Elevadores!

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Eu realmente não tinha planejado nada daquilo. Não posso negar que fiquei intrigada com ele desde o primeiro encontro, mas nunca pensei que o interesse despertaria de uma forma tão forte. Estávamos ali, numa conversa tão banal sobre o tempo e me concentrava nele em cada detalhe, cada micro expressão do seu rosto. Ele não sorria um sorriso largo, era como se estivesse se desculpando por sorrir.

O assunto trabalho não teve como não voltar a surgir, questionou sobre o que achei da primeira semana e contei sobre como os dados do instituto de pesquisa estavam emaranhados. Explico que não era algo difícil de arrumar, mas que estávamos encontrando uns padrões estranhos, por vezes não encontrávamos padrão nenhum. Ele ficou pensativo, mas logo cuidei de lhe tranquilizar. Eu realmente já estava bolando uma teoria, só não havia conversado com os meninos ainda, na segunda feira iria ficar boa parte do dia no escritório, no intuito de obter mais informações.

Ao perceber que o assunto trabalho não seria superado facilmente. Questiono sobre quanto tempo ele está no ministério e como é ser um juiz.

-Passei no concurso para juiz há três anos, antes, porém, fui promotor público – conta com uma ponta de orgulho na voz.

-Hum. E sempre gostou da área do direito?

-Sim, na verdade desde que entrei pra polícia.

-Polícia, sério? –Faço a egípcia sonsa.

-Sim, iniciei o curso de direito ainda na polícia, mas não gostava de trabalhar lá, a polícia é cheia de contradições e eu definitivamente sou contra a violência. Meu objetivo de vida sempre foi lutar por justiça, mas através do diálogo e da lei.

Nossa! ~impactada~.

Nota: Não curte violência. Enxerga as contradições da polícia. Luta por justiça através do diálogo? Porra, agora eu que fiquei tímida!

-E você acha que tem alcançado seu objetivo?

Ele ri um riso triste

-Eu tenho tentado, incessantemente, espero não me cansar tão cedo.

Sorrio.

-Mas, e você? – ele pergunta – Curte a sua área?

-Noss, quanto tempo mais vamos ficar juntos?

Ele me olha meio confuso. Adoro provocar essa reação nele.

-É né, por que se eu for começar a falar de economia, nós vamos ficar aqui o restante do final de semana.

Ele sorri e sorrio de volta ~own~

Começo a contar sobre quando comecei a me interessar pela economia, as descobertas dos primeiros meses na universidade, como não conseguia parar de estudar e gostar do que estava aprendendo, enfim, fiz o discurso que sempre faço sobre o quanto gosto da minha profissão. 

Nesse momento a festa começa a ficar mais cheia, a música cada vez mais alta, cara de balada e tal. Uma galera mais estranha, os meninos passaram por mim com cara de quem não estavam curtindo, enfim, tirando o fato de estar conversando com o cara mais atraente e intrigante, a festa tava estranha.

Ele continua ali, prestando atenção a cada palavra minha como se estivesse falando a coisa mais importante do mundo. Nesse momento um cara, bem bonito por sinal, se aproxima e o cumprimenta de forma bem afetiva.

-Cunhado, realmente não esperava que você cumprisse sua palavra – falou com um sorriso irônico – Sei que esse tipo de festa não é a sua cara.

Humm, então esse é o tal ~ Caio Falcão~

-Você sabe que eu sempre cumpro minha palavra, Caião. Parabéns pela festa.

Segundas-feiras e Outros DesastresOnde histórias criam vida. Descubra agora