Duas semanas depois da euforia de Renzo passar por saber que vai ser pai, voltamos a Aspen para descansar e curtir um fim de semana em família e tirar Priscila de casa e de perto da mãe, acordamos cedo e tomamos o café com tranquilidade, Renzo se preparava para ir esquiar, olhei para ele, sentia falta deste momento.
"Vou com você até a montanha e vou ficar junto às pessoas e ver você descer e tirar muitas fotos do meu esquiador predileto!", segurei nos braços de Renzo enquanto caminhávamos do Resort até a montanha de Esqui, ele tinha um sorriso no rosto, estava feliz, finalmente iríamos ter um filho e um neto, comigo levava a câmera semi profissional que comprei justamente para fotografar a paisagem e quando os bebês nascessem.
"Você acha que Priscila vai superar a ausência de Dylan?", ele me olhou, mesmo com o sorriso no rosto, se via sua preocupação.
"Vai!... Quando ela tiver seu bebê nos braços... Seu amor vai ser totalmente transferido para ele!".
"Estou feliz que seja um menino!", ele abriu um largo sorriso.
"Eu também!", o apertei e caminhamos em silencio, ele sentou no teleférico e acenou para mim, rapidamente tirei algumas fotos dele e sorri e mandei um beijo e observei ele subir até o topo, ficando um pontinho preto na minha visão, era incrível, mas eu sabia quem era quando descia, ele tinha elegância e agilidade, descendo como um profissional habilidoso, zig zagaiando entre as bandeirolas e passando rápido pelos outros esquiadores menos habilidosos, conforme foi se aproximando eu comecei a tirar as fotos, as poses foram ficando cada vez melhores e eu sorria contente, até que ele estava a poucos metros de mim, senti algo queimar minhas costas e explodir no meu peito, perdi o ar, não entendia o que estava acontecendo, soltei a câmera, deixei ela cair e levei a mão ao peito, eu não conseguia respirar, Renzo pulou sobre mim, me jogando no chão, ele gritava comigo eu não o escutava, meus ouvidos estavam zunindo meu peito apertado e sem ar, eu vi seus olhos se arregalarem, seu corpo estremeceu sobre o meu e trepidou duas vezes e ele desabou sobre mim e eu perdi os sentidos com ele.
Acordei no hospital, meu peito doía muito mal conseguia respirar direito e muito menos me mexer, parecia ter levado uma surra, corri meus olhos pelo quarto a procura de um rosto conhecido, meu pai chorava baixinho ao meu lado.
"Pai!", disse em um sussurro dolorido, "O que aconteceu?".
Seus olhos banhados de lágrimas se encontraram o meu, eu vi a dor em seus olhos, ele se inclinou e beijou minha testa e desabou a chorar, "Meu Deus! Victória... Eu pensei que tinha te perdido!", seu choro era descontrolado, mas ele me olhou e acariciou meus cabelos e sorriu terno ainda em lágrimas, "Que bom que está de volta... Tudo vai ficar bem!... Eu prometo!".
"Cadê Renzo?".
Meu pai virou o rosto e secou na maga da camisa seus olhos e fungou, seu silencio me deixou apreensiva.
"Pai?".
Ele me olhou, "Você precisa ser forte minha filha!", ele me beijou na testa várias vezes, fungando o tempo todo, voltou a me olhar, "Renzo morreu à uma hora!... Ele não resistiu... Levou três tiros quando caiu sobre você... ele te protegeu", meu pai voltou a chorar copiosamente, fechei os olhos, meu mundo desabou, mas tive forças para perguntar.
"Quem foi?", as lágrimas desceram sem esforço.
"Margareth!".
Apertei os olhos, ela vinha dando sinais de descontrole, mas jamais pensei que chegasse ao ponto de ir a Aspen para cometer um assassinato, e meu pai continuou.
"Priscila contou que a mãe apareceu na casa e perguntou onde o pai estava, inocente contou, Ned ás levou para lá e Margareth saltou do carro e caminhou rápido, ela como está grávida e pesada caminhou devagar e Ned ao lado dela amparando para não escorregar na neve... E foi aí que Margareth atirou em você pelas costas... Sem te dar chance de se defender... Renzo tentou descer o mais rápido que pode e quando ele caiu sobre você ela já atirou e atingiu ele também nas costas, uma das balas acertou o coração, mas ainda tiveram tempo de socorrer e operar... Mas ele não aguentou!".
"Margareth está presa?", eu perguntei com os olhos fechados.
"Ela se matou assim que viu o que tinha feito".
Estremeci, meus pulmões gritaram, meu corpo se enrijeceu e comecei a tremer, meus espasmos musculares eram visíveis e a cama começou a se debater, meu pai pediu calma, eu sabia que era por causa do choque dos acontecimentos, não pensei no meu bebê novamente e provoquei um aborto espontâneo horas depois.
Foram dias difíceis de dor e recuperação.
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Amor de Primo - Pt.2 (COMPLETO)
RomanceVictória buscas forças para continuar sua jornada, mas o sofrimento é grande pela perda de Ash, ela culpa Nigel pelo que aconteceu, foi um castigo por ter se entregado a ele, novamente a separação é inevitável. Victória vai parar em uma clinica para...