Capítulo 32

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O dia que passei com o Harry foi muito bom, tanto que esquecemos de comer alguma coisa. Mas, agora minha barriga já está começando a dar sinal de fome.

- To com fome. - digo.

- Podemos almoçar em algum lugar. Já ta tarde mas deve ter algum lugar aberto. - Harry diz.

Olho no relógio e já passam das 5h. Acho que prefiro ir pra casa e fazer uma coisa pra comer lá.

- Acho que prefiro ir pra casa. - sugiro.

- Você que sabe. - ele diz se levantando.

Me levanto e guardo minhas coisas, mas antes confiro meu celular pra ver se não tem nenhuma chamada.

Andamos de mãos dadas, indo em direção ao carro que Harry estacionou em algum lugar que não lembro bem.

Entramos no carro e o cansaço é claro em meu rosto. Não entendo por que, sempre que vou a praia me sinto assim, cansada. Fecho os olhos e sinto a mão do Harry nos meus cabelos, fazendo um carinho, que me faz adormecer.

- Lilly, acorda. - ouço ele dizer.

Abro os olhos e percebo o quanto dormi, o carro do Harry já estava estacionado na frente da minha casa.

- Nossa, você dormiu mesmo. - Harry diz.

- Estou morrendo de fome. - digo de cara feia.

Entramos em casa e vamos direto pra cozinha. Sim, eu estava meio adormecida e com muita, muita fome. Abro o armário a procura de alguma coisa que me satisfaça e a única coisa que vejo é um pacote de macarrão instantâneo, daqueles de carne. Meu estômago chega a dar uma revirada, provavelmente imaginando aquele alimento tão delicioso e ao mesmo tempo gorduroso e artificial. Não penso duas vezes, coloco a panela no fogo e espero que a água ferva.

Por um momento esqueço que não estou sozinha na cozinha, encontrando um par de olhos verdes que praticamente me devoram. Ele está encostado na bancada, a pelo menos um metro de distância de mim. Me aproximo dele, como quem não quer nada (quando na verdade eu sei bem o que quero) mas um movimento suspeito na porta me tira a atenção.

- Não sabia que tinha visita. - a voz grossa do meu pai ecoa pela cozinha.

- Pai, já voltou de viagem. - digo dando um sorriso falso. Não que eu esteja sendo de todo falsa, no fundo estou feliz que ele tenha voltado.

- É, acabei de chegar. - ele diz.

Dou uma olhada na água no fogo, que agora já está fervida. Metade do caminho já está pronto, agora só preciso esperar o macarrão amolecer e logo em seguida jogar o tempero. Me lembro como se fosse hoje, a primeira vez em que fiz um macarrão instantâneo. Eu tava sozinha em casa e sem nada pra comer e tinha aquele pacotinho olhando pra mim, então eu pensei "por que não?" Acontece que, me distraí completamente e deixei o pobre do macarrão queimar. QUEM DEIXA A DROGA DO MACARRÃO INSTANTÂNEO QUEIMAR???

- Já está ficando tarde, não acha melhor ele ir pra casa? - meu pai pergunta.

- Para de falar como se ele não estivesse aqui. - peço.

Essa mania do meu pai me irrita, ele não pode falar com o Harry o que tem a dizer ou a perguntar o que quiser? Desse ser muito constrangedor a pessoa te ignorar completamente, pelo menos eu me sentiria assim.

- Ele vai ou não vai? - meu pai torna a perguntar.

Bufo em frustração, agora ele que ignorou o que eu disse, então só respondo um "Assim que comermos" e logo em seguida ele sai da cozinha nos deixando sozinhos novamente.

- Esquenta não, com o tempo ele se acostuma. - digo ao Harry.

Harry apenas concorda.

Comemos o macarrão instantâneo que particularmente estava uma delícia. Como coisa que eu fiz muita coisa, eu apenas coloquei-o na água e joguei o tempero. Mas pra alguém que não sabe cozinhar, até que aquilo está de bom tamanho.

Depois de terminar a refeição, me levanto e levo Harry até a porta.

- Eu já disse que adorei o dia de hoje? - pergunto com um sorriso no rosto.

- Acho que não. Mas de qualquer forma dá pra ver em seus olhos. - ele diz selando nossos lábios.

- Até amanhã. - digo depois de nos separarmos.

- Tchau. - ele diz entrando no carro.

- Te amo. - digo mas não sei se foi capaz de ouvir.

Com um sorriso no rosto, volto pra dentro de casa e me lanço no sofá, como uma criança feliz. Meu celular vibra e o pego, pra ver o que é. É uma mensagem do Harry.

"Também adorei o dia" diz a mensagem e logo abaixo a foto que tiramos juntos.

Fiquei feliz em ver que ele me enviou a foto. De qualquer forma eu iria querer te-la em meu celular. Se eu não me engano não temos outra foto juntos, então essa vai nos trazer uma boa recordação.

Meu pai entra na sala e se senta ao meu lado. Faço contato visual com ele mas o mesmo permanece em silêncio. Ligo a TV, o ignorando.

- Gosto de te ver feliz, sabe disso, né? - meu pai diz depois de muito tempo e então desligo a TV.

- Você sabe o motivo dele, né? - digo sarcástica.

- Você sabe que o que eu faço é só meu papel como... - ele começa mas eu imediatamente o interrompo.

- Não é seu papel de pai, na verdade, não é o papel de ninguém. - digo já alterando a voz. - Aliás, você poderia pelo menos falar COM ele.

Ele dá uma risada sarcástica, e isso me faz ficar ao meu limite de paciência, mas ao invés de explodir e falar palavras ofensivas ou coisa assim eu apenas respiro fundo e permaneço no meu lugar, por que, apesar de tudo, ele ainda é meu pai.

- Foi só brincadeira. - meu pai diz mas eu sei muito bem que é mentira.

- Não foi brincadeira e você sabe disso. Você está sendo tão infantil. - reviro os olhos.

- Não revira os olhos pra mim. - meu pai pede e eu o respondo com outra revirada de olhos.

- Eu só quero que você finja que gosta dele, okay? Aliás, eu nem sei por que você não gosta dele, por que até onde eu sei, ele não fez nada de errado.

- Eu só não quero ver você triste, chorando por causa de um garoto. - meu pai diz.

- Isso não vai acontecer. - digo. - Se não confia nele, pelo menos confie em mim. - digo o olhando nos olhos.

Me levanto do sofá, subo as escalas e vou tomar um banho pra tirar todo o sal do meu corpo, por conta do dia na praia.

...
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Perfect - Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora