8. Is it real?

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POV LAUREN_

Acordei com meu celular tocando em baixo do travesseiro.

- Alô? - atendi com a voz sonolenta.

- Lauren, onde é que você tá? Se a mamãe acordar e não te ver em casa ela vai surtar.

- Tá, Taylor. Eu já estou indo. Depois te explico.

Finalizo a ligação e foco na pessoa em meus braços. Camila dorme tranquilamente e tem um sorriso leve em seus lábios. Fico com medo de acorda-la, ela parecia um anjo, então permaneço deitada.

Fito o teto do quarto da garota em meus braços. Meu Deus, o que eu fiz? O que a gente fez? Eu transei com a minha melhor amiga. Ex melhor amiga talvez. Estou confusa e não sei o que pensar, nem por onde começar a pensar.

Levanto da cama, vou até o banheiro e jogo uma água no rosto. Pego minhas roupas espalhadas pelo chão do quarto e sorrio ao lembrar de nossa noite. Nego com a cabeça, ainda sorrindo, para tentar esquecer aquela lembrança.

Me visto rapidamente e trato de sair pela janela. O dia está começando a clarear. Espero chegar em casa antes da minha mãe acordar.

Pego a moto e a empurro até a próxima esquina, para não acordar ninguém na casa dos Cabello.

Dirijo rápido e sem cautela. Quero chegar logo em casa.

O zumbido do vento no meu ouvido me incomoda. Meus cabelos voando com força pra trás. Logo chego em casa. A casa dos Cabello é perto da minha. Deixo a moto jogada na garagem e entro em casa, na ponta dos pés para não acordar ninguém. Vou para meu quarto e tomo um banho rápido, porém relaxante.

Coloco uma calcinha e um blusão. Passo uma toalha nos cabelos para tirar o excesso, mas nada demais. Nem penteio e deixo secar naturalmente. Ligo o ar do meu quarto e me jogo na cama. Apago assim que deito.

***

Acordo com o sol de 10h da manhã batendo na minha cara. Eu sempre esqueço de fechar a merda da cortina. Levanto e a fecho com força e raiva.

Ando pelo quarto e paro em frente ao espelho. Observo meus cabelos bagunçados e minha cara amassada de sono. O que foi que eu fiz? Flashes da noite anteriorior vem e é tudo como se fosse um sonho. Provavelmente eu acharia que era um sonho, se não fossem as marcas espalhada pelo meu pescoço e meus seios.

Fico levemente vermelha. Nós fizemos tanta coisa. E foi totalmente sem pensar. Acho que se eu tivesse parado pra pensar, teria parado. Acho também que foi a melhor coisa que já fiz sem pensar. Minha primeira vez... primeira vez com minha amiga. Não podia ter sido melhor e nem com outra pessoa, se não estragaria.

Logo o capetinha sentado em meu ombro esquerdo entra em ação. "Às vezes precisamos nos jogar de cabeça naquilo que queremos. Sem parar para pensar, só deixar nosso coração nos guiar." O anjinho, no ombro direito, retruca, negando com a cabeça "Temos que agir com razão. Ouvindo sim nosso coração, mas pensando se aquilo é realmente o que queremos, se é certo e se vai nos fazer mal."

Hm. Peso o discurso dos dois. Tá, agir com o coração é bom, mas às vezes temos que pensar também, pra não despirocar e simplesmente fazer merda. Mas se pensarmos, podemos acabar ficando com receio e desistir de algo que realmente queremos. É uma discursão e tanto. Desisto de tentar achar uma boa resposta por hora.

Me jogo na cama novamente e fico pensando naquela noite. Volto a sentir como se fosse naquele momento os lábios de Camila nos meus. Descendo pelo meu pescoço, torturando meus seios, seguindo pela minha barriga, chegando no meu sexo e me torturando novamente ali até me fazer gozar. Só de lembrar disso, dos nossos gemidos e principalmente o meu, começo a sentir um desconforto no meio das pernas e a desejar que tudo aconteça de novo. Suspiro.

Nem sei se isso vai acontecer novamente, e se é certo desejar que aconteça. Não sei o que ela está pensando, ou vai pensar. Ela é uma pessoa diferente agora. Será que gostou? Será que era só aquilo? Como será que ela vai reagir quando nos virmos novamente no colégio?

As dúvidas surgem na minha cabeça e não consigo pensar em respostas possíveis. Eu não a conheço mais e nem ela a mim. Somos pessoas diferentes. Talvez ela nem queira mais que eu volte para a vida dela... Não, acho que não. Senão não viria me cobrar respostas. É, talvez ela não me tire da cabeça, como eu não a tiro. Ou... ou talvez eu só esteja me iludindo.

Dou três socos na testa, para esquecer aquilo.

- Tola - pronuncio em voz alta. Ficar pensando em "talvez" e "serás" da minha vida não vai me levar a lugar algum.

Pulo da cama e vou até o banheiro. Faço minhas necessidades e jogo uma água no rosto. Encontro Tay no meio do caminho para o quarto e ela me para.

- Oi, sumida. Onde estava até tarde? Ou deveria dizer cedo?

Minha irmãzinha me pergunta com tom interrogatório.

- Ei! Sou a mais velha. Eu é que tenho que te questionar onde vai ou deixa de ir. Mas... então, eu tava na casa de uma amiga.

- Amiga, sei. Você e sua amiga brincam de se pegar, por acaso? Você não conseguiu esconder essas marcas.

Instintivamente, levo a mão ao meu pescoço.

- Brincamos de ginecologista, talvez - falo sem pensar, olhando para o nada, ainda envergonhada por Taylor ter visto o que viu.

- Que?

- Ahm... nada.

- Tá, estranha. Tchau.

- Minha vez de perguntar: onde a senhorita vai?

- Na casa de uma amiga - Tay responde inocentemente.

- Ah. Não brinque de ginecologista com ela. Ainda não está na idade.

- Que? - ela para na escada e olha para mim.

- Nada, Tay - falo rindo. Tome cuidado e não volte tarde.

- Ok, mãe - a escuto gritar do andar debaixo.

Volto para meu quarto e olho para minha estante de livros. Já que a minha não é boa, vou ocupar minha mente com histórias boas e que tem desfechos bons para suas personagens. Pego um livro da estante e me perco na história de alguém que é feliz.

The Love Is Dangerous (CAMREN)Onde histórias criam vida. Descubra agora