Conversa de família

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Na manhã seguinte acordo com meu pai acariciando meus cabelos, eu o olhei, ele sorriu.

"Foram embora agora de manhã, ele está bastante assustado e triste!". Eu apenas fiquei olhando, minha vontade era de mandar todos a merda, mas não podia culpar meu pai por gostar dele.

"Eu nunca vou achar um marido como Ash foi para mim pai!... Acho que eu deveria ficar sozinha por um bom tempo e me achar!... Ash me deixou em pedaços, eu tenho uma parte em nova York, outra aqui e outra na Filadélfia, onde está o meu bebezinho!", abracei meu pai e chorei ao me lembrar da alegria que tive quando descobri a gravidez, era para ele estar nos meus braços, uma parte de Ash estaria viva comigo agora, mas eu não podia ter essa dádiva.

"Você precisa se achar mesmo minha filha!... entrou rápido demais neste relacionamento e é tão fácil de apaixonar por você... Os rapazes enlouquecem e fazem coisas que te magoam e te aprisionam!".

"Eu não sei como faço isso pai!", chorei agarrada a ele.

"Vai saber!... Você é nova e vai aprender!".

Eu o olhei, "O que eu fiz da minha vida?".

"Não foi você que fez!... Fomos nós que te seguramos e não deixamos fazer as suas escolhas quando necessário... Quando se viu livre, saiu batendo cabeça".

Ri do que falou e o abracei.

"eu tenho que ir trabalhar e gostaria que ficasse aqui com sua tia!",papai passou a mão nos meus cabelos, "Eu não sei se foram realmente embora... Então"...

Fizemos uma pausa, avaliei a situação e acabei concordando, "Preciso ligar para o Dr. Smith!".

"Eu já liguei... Na verdade foi ele quem me ligou a sua procura... Quando a policia me ligou e dizendo que tinha te achado... Eu retornei e pedi para ele te afastar por um mês"... Meu pai abaixou a cabeça, senti que sua voz ficou embargada, "Eu achei que você tinha tido outra recaída!", meu pai passou os dedos no nariz e fungou, mas não me olhou, "Eu tive medo de ter perdido você minha filha!".

Caí no choro e o agarrei com força, "Nunca vai me perder pai... Eu posso perder o chão, a cabeça, mas nunca vou tirar a minha vida!".

Meu pai me abraçou com força e chorou comigo, acariciando meus cabelos e chorou comigo, depois me deu um beijo e pediu que descansasse e saiu.

Voltei a deitar e me abracei às cobertas e deixei as lágrimas rolarem, viver com meu pai estava sendo uma das melhores experiências da minha vida, eu estava conhecendo-o, minha tia entrou no meu quarto me trazendo um chá, seu rosto demonstrava que tinha um bocado de coisas para me perguntar, mas se mantinha calada justamente para não me ver surtar, passar dois meses comigo em uma casa enquanto eu vagava entre a morte de Ash a deixou muito abalada, por mais que fosse minha tia, ela era uma segunda mãe e era assim que se sentia ao tentar me ajudar e ficar ao meu lado.

Me sentei na cama e peguei a xícara e agradeci com um sorriso e um obrigado, ela se sentou ao meu lado puxando a cadeira. "Me conte de quem está fugindo... Não pude evitar de ouvir o que você e seu pai conversaram, mas saiba que estou muito preocupada com você!".

Sua respiração estava alterada, peguei em sua mão e sorri, "Estou fugindo de mim mesmo tia!". Ela me lançou um olhar triste e apertou minha mão e eu continuei, "Renzo quer se casar em quatro meses... Eu aceitei... Mas depois".

"Se arrependeu?".

Chacoalhei a cabeça resignada e torci a boca e respirei fundo, "Eu não sei o que eu quero e acho que a melhor coisa que eu fiz foi ter deixado tudo para traz e tentar me encontrar, só isso que preciso... DE um tempo para mim!".

"Você tem razão!", uma lágrima escorreu de seus olhos e não disse mais nada.

Depois de um banho tomado, fui ajudar minha tia na cozinha e no preparo do almoço, e como foi bom, conversamos, rimos e nos abraçamos e muito, há muito tempo eu não sabia o que era cozinhar e ser uma dona de casa.

 

 

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Amor de Primo - Pt.2 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora