Date (parte 1)

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Oito horas... é melhor esperar um pouco mais pra não parecer muito desesperado. Ahh! mas quem eu quero enganar? estou na frente do prédio dela desde muito antes disso. Primeiro por que meu dia que já não estava dos mais produtivos, ficou ainda pior depois do momento em que falei com ela, não conseguia parar de me perguntar por que diabos ela era tão relutante em sair comigo. Depois, porque a Berna e o Gabriel não paravam de me olhar estranho e posso jurar que os vi de risinhos e cochichos sobre mim pela casa. 

É, não podia negar que o fato de estar me arrumando pra sair em um sábado a noite não era algo muito comum de se ver. De todo modo, preferi sair logo de casa pensando que assim ficaria menos ansioso. Um engano. Parecia um bobalhão adolescente tendo um encontro pela primeira vez. Bem, adolescente definitivamente não, mas um bobalhão que não tem um encontro há muito tempo isso com certeza eu era. 

Não podia deixar de pensar também em como me deixei levar facilmente por toda essa situação. Um encontro não estava nos meus planos, definitivamente não estava. Eu precisava me dedicar ao meu filho, ao meu trabalho, uma coisa como essa não deveria acontecer, e, no entanto, aqui estava eu contanto os minutos pra vê-la de novo. Tento me enganar ao pensar que é apenas uma conversa e colocaremos um ponto final em tudo isso pra que de uma vez sigamos com o nosso trabalho, mas isso é ridículo pois sei que o que tenho sentido ultimamente é diferente, é forte, e não vai passar assim tão fácil. 

Oito e cinco. Desço do carro. 


~


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-Ahh.. - me olha um atônito Carlos na porta do meu apartamento.

-Boa noite.. Carlos! - SANTO INFERNO COMO ELE TÁ GOSTOSO!

-Éh.. boa noite, Ana Rita!

Nos olhamos por alguns instantes até que consigo quebrar o silêncio por fim.

-Estou quase pronta, você se importaria de esperar cinco minutos? - falo ainda me perguntando se é uma boa  ideia deixar ele entrar. Fui taxativa com os meninos pra eles não aparecerem na sala, mas não sei se posso confiar, principalmente no Mathias. 

-Claro, sem problemas.. eh.. você está linda, Ana - ele fala olhando nos meus olhos e quase me derreto inteirinha ali mesmo na porta.

-Obrigada! - quero dizer que ele está uma delícia também, mas faço a phyna pois a ocasião pede - Entra! Fique à vontade! Você quer uma água, um café? - tento parecer que estou achando super natural ele ali em pé parecendo uma estatua na minha frente.

-Eu gostaria de uma água, obrigada! - graças a Deus ele responde depois de entrar e se sentar em uma das nossas poltronas.

Deixei o garotão com sede! assim que eu gosto! 

-Seu apartamento é muito bonito - fala enquanto parece observar tudo na sala. Percebo que ele para em um dos porta-retratos em cima da mesa lateral, nele estão os meninos e eu em nossa formatura. 

-Obrigada, mas aqui tem um pouquinho do gosto de cada um - falo enquanto entrego o copo de água. - É realmente só um instante, eu já volto, tudo bem? 

-Não se preocupe, fique a vontade - responde enquanto o deixo sozinho na sala observando tudo e volto pro meu quarto para procurar meu par de brincos sem os quais não saio de casa de jeito nenhum. 

Realmente os acho em pouco tempo e logo retorno pra sala com borboletas no estômago. Mas, ainda no corredor, posso ouvir vozes vindo da sala e ~mas que porra~ já era tarde demais, encontro o Fabio e o Mathias sentados no sofá e um nada confortável Carlos com o copo de água ainda cheio na poltrona onde eu o deixei. 

-Ana, como você deixa o seu convidado aqui sozinho e não nos chama para fazer sala? - pergunta o Mathias e juro por Deus que se tivesse algo ao alcance da minha mão teria pegado e jogado nele. 

-Nós já estávamos de saída, Mat - tento parecer casual - não queria atrapalhar vocês no que estavam fazendo. 

-Ana, você está linda - fala o Fab - se levantando para me cumprimentar! 

-Obrigada, meu bem! - respondo com um sorriso e consigo ver que a cara do Carlos não é das melhores - Nós já estamos mesmo de saída, meninos, qualquer coisa estou no celular, me liguem! 

-Pode deixar, Diva - Mat não consegue ficar cinco minutos sem dar pinta, mas decido não me importar, estamos em nossa casa.

O Carlos se levanta e, se afastando um pouco pra perto da mesa de jantar bebe, enfim, a sua água. - Vamos? - chama por fim. 

-Vamos! - Respondo pegando minha bolsa. 

-Mathias, Fábio, foi o prazer revê-los! Até breve! - Se despede todo formal como sempre!

-O prazer foi meu - responde o Math, daquele jeito impossível de sempre!

-Tenha uma boa noite, Carlos! - Responde o Fab como uma pessoa normal ~ao menos alguém tinha de ser~ e finalmente saímos. 

Entro com ele no elevador e automaticamente o clima muda. Sim, ~elevadores~ não tinha como não relembrar o dia da festa. Ele pigarreia e parece que quer dizer alguma coisa, mas não diz. Felizmente meu andar não é tão alto assim e logo estamos no térreo. 

-E então, pra onde vamos? - pergunto enquanto entramos no carro. 

-É uma surpresa, espero que você goste! - responde com um sorrisinho de canto de boca - Eu já disse que você está maravilhosa? 

OMG!

-Maravilhosa não - faço a sonsiane.

-Sim, você está maravilhosa, Senhorita Ribeiro!


~


Em breve teremos o Date (parte 2) 







Segundas-feiras e Outros DesastresOnde histórias criam vida. Descubra agora