antichrist - csc. + yjh.

f o r t y

Alguns anos depois.

— Hannie? Pode me ajudar aqui um minutinho?
Jeonghan correu até o marido, já imaginando as besteiras que o mesmo havia feito. Seungcheol tentava colocar um vestido vermelho em Haneul, que ria sem parar.
— Papai! Essa é a parte da frente! — disse a filha, rindo mais uma vez.
— Deixe comigo, acho que você nunca vai aprender a colocar um vestido — disse Jeonghan, pegando Haneul no colo. — Enquanto isso vá lá embaixo e vê se o Eunkyung já está pronto, estamos um pouquinho atrasados.
Jeonghan rapidamente vestiu a filha e ajeitou seus cabelos, pois tinha mais facilidade nisso do que Seungcheol.
— Papai, posso levar a Ming comigo? — perguntou Haneul, se referindo a sua gatinha de estimação. — Ela não pode ficar muito tempo sem mim.
— Infelizmente não, meu amor, não pode bichinhos em escolas. Mas olha, eu e o papai prometemos cuidar dela enquanto você estiver fora, ok?
A menina assentiu, envolvendo seus bracinhos magricelos ao redor do pescoço do pai. Jeonghan a pegou no colo, pegou sua mochila e desceu as escadas. Lá embaixo, Seungcheol brincava de futebol com Eunkyung, o outro filho do casal, gêmeo de Haneul.
— Cheollie! Assim ele vai ficar todo sujo! — Exclamou Jeonghan, como uma verdadeira mãe.
— Eu acabei de ganhar do papai, fácil fácil — disse Eunkyung, sorrindo orgulhoso de seu pequeno feito. — Eu jogo muito melhor do que ele, acredita papai?
— Acredito sim, papai nunca foi bom com essas coisas — disse Jeonghan, tentando limpar a roupa do filho.
— Você não dizia quando eu te ensinei a andar de skate, não é?
Os gêmeos deram risada, deixando Jeonghan vermelho. Seungcheol ajeitou Haneul no carro, enquanto Jeonghan ainda tentava ajeitar a roupa de Eunkyung. Era o primeiro dia de aula deles, mas parecia que os pais estavam mais nervosos que os filhos.
— Está bom papai, já estou limpo — disse Eunkyung, pegando sua mochila e correndo até o carro.
Só Deus sabia o sufoco que o casal passou para adotar os gêmeos. Fazia apenas um ano que estavam casados, quando encontraram os bebês em uma esquina. Infelizmente, o preconceito sempre os rodeava, mas isso não os impediu de ir até o fim na luta da guarda das crianças. Suas famílias ficaram extremamente felizes ao saberem que ganhariam dois netos, e os filhos dos amigos teriam alguém para brincar. Wonwoo e Mingyu adotaram um menino, e Seungkwan tentava a todo custo convencer Hansol de adotar mais uma menina. O grupo, com exceção de Jisoo, de quem nunca mais ouviam falar depois de um longo pedido de desculpas, era mais unido do que nunca, e moravam um perto do outro em Seul.
Agora, os gêmeos já estavam com seis anos, e iriam pela primeira vez a escola. Minhyuk, o filho de Mingyu e Wonwoo, estava apenas alguns anos na frente dos gêmeos, pois já tinha oito anos, e a pequena Sunhee, filha de Hansol e Seungkwan, também iria iniciar sua vida escolar. Como todos já se conheciam, Jeonghan ficou mais tranquilo, pois seus filhos não ficariam tão sozinhos.
Ao chegarem lá, Sunhee e Minhyuk esperavam pelos amigos no portão. Assim que saíram do carro, correram em direção a eles, sem olhar para trás.
— Que ingratidão! Vão embora sem nem dar um beijo nos pais de vocês? — disse Seungcheol, fingindo estar magoado.
— Puxa! Desculpa, papai!
Haneul puxou o irmão pelo braço, e foram correndo em direção aos pais, que os esperavam de braços abertos. Os gêmeos os abraçaram, um abraço coletivo e bem apertado, e beijaram suas bochechas ruidosamente.
— Se cuidem, ok? — disse Jeonghan, ajeitando suas roupas uma última vez. — Nós amamos vocês.
— A gente também ama vocês — disseram os gêmeos em uníssono, depois deram as mãos e seguiram com seus amigos para dentro da escola.
— Sabe, hoje é a minha folga, a sua também, eu estava pensando se...
Jeonghan olhou para o marido, que o olhava com um sorriso malicioso nos lábios. Ele riu, e lhe deu um tapinha fraco no ombro.
— Você não muda, não é Cheollie? — disse ele, e então deu um selinho. — Vamos, quem sabe eu não atenda seu pedido.
Tudo estava bem. Eles tinham um ao outro, e tudo estava bem.