EPÍLOGO 2

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 O homem alto e magro, de cabelos curtos e vermelhos, caminhou a passos largos pela ponte de aço que levava ao salão principal da NuLife. À sua direita, o vidro do corredor refletia seu rosto pálido de medo, mas era diáfano o suficiente para que enxergasse também o restante do complexo. Pessoas caminhavam por sítios gravitacionais diversos, espalhados em vários níveis até onde os olhos podiam ver; algumas de ponta-cabeça em relação às outras. Era um mundo fantástico no meio do caos do universo.

Concentrou-se na sua tarefa. A notícia que estava para dar poderia não ser bem interpretada pelo Presidente. Parou em frente a uma parede negra e respirou algumas vezes antes de encostar a palma da mão na sua superfície. Imediatamente uma passagem surgiu e o homem pôde prosseguir. À medida que se aproximava do seu destino, podia ouvir com mais clareza a música alta e berrante que vinha do escritório à sua frente:

Take me down to the paradise city

Where the grass is green and the girls are pretty

Oh, won't you please take me home.

A porta estava aberta, então o magrelo entrou alguns centímetros para dentro do cômodo. Colocou as duas mãos para trás e curvou-se um pouco para frente.

— Senhor Presidente — limpou a garganta e aguardou alguma resposta. Nada. O som ali dentro era ensurdecedor. — Senhor Presidente — falou um pouco mais alto, quase gritando, dessa vez.

A música parou sem que ninguém precisasse se mexer. A cadeira de encosto longo ocultava a figura sentada de costas para a entrada.

— O que você quer?

— Desculpe incomodar, senhor, mas trago notícias de Sion.

— O que foi dessa vez? — a mão masculina apanhou um copo com um líquido marrom na mesa ao lado. — Não conseguiram eliminar os rebeldes?

— A réplica e o seu defensor estão mortos. Pelo que soubemos, os nativos também roubaram três de nossos FFs e destruíram a Vranger-6.

A cadeira se virou lentamente e o homem sentado, com o rosto exatamente igual ao de Adeel, franziu a testa:

— Alguma notícia boa?

— Localizamos o metal — sorriu para o superior. — Está no subsolo da cidade que resistiu.

— Muito bem. Acho que temos trabalho a fazer — virou-se novamente e a música voltou a tocar ainda mais alto:

Take me down to the paradise city

Where the grass is green and the girls are pretty

Oh, won't you please take me home. 





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VIA MATREA: Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora