Carlos

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três meses antes...



Há uma semana Carlos não via o filho. Seria comum isto acontecer caso morassem em casas separadas. Provavelmente teriam visitas agendadas e se veriam nos finais de semana. Talvez ficassem mais tempo sem se ver, mas passariam alguns dias juntos durante as férias. Ah! Férias! Como se isso existisse em sua vida. 

Carlos vivia para o trabalho, não conhecia outra rotina que não fosse a do escritório. Chegando ao ponto dormir por lá.  Mesmo antes de se tornar juiz, já trabalhava longas jornadas diárias. Dizia a si mesmo que quando aquele caso fosse resolvido tiraria alguns dias de descanso, mas antes mesmo que acabasse outro já aparecia e lá estava ele, com um novo e instigante objetivo a perseguir. 

Depois que se tornou juiz tudo ficou mais difícil, sentia cada vez mais o peso da responsabilidade. Quando foi delegado de polícia sentia que a carga de trabalho era grande, mas quando se é um juiz, as responsabilidades são infinitamente maiores. Não que ele reclamasse, gostava de trabalhar e sempre gostou, mas ultimamente vinha se questionando sobre as decisões que tomou ao longo da vida.

A esse respeito, tem pensado cada vez mais no filho. Carlos o amava imensamente, mas sua dificuldade estava justamente em demonstrar, por isso tentava compensar de outras formas. Trabalhava muito a fim de garantir que nada lhe faltasse. No fundo sabia que todo esse trabalho não era mesmo necessário à garantia de uma vida confortável, mas se tratava do medo de se aproximar do filho, de arcar com todos os desafios que é ser pai, dar e receber amor. 

A consequência disso foi o afastamento cada vez maior de Gabriel. Hoje com doze anos, o olha como se fosse um desconhecido, até os oito ainda o chamava pra brincar e mostrar seus interesses, jogos, tarefas da escola, mas depois de tanta recusa ele simplesmente deixou pra lá. Carlos não sabe o que pensar a esse respeito, acredita não haver mais como recuperar o tempo perdido, ou as vezes mente a si mesmo acreditando que Gabriel só esteja ficando parecido com ele. Talvez no fundo esteja certo. Talvez. 



Oi queridas e queridos! Obrigada por ler minha estória! Estou muito feliz por tantas leituras e votos. Nem consigo acreditar nesses números. 

Bom, essa é minha primeira estória depois de um longo período ensaiando para começar. Muitas pessoas me ajudaram a criar coragem e dar o primeiro passo, muitas dessas pessoas desconhecidas assim como vocês que tem lido, votado e comentado. Fico muito grata por toda e qualquer reação em relação a esse livro que tenho feito com tanto carinho e espero que continuem lendo, votando e comentando, ainda que sejam críticas, pois aquilo que é construtivo sempre vem pra somar e melhorar. 

Não prometo muita regularidade nos capítulos visto que meu tempo é meio curto, mas assim que puder, ou quanto mais puder, publicarei um, dois, três, ou até mais de uma vez!

No mais aproveitem a história desse casal fofo e real que é o Carlos e a Ana Rita. 

Beijos, adoro vocês <3 


Segundas-feiras e Outros DesastresOnde histórias criam vida. Descubra agora