Desastre na sala

72 5 0
                                    

Cheguei à cozinha ja estava lá a peste do Luís a devorar os ovos estrelados como se não tivesse comido à 500 anos, se ele continuar assim vai acabar com a comida toda antes que eu possa sequer prova-la.

-Calma ai seu animal! Vê lá se deixas alguma coisa para eu comer, assim acabas como a comida toda!-resmunguei.

-Tivesses despachado mais cedo!- resmungou ele com a boca cheia, que nojo, até dava para ver a comida na boca dele a implorar por socorro.

-Se um certa pessoa não tivesse decidido acampar na casa de banho eu teria me despachado mais cedo.-  ironizei sentando-me à mesa e roubando-lhe um croissant do seu prato.

-Ei! Isso é meu!- reclamou ele escandalizado.

-Correção, ERA teu!- corrigi eu comendo o croissant da maneira mais irritante possivel, eu podia ver a fúria nos olhos do Luís o que me fazia quer rir muito.

Quando ele ia reclamar qualquer coisa a senhora Gabriela entrou na cozinha, e como sempre bem disposta.

-Bom dia Alexia, pensei que tinhas adormecido.- cumprimentou ela passando a mão na minha cabeça, e eu sorri para ela.

-Não senhora Gabriela, só houve um pequeno problema na casa de banho.- expliquei encarando Luís com os olhos semicerrados, enquanto o mesmo mostrava-me a língua.

-Senhora?- ela riu um pouco.- Nao precisa dessa formalidade, podes me chamar de Gabriela ou de Tia Gabriela.- afirmou ela rindo um pouco.

-Certo!- concordei esboçando um pequeno sorriso tímido.

Depois do pequeno almoço fui buscar o meu casaco porque afinal estavamos em Setembro e estava um frio de rachar lá fora, a mãe do Luís levou nos para a nova escola, me pergunto onde está a minha mãe não a vi hoje de manhã.

Na despedida a tia Gabriela deu um beijo de boa sorte na bochecha de cada um de nós e fomos à procura da sala de aula.

A nossa sala era a número 4, entramos lá dentro e estava uma enorme confusão, crianças em cima das mesas papeis a voar e gritaria por todo o lado, como a professora ainda não tinha cheagado a sala, aquilo parecia um autêntico jardim zoológico.

O Luís rapidamente fez amizade com toda a turma e eu pelo contrario nem um simples "olá" consegui dar para ninguem, não sei como é que aquela peste do Luís consegue fazer amizades tão simplesmente, afinal quem é que quer ser amigo de um animal raro como ele? Eu realmente não compreendo a sociedade se hoje em dia.

Passados alguns muitos de barulheira e confusão a professora apareceu que nem um furacão mandando todos sentarem e ficarem calados, eu sentei-me na segunda mesa do meio para poder ver bem o quadro e para ficar longe do Luís que estava na quarta mesa.

A aula foi muito aborrecida para mim , pois após as apresentações a professora teve a nos encinar as letras do alfabeto e tivemos a fazer fichas de exercicios, e como eu já saia ler e escrever aquela aula foi MUITO aborrecida.

Após a aula nos fomos para o intervalo, e eu como sempre foi para o meu canto pois não conseguia falar com ninguém, fiquei a observar os rapazes a jogarem futebol, eu não sou e nunca vou ser muito boa a desportos mas gostava de ver as pessoas a jogarem.

Quando tocou para voltar para a sala de aula, foi uma confusão enorme, havia empurrões de um lado e eu estava a ser esmigalhada por dois rapazes. De repente senti uma mão a puxar-me para a trás, e assustada olhei mas era só o Luís.

-Fica aqui a minha frente assim ninguém te empurra.- disse ele.- EI SEU ANORMAL PARA DE EMPURRAR!-  gritou ele irritado para o rapaz que estrava a trás dele, bem até a peste do Luís pode ser útil deves em quando.

Finalmente, após muitos empurrões, chegamos à sala n°4, e a professora já estava na sala à nossa espera. Eu sentei-me na minha mesa e um rapaz passou por mim e roubou me a caneta.

-Ei devolve-me a caneta!- pedi irritada ao senhor-ladrão-de-caneta.

-Não me apetece.- respondeu ele fazendo o seu caminho para a sua mesa, isso realmente me encheu de raiva, cheguei ao pé dele e dei-lhe um valente pontapé na sua perna direita.

-Ai! Reclamou ele esfregando a perna magoada.- Sua idiota!- gritou ele irritado puxando me o cabelo, realmente aquilo estava a doer. Quando ia dar um valente murro na cara daquele miserável, o Luis apareceu dando um carolo na cabeça do rapaz fazendo com que ele me largasse e à caneta.

-Larga-a mas é! Não sabes que é feio bater em meninas?- perguntou Luís irónico, meu caro Luís, agora viras te salvador da pátria?  É que eu estava preste a colocar aquele dente torto de rapaz direito.

-É claro que ele não sabe! Já olhas te para a cara dele?- falei para o Luís e o mesmo olhou para mim com uma cara de quem queria explodir de tanto rir, mas conteve-se.

Quando o rapaz ia fazer qualquer coisa ao Luis a professora interveio e mandou nos para um lugar com um berro à Tarzan.

À saida eu, o Luís e o outro rapaz que não sei o nome tivemos de ir com a professora fazer uma visitinha a diretora da escola que telefonou para a tia Gabriela pois a minha mãe estava a trabalhar.

Quando a tia Gabriela chegou desculpou se à diretora, admito que foi engraçado ver a tia Gabriela a fuzilar mentalmemte a mãe do rapaz que me roubou a caneta.
Enquanto entravamos no carro branco da tia Gabriela eu já rezava aos santos do céu para não levar na cabeça quando chegasse a casa, afinal, arrumar confusão no primeiro dia de aulas não é nada agradável.

Tava um silêncio mortal no carro e eu quase arrancava o meu próprio cabelo de nervosismo, eu olhava para o Luis que estava ao meu lado nos bancos de trás do carro, e ele olhava para a janela calmamente com cara de tédio, como ele consegue ficar calmo numa situação destas?

-Alexia...- chamou a tia Gabriela sempre prestando muita atenção à condução, nessa altura eu até comecei a suar frio e a engolir em seco, mal cheguei a casa e já vou levar nos cornos.- Para a próximo não dês só um pontapé! Dá-lhe logo um soco com força!- disse a tia Gabriela visivelmente irritada com a situação anterior.

Nesse exato momento o meu queixo caiu tão baixo que acho que chegou ao centro da terra, eu realmente não esperava isso, e o idiota do Luís ria a gargalhada como se aquilo fosse a piado do século, estou confusa ele está se a rir do que a sua mãe disse ou da minha cara?

Nos chegamos a casa. E tomamos um belo almoço e como castigo pela confusão eu e o Luís teriamos de ajudar nas tarefas de casa.

Continua...

O meu melhor amigo e euOnde histórias criam vida. Descubra agora