim começou a nossa guerra de água, enquanto entavamos rir de boca fechada para não nos engasgarmo-nos, missão impossivel pois entrava sempre água, passamos assim muito tempo até que a tia Gabriela foi ver o que se passava, no inicio ela parecia um pouco surpreendida mas logo sorriu para nós, mas quando olhou para o chão da casa de banho o seu sorriso se desfez, o mesmo simplesmente estava inundando com água, havia mais água no chão do que dentro da banheira.

-Voces sabem que vão ter que limpar isto, não sabem?-isto não era uma pergunta mas sim uma ordem, eu e o Luís olhamos um para o outro com uma cara de desgosto e fomos nos despachar.

Após nos secar-mos e nos vestir-mos fomos limpar inundação na casa de banho.

Realmente o banho é sempre mais divertido com companhia.

Continua...