Nigel e Vick brigam

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Depois que meu tio e meu pai vieram almoçar, eu e titia nos sentamos para tricotar, eu era péssima nisso, mas arrisquei algumas lassadas na linha, iria fazer um cachecol para mim, mesmo sendo verão, eu podia ir com calma, mesmo assim minha cabeça revivia o dia em que Renzo me bateu, a dor na alma que sentia era pior que a dor que senti por uma semana, chorei em silencio, minha tia respeitou meu silencio, e me senti exausta e resolvi me deitar mais um pouco e dormi por mais ou menos uma hora, quando levantei e saí não achei minha tia, provavelmente estaria na lavandeira ou colhendo verduras, passei pelo corredor tranquilamente e entrei na sala.

"Tia?", chamei ao escutar a porta sendo fechada e Nigel aparece na minha frente, seu rosto empalideceu ao me ver, eu à principio fiquei surpresa e assustada, mas fui tomada pela raiva, Nigel veio ate mim como um furacão levando a mão ao meu rosto machucado pelos galhos da mata, eu o impedi de me tocar, indo para traz e empurrando suas mãos.

"Me deixa ver?... O que aconteceu com você?", Nigel parecia tão assustado quanto eu, torci a boca com raiva, meu coração disparou como uma velocidade incrível e pela primeira vez não foi por ama-lo e sim por odiá-lo, o encarei, meus olhos se encheram de lágrimas.

"Você é medíocre, desprezível, manipulador e mentiroso!", disse secando o rosto com raiva, eu não queria que me visse chorar, ele deu um passo para traz, seu rosto ficou decepcionado e magoado, e eu disparei a falar, "Como pode dizer a Renzo que nós dois transamos no quartinho?", minhas mãos começaram a tremer.

"Eu", dentou dizer.

"Você sabia que ele era violento... Você sabia e mesmo assim você mentiu!", mais lágrimas desceram, "Aprenda uma coisa Nigel, eu não quero você... Eu não vou me casar com você e muito menos ir morar com você em qualquer lugar deste planeta, por que eu não amo você!".

"Mas eu não disse isso que está falando, ele perguntou o que existia entre a gente e eu falei que você sempre vai me amar e eu a você, não importa quantos homens passariam na sua vida", ele se aproximou, "Eu amo você Victória!".

"Mentira!", disse entre os dentes, "Você mente Nigel e é por isso que eu preciso ficar bem longe de você!", eu o olhei com fúria, "Você destruiu uma família linda que eu estava construindo, Priscila é a filha que tanto amo, eu estava apaixonada por Renzo, iríamos nos casar, ele era bom para mim, apaixonado e dedicado... Você destruiu tudo!... Você sempre destrói tudo!... Você quase acabou com meu casamento com Ash... Hoje estou pagando o preço do meu pecado por ter transado com você!".

"Não diz isso!... Você me magoa assim!".

Dei risada, "Eu te magoo?" o encarei com tanta raiva, queria voar em seu pescoço, "Eu fui amarrada... Surrada com uma cinta... Depois ele me estuprou!", minhas lágrimas desceram como cachoeira, "Você despertou o animal dentro daquele homem... Me fez fugir e te odiar e odiar Renzo... E acho que seu objetivo era esse... Me ver humilhada, destroçada por que eu NÃO AMO VOCÊ!".

Nigel pulou sobre mim, me agarrando, seu desespero era grande, "Eu amo você e nunca quis que te machucassem... Mas eu vou coloca-lo no seu devido lugar!".

"VOCÊ NÃO VAI FAZER NADA!", gritou minha tia perplexa a traz de nós, estava pálida e furiosa, ela o agarrou pelo braço e o puxou para me largar, pois eu lutava para que me soltasse, "Você vai embora e vai deixar sua prima em paz... Vai voltar para Nova York, vai se casar com aquela moça e deixar sua prima seguir a vida dela!... Entendeu Nigel?".

"Eu não posso!", disse ele a olhando, sua voz era firme e determinada, titia desferiu um tapa em seu rosto e o puxou para a porta e o colocou diante dela e o encarou.

"Você vai voltar e dar seguimento na sua vida!", titia abriu a porta, eu tremia das cabeça aos pés, minha revolta e o nojo que sentia de qualquer homem que encostasse-se em mim era tamanho, me abracei, deixei as lágrimas rolarem, não consegui expressar nenhum sentimento, nada, só revolta.

Nigel me olhou mais uma vez, a dor em seus olhos era grande eu não pude encará-lo por muito tempo, desviei o olhar e me sentei caindo um choro avassalador, minha tia parou diante de mim com as mãos na boca, Nigel sumiu assim que atravessou a porta, ela chorou comigo ali em pé, e se aproximou e se abaixou diante de mim, passando as mãos nos meus cabelos.

"Sinto muito filha!", ela não parava de chorar, "Mas você precisa denunciar o abuso!".

"Não!"... Disse afastando suas mãos de mim, tentando secar meu rosto, mas as lágrimas teimavam a cair, ela insistiu, mas eu não queria, já tinha passado muito tempo e só queria esquecer essa história, "Eu não quero que fale para ninguém o que ouviu... Muito menos para meu pai!".

Me levantei e fui para o quarto deixando minha tia sozinha, eu queria sumir, fechei a porta, meu corpo inteiro tremia, me sentei na cama e meus sentimentos estavam tão confusos do que antes, Eu queria Nigel e ao mesmo tempo o repudiava pelo que fez, estávamos cada vez nos afastando e não existia mais entendimento entre nós, eu queria gritar, agarrei a barra da minha camiseta e gritei de ódio e revolta, e chorei alto o mais alto que eu podia, minha vontade era de quebrar o quarto inteiro, abri a janela e fugi novamente para a floresta, desta vez tomando cuidado para não ser atingida por uma arvore, e fui para casa aos prantos.

Fiquei um bom tempo encolhida no balanço da varanda de casa, a sorte que meu pai sempre deixava uma manta ali dobrada, eu me enrolei nela e fiquei esperando meu pai chegar, isso me deu tempo para me acabar de chorar e me acalmar, cheguei até a cochilar deitada ali e balançando com o vento.

Fiquei um bom tempo encolhida no balanço da varanda de casa, a sorte que meu pai sempre deixava uma manta ali dobrada, eu me enrolei nela e fiquei esperando meu pai chegar, isso me deu tempo para me acabar de chorar e me acalmar, cheguei até a coc...

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Amor de Primo - Pt.2 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora