t h i r t y n i n e

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— Ao que tudo indica, Jisoo não vai aparecer por aqui tão cedo — concluiu Seungkwan.
Jeonghan estava boquiaberto. Ele mal conseguia acreditar que tudo aquilo havia acontecido há apenas uma hora atrás. Estava feliz por não ter mais Jisoo os atrapalhando, mas ficou extremamente triste pelo ex-amigo. Não deveria ser fácil sofrer uma decepção daquelas, mas então se lembrou de todas as maldades que ele havia feito, e o sentimento passou.
— Seungcheol é corajoso — disse Jeonghan, sorrindo. — Não sei o que seria de mim sem ele.
— Minha santa Beyoncé! Esqueci de te contar a melhor parte! — exclamou Seungkwan, dando tapinhas exagerados em seu braço. — Ele disse que agora, fará de tudo para ficar com você, livremente! Ele vai lutar contra a sua família para vocês ficarem juntos! Isso não é demais?
— Como assim? Ele vai fazer isso mesmo?
— E você não conhece Choi Seungcheol? Ele nunca desiste de nada, principalmente se for você.
Lá embaixo, alguém tocou a campainha. Jeonghan e Seungkwan se entreolharam, quando ouviram alguém gritar.
— Deve ser ele.
Os dois desceram correndo, e viram Seungcheol na porta, acompanhado de Hansol, Wonwoo e Mingyu. Sua mãe estava parada lá também, em choque. O sr. Yoon surgiu da sala, irritado.
— Mas o que esse filho do demônio está fazendo aqui? — gritou ele. — Já disse que não quero ver você perto do meu filho!
— Eu não irei sair daqui sem ele — respondeu Seungcheol, sério, apontando para Jeonghan. — Me desculpe, senhor, mas eu amo seu filho.
Jeonghan ficou estático. Atrás dele, Seungkwan segurou um riso de felicidade, parecia que estava em uma novela.
— Se retire da minha casa agora!
— Senhor, não podemos ao menos conversar e resolver tudo isso de uma vez? Sem violência, espero.
O sr. Yoon ponderou um pouco a proposta do Choi. Ele olhou para seu filho, que praticamente implorava com os olhos por pelo menos uma conversa. Sua esposa também pedia, afinal, prezava pela felicidade do filho.
— Tudo bem, mas apenas uma conversa. O que for decidido aqui, será definitivo.
Os quatro entraram na casa, em silencio. Seungkwan teve que arrastar Jeonghan para a sala, pois o mesmo ainda se mantinha em estado de choque. O sr. Yoon pediu educadamente para que se sentassem, e assim o fizeram.
— O que você quer com o meu filho? — perguntou o sr. Yoon, baixinho. — Quer levar ele para o caminho do inferno?
— Senhor, por favor, me escute — pediu Seungcheol, calmamente. — Eu sei que para você, para a sua religião, amar outro homem, ou outra mulher, pode ser errado. Eu sei que você não aprova que seu filho ame outro garoto, que você planejou um casamento para ele com uma mulher maravilhosa, religiosa, que iria lhe dar muito orgulho, mas não acontece assim. O senhor não vê o quanto esse preconceito é errado?
— Olha aqui, moleque...
— Por favor, senhor — interrompeu Wonwoo. — Deixe ele terminar.
Seungcheol respirou fundo, e foi até Jeonghan.
— Eu amo o seu filho, senhor. Eu o amo com todas as minhas forças, mesmo com o senhor achando isso errado. Na Bíblia está escrito que Deus ama a todos, indiferente da sua opção sexual, ou de qualquer outra coisa. Por acaso saber que seu filho é gay vai alterar alguma coisa no amor que o senhor sente por ele? Tudo isso só o faz sofrer, e eu não estou me referindo ao ficar longe de mim, mas sim em saber que o próprio pai não o aceita do jeito que ele é. Por isso, eu peço com todo o meu coração, deixe ele livre para amar quem ele quiser, não seja um monstro que amedronta o próprio filho.
Todos ficaram em silêncio ao ouvir as palavras de Seungcheol. A sra. Yoon chorava baixinho, emocionada com as palavras ditas. Wonwoo, Hansol, Seungkwan e Mingyu sorriam orgulhosos, e até tiveram coragem para se abraçarem, cada um com seu respectivo namorado, para mostrar que nada aquilo importava, que eles iriam ficar juntos até o fim. O sr. Yoon pensou por alguns instantes, até que resolveu se pronunciar.
— É assim que eu pareço para você, Jeonghan? Um monstro?
Jeonghan abaixou a cabeça, e passou a mão em um dos hematomas. O sr. Yoon começou a chorar, se culpando.
— Meu Deus, o que eu fiz? Eu nunca irei me perdoar! — disse ele, erguendo as mãos para o alto.
A sra. Yoon se aproximou do marido, o abraçando, e Jeonghan fez o mesmo. Então, a família Yoon estava em prantos, se desculpando por tudo o que haviam feito ao seu filho. Seungcheol ficou feliz por vê-los se reconciliando, sendo felizes de novo.
— Por favor, meu filho, aceite as desculpas do seu velho pai — disse o sr. Yoon, abraçando Jeonghan.
— Está tudo bem, pai, está tudo bem.
O pai de Jeonghan se levantou, e puxou Seungcheol para um abraço, afinal, também devia desculpas a ele.
— Você será muito bem vindo nessa família, Seungcheol.

antichrist - csc. + yjh.Onde histórias criam vida. Descubra agora