CAPÍTULO 8

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 — Capitã, os picos sísmicos estão cada vez mais frequentes e os computadores estão confusos com as leituras físicas — afirmou Paki ao entrarem no continente.

O sinal ficava mais forte a cada segundo. Certamente estavam muito próximos da origem e Zahra continuaria mesmo que os instrumentos apagassem.

— Confirmação térmica na origem do sinal, Capitã! — gritou o jovem careca em frente ao computador para todos ouvirem. — Dois indivíduos vivos!

O coração de Zahra bateu forte. Chegou a doer de tanta ansiedade. Uma sensação de sede, como um pedaço de bolo seco preso na garganta, começou a incomodar. Acelerou a nave assim que avistou as ruínas do que parecia ser uma cidade alienígena, com construções quebradas, brancas e pontiagudas, e vários focos de incêndio. Parecia que havia acabado de desmoronar.

— Contato visual! — gritou o rapaz, eufórico.

— Jogue pro visor, imediatamente! — ordenou a Capitã.

A visão de um homem acenando para a nave do topo de algo que parecia um prédio caído fez toda a tripulação comemorar. Zahra pegou seu frasco e tomou vários comprimidos. Não era o seu noivo. Idiota, claro que não era ele.

A Capitã manteve a Enir-7 flutuando sobre os escombros e desceu pelas cordas com Paki e Adamma, a oficial médica da nave.

— Identifique-se! — Zahra apontou a arma para o homem loiro e sujo.

— Tenente Jad, Daid-2 — respondeu prontamente. — Ajudem o meu amigo. Ele foi soterrado no último tremor.

— Há quanto tempo? — perguntou Paki, já se comunicando com a nave para solicitar uma varredura.

— Três minutos e meio — respondeu sem nem pensar. — Este mundo está acabando. Precisamos sair daqui.

— Eu sei — retrucou Paki sem sequer olhar, enquanto digitava no computador de braço as coordenadas que recebia pelo comunicador —, mas o colapso só está previsto para daqui a um ano. Fiz as contas assim que passamos por Luctéria.

— O senhor fez essas contas levando em consideração a contagem de tempo do nosso sistema?

— Sim — falou rápido e voltou a digitar, solicitando o início do resgate do outro sobrevivente, que já havia sido localizado.

— Então temos menos tempo do que imaginamos.

Adamma havia começado a checar os sinais vitais de Jad enquanto ele explicava as questões temporais pelo qual estavam passando. Falou de sua missão há 50 anos, das naves negras e dos dias em que passou na caverna até que seu companheiro chegou.

— E qual o nome do seu amigo? — perguntou a Capitã.

— Major Adeel. Foi sequestrado em uma colônia de Éo.

Zahra sentiu uma pontada muito forte no peito. Uma onda de alegria e desespero tomou conta de seu corpo. Queria correr para resgatar o seu amado, mas seus músculos estavam paralisados. Seu braço esquerdo ficou dormente. Uma dor de cabeça tão forte começou a pulsar, até que finalmente a visão escureceu e sua consciência lhe deixou. A última coisa de que se lembrou foi de Adamma gritando:

— Rápido! Ela está tendo um ataque cardíaco!


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VIA MATREA: Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora