No dia seguinte Ned estava lá, em pé no lugar costumeiro, me deu um bom dia seco, retribui como sempre fiz, tomei o meu café, conversei com a minha secretária e marquei viagem para Nova York, Ned ficou me olhando desconfiado, não estava nos planos da semana, mas como pedi urgência, fui atendida.
Marquei por conta própria o médico de inseminação, pedi que fosse discreto e não anunciasse minha ida até lá, fiz Ned ficar na França, o mandei para a reciclagem, passei uma semana em Nova York, paguei uma fortuna para documentos falsos de inseminação artificial, como se eu tivesse feito há dois meses a traz, fiquei de repouso como deveria, Dr. Smith ficou feliz por eu ter feito uma inseminação, um bebê faria muita diferença na minha vida, mudaria minha vida, ele sabia o quanto queria ser mãe, e hoje o mundo moderno não exigia que eu tivesse um casamento para isso.
Ned se sentiu traído quando foi divulgada a gravidez por intermédio de reprodução em vidro, nossa discussão foi em um sussurro no escritório da França, mas ficou claro para mim que o medo dele era de morrer, eu representava na cabeça dele e de outros homens que eu era uma viúva negra, e rompemos definitivamente, ele passou a ser o segurança de antes e eu a chefe, e minha barriga foi crescendo e eu estava cada vez mais linda e radiante, Ned às vezes arriscava uma passada de mão na minha barriga, mas fiquei desgostosa e magoada, não tinha retorno nosso relacionamento secreto.
Entrei no sexto mês, é final de ano, já tinha viajado e muito pela empresa, meu pré-natal estava tranquilo, mas preferi passar o natal em meu apartamento, fiz uma recepção com meus funcionários e empregados da casa, não deixei que ninguém trabalhasse, a maioria não tinha família e quem tinha trouxe para comemorar, meu apartamento ficou cheio e foi muito bom conversar com pessoas simples e trabalhadoras com seus problemas do cotidiano, ri muito e abusei na bebida, Ned chegou a tirar o copo da minha mão e fui obrigada a parar quando me lançou um olhar severo, fui dormir depois da meia noite, e pretendia ficar na cama até quando desejasse.
Acordei com o barulho da chuva o dia claro e uma preguiça enorme, minha cabeça doía e muito, levante e me espreguicei, meu filho deu sinal de vida e se mexeu, dei risada, era bom demais aquela sensação de alguém se mexendo dentro de mim.
"Bom da para você também!", disse acariciando a minha barriga, me levantei e segui ao banheiro, fiz minhas necessidades e tomei um comprimido para dor de cabeça e voltei para a cama, eu tinha prometido a mim mesmo que não levantaria para nada, mas eu não estava me sentindo bem, bebi demais, estava triste e me sentindo sozinha mesmo tendo tanta gente dentro do meu apartamento, puxei o edredom e me sentei na cama e cobri minhas pernas, olhei para a janela, resolvi abrir as cortinas e ficar vendo a chupa cair e voltei para a cama, me acomodei e abracei o travesseiro e fiquei pensando na minha vida e no que eu tinha que programar dentro dos próximos meses e depois que o bebê nascesse, o quartinho estava quase pronto e estava ficando um sonho, jamais em minha vida cheguei a pensar que iria ter tanto dinheiro, principalmente me casar três vezes e enterra-los, fiz um bico, senti falta de Ash e de Vincent e por algum motivo eu não sentia tanta falta de Renzo, talvez eu não cheguei ama-lo como eu pensava, o que me prendeu naquela vida foi mais Priscila e meu neto Renzo Jr. Que quando nasceu foi a minha alegria.
Fechei os olhos e vi Vincent me olhando e sorrindo, minha lagrimas vieram à tona, eu sentia sua falta, sentia falta de conversar com quem era tão experiente na vida e que dava conselhos sábios e inteligentes e que puxava a minha orelha quando eu precisava, sua imagem me confortou de uma tal maneira que dormi com o som da chuva batendo na minha janela.
"Estou correndo a traz de um menininho louros dos olhos verdes, seus dentinhos aparecem com seu sorriso encantador, estou usando um vestido de renda e estamos na praia, só eu e ele, seu corpinho é tão gordinho e branquinho, eu o pego e o giro no ar, ele sorri e abre as mãozinhas e grita de felicidade, o sol bate em nossa pele, o vendo balança os nossos cabelos, eu sinto uma paz tão grande, é tão bom ser mãe, meu bebê é lindo e saudável, escuto me chamarem, eu paro e solto o pequeno na areia que grita de felicidade e corre em direção do homem que estende os braços para agarra-lo, sorria tão feliz, Nigel, meu coração dispara, ele está aqui, os dois se parecem tanto, mas os olhos do menino são meus, Nigel pega o menino no colo, eu caminho pela areia para ir ao seu encontro, mas ele me olha triste, ele está decepcionado comigo, paro, sinto uma dor tão grande dentro do peito, meu ventre se contrai, eu ponho a mão e olho para Baixo, estou sangrando, Nigel vira as costas para mim me deixando lá sozinha e leva meu filho com ele... "Não!... Meu filho não!", digo baixinho caio de joelho no chão e sentindo dor!".
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Amor de Primo - Pt.2 (COMPLETO)
عاطفيةVictória buscas forças para continuar sua jornada, mas o sofrimento é grande pela perda de Ash, ela culpa Nigel pelo que aconteceu, foi um castigo por ter se entregado a ele, novamente a separação é inevitável. Victória vai parar em uma clinica para...