antichrist - csc. + yjh.

t h i r t y t w o

— Pai, calma, por favor — disse Jeonghan, se levantando e indo até seu pai.
— Como eu vou ter calma diante a um horror desse? — gritou o sr. Yoon. — Você vai direto para o inferno, junto desse pecador imundo!
— Como você pôde fazer uma coisa dessas, Jeonghan? — disse sua mãe, tentando ficar calma. — Justo você, um menino tão doce e puro...
— Ele não fez nada de errado — Seungcheol disse, se levantando também. — Nós apenas estávamos...
— Eu vi muito bem o que vocês estavam fazendo! Eu já desconfiava, todo esse entusiasmo com o novo amigo, o filho de um velho bêbado pecador, que nem respeita a própria mulher!
— Olha como o senhor fala do meu pai! — gritou o Choi, perdendo o controle. — Ele é um bom homem!
— Você é igual a ele, um verdadeiro filho do demônio, e quer arrastar meu filho para o mesmo caminho! Mas agora, vou corrigir as coisas...
O sr. Yoon foi retirando seu cinto, e Jeonghan arregalou os olhos. Pelo canto do olho, ele viu sua mãe chorar em silêncio, decepcionada com o próprio filho. Então ele sentiu suas próprias lágrimas quentes escorrerem por suas bochechas. Lágrimas de ódio pelo seu pai não o ter aceitado, lágrimas de tristeza por saber o que estava por vir. Seungcheol entrou na frente de Jeonghan, partindo em defesa do namorado. Não queria vê-lo machucado, ainda mais pela brutalidade de seu pai.
— Se for fazer alguma coisa, faça comigo! — disse Seung. — A culpa é minha, eu o levei a isso. Ele não tem culpa!
— Saia da minha frente garoto — respondeu o sr. Yoon. — Eu ainda posso salvá-lo, você não.
— Salvá-lo de quê? Salvá-lo de amar alguém? Salvá-lo de me amar? Acho que não é ele que merece uma salvação!
O sr. Yoon empurrou Seungcheol, o fazendo cair no chão e bater a cabeça na parede. Jeonghan se encolheu, e sentiu uma dor lancinante o atingir nas costas. Depois, nas pernas. Ele ergueu o olhar, e viu seu pai erguer o braço, segurando seu cinto. Seu próprio pai, aquele que tanto o amava, que agora não reconhecia mais.
Seungcheol se levantou, e tentou impedir que o sr. Yoon acertasse outra vez o corpo de Jeonghan, mas foi impedido pelo mesmo com mais um empurrão. O homem estava em fúria, completamente descontrolado, e ele percebeu que nada o faria parar. A cada estalo do cinto, Jeonghan gritava mais alto, as marcas vermelhas ficando cada vez maiores. A sra. Yoon e Seungcheol apenas olhavam, com o Choi se sentindo completamente inútil. As lágrimas já escorriam por seu rosto, vendo seu amor sofrer daquela maneira.
Se pudesse, Seungcheol tomaria as dores de Jeonghan. Mas de certa forma, ele já as sentia.