6. My kidnapping

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Viajamos por, eu acho, mais de uma hora. Meus braços estavam gentilmente em volta do corpo de Lauren. Era reconfortante. Ela não corria mais então eu podia relaxar e aproveitar. O vento contra a gente, os cabelos dela voando no meu rosto e fazendo uma cosquinha gostosa. Eu parecia nem ter mais medo de moto, ou não me importar com esse detalhe. Pequeno detalhe, afinal, Lauren estava ali comigo e nada mais parecia importar. Já que ela não estava sendo grossa, nem tentando me afastar e só Deus sabe até quando isso iria durar.

- Não dorme, Camz. Já estamos chegando - Lauren falou quando sentiu eu apoiar a cabeça em suas costas. Que nem eu fazia quando era pequena, com meu pai, quando ele ia me buscar no colégio. Só que ao invés de uma moto, era uma bicicleta. Murmurei um "não estou dormindo" e ouvi sua risada leve em resposta.

- Chegamos - Lauren anunciou alguns minutos depois.

A moto parou bruscamente e me jogou para frente. Lauren me segurou, impedindo que eu caísse. Agradeci e descemos daquela coisa. Mesmo estando com menos medo, fiquei mais tranquila quando desci da moto. Aquele monstro de duas rodas podia matar alguém.

- Ahm... eu tenho que avisar a minha mãe.

- Certo - foi sua resposta. Lauren tirou seu celular do bolso e discou alguma coisa. Colocou o aparelho no ouvido e esperou.

- Alô, tia Sinu?! - mais o que?

- Lauren - sussurrei. - Deixa que eu falo com ela - fui ignorada.

- Alô. Quem está falando? - minha mãe respondeu, no viva voz

- Sou eu, Lauren. Fiquei magoada, tia Sinu, você não reconheceu minha voz.

- Lauren! Quanto tempo. Como está?

- Estou bem. Só estou ligando pra avisar que a Camila está comigo.

- Está? Tudo bem. Pede pra ela não chegar tarde.

- Okay. Tchau - ela se despediu e desligou.

- Lauren, você é impossível. Ela vai me matar.

- Relaxa, Tia Sinu ainda confia em mim.

- Não conte com isso, Jauregui - ela riu com sarcasmo.

Lauren começou a andar na direção da floresta a nossa frente. Foi ai que reparei no lugar em que estávamos. Só tinha mato e árvore.

- A gente vai entrar? - esperei Lauren se virar para mim e apontei a floresta à nossa frente. Tinha uma trilha e minha pergunta era óbvia, mas eu queria ter certeza.

- Sim - ela respondeu com aquele tom de "não é óbvio?!".

- Pode ser perigoso...

- Relaxa. Quase ninguém vem aqui - ela terminou de falar e me estendeu a mão. Aceitei e ela me puxou para dentro da floresta.

***

Estávamos andando à uns 20 minutos, mais ou menos. Lauren ficou calada o tempo inteiro. Abria a boca apenas para responder aos meus resmungos. "Já estamos chegando?", "Ai, um bicho.", "Lauren, se tiver uma cobra aqui eu te mato.". Nesse último ela riu e falou que eu era impressionante. Ela estava na frente, vez ou outra tirando um galho da frente para passarmos. Nossas mãos estavam juntas e o calor que a mão dela emanava era bom. Me fazia sentir segura.

Estava olhando para nossas mãos quando ela parou e as separou. Queria pedir para não fazer isso, para não se afastar de mim, de todas as formas, mas aquela vozinha gritou de novo para eu não fazer isso. Não era o momento.

The Love Is Dangerous (CAMREN)Onde histórias criam vida. Descubra agora