Capítulo 10

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Juras de amor...

Após o almoço não tínhamos muito a ser feito, trabalhar como um animal mau tratado, isso já havia passado a fase do meu sofrimento. Agora eu desfrutava do que lutei para reverter a situação do passado da minha família.

Sentados na rede da sacada, Iago disse — Li, eu tive uma ideia.

— Qual?

— Você comprou aquelas terras, que tal nós mesmos construir uma cabana?

Pensei e repensei — Para passar o tempo até concordo Iago, nem eu nem você temos noção de como construir uma casa ou cabana que seja, ela vai cair.

— Se não tentarmos como saber se somos ou não capazes de construir uma, vamos tentar?

— Não existe madeira nenhuma nas terras Go, precisamos comprar materiais, vamos na loja.

— Vamos na livraria, tem algum manual para comprar e seguimos ele, passo a passo.

Assenti e me pareceu uma boa ideia. Iago foi na casa dele pegar sua carteira e eu o aguardei na praça sentado em um banco embaixo do Sobreiro. Uma linda árvore de uma sombra maravilhosa. A largas passadas vinha Iago sorridente — Vamos?

Assenti me levantando e fomos na livraria, pedimos o manual, por encomenda, não deixamos de encomendar o manual que viria de Madri. Estávamos aborrecidos por não ter o manual de como construir — Ao menos teremos na semana que vem o manual e começamos a construir a cabana, tenho de ir hoje nas minhas terras, seu irmão Tiago Juan vai levar os touros.

— Lizandro, vamos já para lá, é longe caminhando.

— Já tenho as terras e eu poderia ter comprado uns cavalos.

— O Sr. Licurgo quer vender uns cavalos, quer?

— Acontece que o meu dinheiro está no banco e o Sr. Miguel tem de ir junto.

— Eu tenho dinheiro no cofre, pego do meu, pagamos os cavalos e quando você puder ir com o Sr. Miguel no banco, você me devolve, Lizandro.

— Tem certeza Iago?

— Claro, não se preocupe que meus pais nem perguntam se gastei ou guardei o dinheiro que ganhei no prêmio, eles sabem que sou bem seguro.

— Aceito Go, vamos comprar dois, mais tarde compro mais alguns, uns carneiros também.

— Claro Li. Patos, marrecos, gansos, galinhas, porcos, cabras, entre outros tantos animais por que você tem terra para isso, vai virar uma fazenda, aliás, é uma.

Rindo da relação de animais que Iago falou o abracei pelo ombro, ambos rindo a largas passadas. Se nos vissem abraçados pensariam, ser dois grandes amigos caminhando e rindo muito. Quando demos por si, estávamos na fazenda do Sr. Licurgo. Não percebemos os cinco quilômetros percorridos entre conversas e risadas.

Tratamos da negociação dos cavalos:

— Sr. Licurgo eu preciso de dois bons cavalos para montaria e se possível me venda eles com o equipamento de montaria. Hoje só dois, mais adiante quero mais cavalos.

— Peço para o Quinzinho vá mostrar os animais, ele sabe os mais mansos e os mais ariscos.

[...]

Ele tocou um sino na varanda da casa dele e não demorou vinha um cowboy montado num lindo cavalo. Não sabia dizer se o cavalo ou o jovem cowboy era o mais belo. Másculo ele apeou do seu cavalo, nos cumprimentou puxando a aba do chapéu mais sobre seus olhos negros. Ele agia diferente, não parecia fã de touradas, pois, nos tratou normal, diferente do tratamento dos 90% das pessoas quando nos encontravam. Ele nos levou a mando do patrão do Cowboy, ver os cavalos nos pastos. Ele veio montado no seu cavalo branco malhado de preto.

Chuva de Rosas o Diário de um Toureiro - Livro 01 -Onde histórias criam vida. Descubra agora