Telefonema!

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O domingo amanhece do jeito que um bom dia deve ser: muito nublado, frioziinho!! Ahh! que maravilha. Levanto ainda de pijamas e vou passar um cafezinho pra combinar com a manhã fria. A casa está em perfeito silêncio e constato que os meninos devem estar dormindo, ou, ainda nem chegaram em casa depois da noite de ontem. 

Eu decidi não sair ontem a noite, não iria conseguir ocupar minha mente com badalação quando ela já estava repleta de pensamentos e conjecturas sobre a conversa que tive com o Fab na sexta. Passei o sábado pensando nisso e agora também não consigo pensar em outra coisa. Além do fato de amanhã já ser outra segunda-feira e provavelmente terei de encarar a todos no trabalho, inclusive o poderoso chefão. Decido ocupar minha manhã de folga com uma comédia romântica na netflix, de preferência, em baixo do meu cobertor quentinho.

Já passava do meio dia quando o filme termina, confesso que minha escolha não foi das melhores e deveria ter assistido episódios de HIMYM, mas enfim. Minha barriga já reclama e acho que vou pedir alguma coisa, não estou a fim mesmo de fazer nada hoje. Procuro meu celular  e o escuto tocando no balcão da cozinha. Vou até lá e quando pego não reconheço o número, mas decido atender mesmo assim:

- Alô!

Silêncio

-Alôow!

-Ana Rita... - soa uma voz ... aquela voz.

-Sim - respondo incerta!

silêncio

-Carlos - pigarreia - Carlos Oliveira.

Meu Deus o que eu respondo? Que ridículo pareço uma adolescente falando com o crush no telefone. Pelamor, Ana Rita!!!

-Oolá, Dr Oliveira, boa tarde! - tendo não parecer insegura e falho miseravelmente.

-Ana.. combinamos não nos tratarmos assim tão formalmente! - responde parecendo angustiado. Isso deve ser tão embaraçoso pra ele quanto é para mim. Meu Deus. 

-Desculpe, Carlos - pronuncio seu nome devagar - só estou surpresa com o seu telefonema. 

-Eu imagino - Responde com a voz um pouco mais relaxada - e me desculpe por ter te ligado assim, no seu fim de semana. Na verdade pensei muito se deveria ou não ligar e por fim me convenci de que não quero ter nenhum assunto mal resolvido e nenhuma atitude mal interpretada - fala rápido como se não quisesse que eu o interrompesse - Bem, nesse caso preciso te perguntar .. novamente.. você quer sair comigo hoje a noite? E, antes que você recuse, meu convite é unica e exclusivamente para que esclareçamos tudo que aconteceu entre nós nesses últimos dias. Como eu falei, não gosto de assuntos mal resolvidos e tenho um palpite de que você também não. 

Puta merda!

- Carlos, olha..sério, não precisa, nós somos adultos, podemos seguir com as nossas vidas como se nada tivesse acontecido. 

Pausa. 

-Ana Rita, eu realmente não sou bom com esse tipo de conversa por telefone e ... 

Pausa outra vez. Era como se estivesse escolhendo as palavras.

-Olha, Ana - começa mais calmo - o tipo de situação que nos envolvemos não é bom para o ambiente de trabalho e, no entanto, é lá o único lugar em que podemos conversar, eu só quero conversar com você em outro ambiente. 

-Carlos, eu não estou entendendo, não de verdade. Eu já entendi que você não quer que tenhamos qualquer tipo de envolvimento e tudo bem eu concordo com isso, já te pedi desculpa por... por não ter entendido isso antes. Mas realmente não acho necessário que nos encontremos para você me dizer isso mais uma vez. Como eu te falei está tudo bem. 

Segundas-feiras e Outros DesastresOnde histórias criam vida. Descubra agora