CAPÍTULO 3 - JULIAN

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           O despertador tocou, mas demorei a despertar. Depois de alguns minutos rolando de um lado para o outro na cama, meu celular começou a tocar.

- O que você quer?

- Senhor! Onde o senhor está? Os acionistas estão te esperando para começar a reunião! Aprece-se!

Oliver não parava de gritar do outro lado da linha.

- Fala devagar, ainda estou acordando, seu idiota! – levantei-me da cama e fui em direção do banheiro. – Diga aos acionistas que esperem, tenho muitas coisas para resolver ainda. – olhei para trás e percebi que ela ainda estava lá, dormindo.

- Sua mãe está aqui também, senhor. – Oliver falou com medo.

- O QUÊ? – gritei. – Por que você não me disse isso antes? Estou chegando!

Desliguei o telefone e o joguei no sofá ao lado da cama.

- O que aconteceu? Que barulho é esse? – ela se acordou.

- Finalmente você acordou! Anda logo, vai embora. – falei, enquanto começava a escovar os dentes.

- Julian, o que está...

A puxei da cama, coloquei as suas roupas em seus braços e a coloquei para fora do quarto.

- Espera aí... – ela tentou frear os passos. – O que está acontecendo?

- Minha mãe está me esperando na empresa e minha noiva chega hoje, isso quer dizer que na hora de você se mandar. – a empurrei para fora do quarto, mas ela se segurou no trinco da porta, deixando suas roupas que segurava nos braços caírem no chão.

- Então é assim? Você me traz para sua casa a noite, e no outro só me joga fora?

- Eu não estou te jogando fora... – estalei o dedo. – Como é seu nome mesmo?

- Chrystie. – falou ela, me fuzilando com os olhos.

- Chrystie, isso mesmo. – prossegui. – Eu não estou te jogando fora, até porque, não aconteceu nada tão sério entre nós.

- Nada tão sério? Você esqueceu que...

Tapei sua boca as pressas.

- Shh! Todos os empregados dessa casa são espiões da minha mãe, se ela sonhar que eu trouxe você para cá, estou morto. Agora, vai embora, anda!

- Mas você vai me ligar, não vai?

- Claro, Cristal, claro.

- Meu nome é Chrystie! – gritou ela.

- Tá, que seja! – tranquei a porta, deixando-a do lado de fora.

Corri para o banheiro e tomei um banho rápido, precisava estar na empresa o mais rápido possível. Vesti um terno azulado, minha camisa era branca e a gravada era preta. Aproximei-me do espelho e penteei meus cabelos para traz.

- Julian Clark, você é o cara mais bonito do mundo mesmo. – pisquei o olho para o meu reflexo e endireitei a gola do paletó.

       Apressei-me e fui em direção ao meu carro. Já estava tarde, e com toda certeza, estavam todos estressados comigo, principalmente a minha mãe, mas o que eu podia dizer? Minas noites de solteiro estão encurtando a cada dia mais, e logo estarei preso a uma mulher que vi menos vezes que vi a minha carteira sem dinheiro.

       Minha vida pode ser muito invejada, mas não é nada fácil ser eu. Muitos cobiçam a presidência de uma das empresas mais importantes dos Estados Unidos. A Clark 7 é a empresa administradora da maioria dos shoppings centers do estado de Oklahoma e do Colorado, além dos hotéis e parques de diversão que também estão sob nosso controle. Tudo isso foi criado e dirigido pelo meu pai, que faleceu há dois anos. E desde então, eu assumi os negócios da família, nunca achei que o curso de administração que fiz obrigado pela minha família, surtiria algum efeito positivo na minha vida. Cuidar de uma empresa de grande porte como essa não é fácil, mas tudo está se encaminhando bem... Quer dizer, na maioria das vezes. Quando minha mãe, ou os acionistas vêm me ver para fazer as inspeções e as reuniões, tudo vira um completo caos na empresa, e geralmente eles vêm quando estou de ressaca, o que faz tudo ser ainda mais desesperador.

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