Surpresa, idiota!

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Mais um ano se passou e eu estou aqui a apanhar a merda do comboio para ir ver o meu amigo que nem se dá ao trabalho de aparecer! Pois é meu caro, eu já estou com 15 anos e vai ser mais um aniversário que vou passar sozinha. Bem me disseram varias vezes " Alexia, ele não vai aparecer escusas de perder o teu tempo", mas NAAAAAAO! EU TENHO DE SER BURRA E APANHAR UMA SECA DO CARALHO!
E voces devem se estar a perguntar o porque de eu ainda não ter desistido, a resposta é simples, eu fiz uma promessa e vou cumpri-la mesmo que ele não a cumpra
Quando sai do comboio sentei me no banco habitual a ouvir musicas bem deprimentes e a olhar para o alem com a minha grande cara de cu a fazer o meu joguinho secante de contar quantas pessoas estavam na estação.
-Que cara de cu é essa, Alexia?- perguntou Lucas aparecendo sabes se lá onde, caralho, estas pessoas devem ter tirado um curso de ninjas ou então vieram de Narnia!
-Credo criatura! Não me assustes assim!- pedi pondo a mão no local onde se localizava o meu coração.
Ele riu de mim.
-Err... Parabéns?- disse ele com uma certa duvia, eu ri.
-Obrigado.- agradeci com um sorriso sincero, ele foi uma das poucas pessoas que se lembrou do meu aniversário.-Hoje não estas a trabalhar?- perguntei vendo que o mesmo não estava a vestir a farda do trabalho.
-Não,  hoje estou de folga , só vim buscar o casaco que me esqueci no outro dia.- disse ele apontando para o casaco que estava dentro da cabine dos bilhetes de comboio.-Continuas à espera do teu amigo?- ele perguntou.
-É...- admiti com um sorriso triste.
Ficou um clima tenso no ar.
-E já que está tanto calor, o que achas de vir comer um gelado?- convidou ele tentando quebrar o clima pesado que estava a pairar no ar.
Agora vamos ver as vantagens e as desvantagens de aceitar a proposta.
Primeiro as vantagens:
1°- Estou praticamente a torrar aqui ao sol e um gelado iria cair muito bem.
2°- Iria comer de graça.
3°- Volta mas é para as duas primeiras vantagens que elas é que interação.
E agora vamos analizar as desvantagens:
1°- O cabrão do Luis poderia aparecer a qualquer momento... ou não
2°- ... Hmm.... Pois é... Eu acho que não há mais desvantagens.
-Não sei se devo sair daqui...- falei meio indecisa, Lucas parecia estar a pensar.
-Bem... Se não podes ir ter com o gelado, o gelado vem até a ti!- ele disse decidido.- Espera aqui que eu já volto com o gelado.- ele disse piscando o olhos e com um sorriso brincalhão, ele estava mesmo a tentar me animar.
Passado alguns minutos ele voltou com dois gelados na mão.
-Foste fazer a maratona ou quê?- perguntei vendo ele tentando recuperar o ar ofegante.
-Não.- ele disse respirando fundo e sentando ao meu lado.- Como não tinha dinheiro para pagar os gelados, tive de fugir da policia.- falou ele com um tom brincalhão.
-Gelado roubado? Ui, vai saber ainda melhor.- afirmei tentando pegar o meu gelado mas ele impediu-me.
-Nananina não! E onde está a minha recompensa por ter sido um bravo cavaleiro e ter fugido com dois gelados nas mãos?- perguntou ele irónico.
Fiz uma carinha de zangada e dei-lhe um beijo na bochecha.
-Idiota! Dá-me o meu gelado.- disse fingindo que estava zangada, ele riu se e deu me o gelado.
Eu parecia uma criança de cinco anos a devorar o pobre do gelado, e o Lucas ria das figuras tristes que eu estava a fazer.
Ficamos umas horas a conversar e ele até me deu o seu número de telemóvel caso eu precisasse de ajuda para alguma coisa.
Quando olhei para o relógio já eram 5 da tarde e o Lucas teve que ir embora pois tinha uma coisa combinada com os amigos, fiquei meia hora sozinha e fartei-me! O meu comboio so voltava daqui a uma hora e meia e eu iria fazer uma visitinha a um certo idiota chamado Luís, já fazia uns anos mas eu ainda me lembro mais ao menos o caminho para a
casa da tia Gabriela.
Demorei meia hora a chegar , tenho que me despachar, o meu comboio chega daqui a uma hora.
Respirei fundo e toquei a campainha, passados alguns minuto, abriram me a porta, era o Luis!
Ele estava mais alto e muito mais bonito do que quando era criança, os seus olhos verdes mostravam admiração.
-SURPRESA, IDIOTA!- gritei me atirando para cima dele dando um abraço tão forte que acho que ele ficou sem respirar.
-A-Alexia?! O que fazes aqui?- perguntou ele admirado.
-Nao ouvis te a parte da "surpresa"?- perguntei irónica.
Ele arrastou me para dentro de casa e fecho a porta.
-A tia Gabriela não está?- perguntei, estava com muitas saudades dela e do tio João.
-Não eles estam a trabalhar.- ele falou muito nervoso.
Nesse exato momento a campainha tocou e o Luis ficou quase transparente de tão nervoso que estava, que merda é que ele aprontou agora?
Antes que o meu cérebro podesse processar alguma coisa, o anormal do Luís arrastou me para a casa de banho e empurrou me lá para dentro.
-Não te atrevas a sair daqui!- ele mandou trancando a porta pela parte de fora.
-COMO É QUE QUERES QUE EU SAIA DAQUI SE TU TRANCAS TE A PORTA SEU ANORMAL!!- gritei bem alto para que ele me ouvisse do outro lado da porta.
-NÃO FAÇAS BARULHO!- ele gritou e eu rosnei irritada, quer dizer, eu tenho o trabalho de vir cá para matar as saudades e ele tranca me na casa de banho?
Comecei a tentar escutar por detrás da porta, ele estava a falar com uma... rapariga? Passados alguns minutos, ele voltou e destrancou a porta de deu de caras com a minha maior cara de cu a olhar para ele, ele tinha muitas explicações a dar.
-Err... Por onde é que ei de começar?- perguntou ele coçando a nuca da cabeça.
-E que tal pelo início.- respondi-lhe com um grande tom irónico cruzando os braços e fazendo cara de zangada.
-Bem... Sabes... Eu conheci varias pessoas e tal...- ele tentou-se explicar.
-Sim, continua...- falei impaciente.
-E eu acabei por me apaixonar... e... e... ela é a minha namorada!- ele confessou muito envergonhado, no exato momento em que ele disse isso eu juro que tive cinco ataques cardíacos, dois AVC's e uma convulção nervosa.
-O QUÊ?!- perguntei nervosa.
-Isso mesmo que ouviste! Mas tenho a certeza que não te vais importar pois vi te a ti e ao teu namoradinho à poucas horas atrás.- ele falou irritado, namorado? Mas eu não tenho namorado...
-Espera ai... Deixa ver se eu entendi bem... Tu ficas te estes anos todos a observar-me e ainda tives te a lata de me deixares ali? NÃO TIVES TE O MINIMO SENSO COMUM DE IRES TER COMIGO?- gritei com a raiva acumulada nos meus grandes olhos azuis.
-A mim, parecias bem acompanhada!- ele falou ironico cruzando os braços à frente do peito, eu estava a ferver de raiva! Eu queria esmorrar a cara dele quinhentas vezes.
-Olha eu não tenho tempo para estas novelas mexicanas! Eu vim para te ver, mas parece que fiz a escolha errado!- falei dando meia volta indo em direção à porta da rua, precisava de me apressar daqui a nada o comboio iria partir.
-Tu não vai a lado nenhum!- ele disse me puxando por um braço. Os nossos corpos estavam colados e eu sentia a respiração dele na minha cara, ele estava perto, demasiado perto, os olhos verdes dele me encaravam com intensidade, parecia que me ia arrancar a alma.
Ele começou se a aproximar mais, e mais, ele... iria me beijar?!

Continua...

O meu melhor amigo e euOnde histórias criam vida. Descubra agora