Madden

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A tensão sexual ali dentro do meu carro era tão densa que dava pra cortar com uma tesoura. Hadley estava inquieta,porém imóvel no banco do carona. Provavelmente, ela pensava o mesmo que eu.
Um mínimo movimento, e haveria um replay daquela cena no elevador.
Eu ainda era incapaz de explicar o que exatamente aconteceu entre nós, mas ao mesmo tempo eu tinha certeza de que aconteceria em algum momento. Era uma química, uma energia,uma tensão quase incontrolável.
Ter ela em meus braço, sentir o cheiro maravilhoso dela...era como uma droga. Eu era um viciado em Hadley.
Mas porra, não fazia um maldito dia que eu a conhecia...como eu podia me viciar em alguém que eu conhecia a horas? Isso era possível?
-É ali...aquela casa amarela. – ela apontou pela janela do carro. Parei em frente a casa,e desliguei o carro.
-Eu devo me desculpar pela perda total do meu controle dentro do elevador? – eu perguntei, mas só olhando pra ela ao terminar de falar.
-Então eu também teria que me desculpar. O que aconteceu ali,afinal? – ela disse, quase sussurrando.
-Eu também não sei explicar direito, só sei que...eu meio que precisava fazer...aquilo. Foi muito bom você puxando meu cabelo.
Ela começou a rir descontroladamente e eu fui no mesmo ritmo.
-Eu vou me lembrar disso da próxim...a...vez. – a voz dela foi morrendo no fim da frase.
-O que foi? – eu perguntei.
-Eu tenho um namorado. Faz 10 anos que estamos juntos. E eu nunca, nunca o traí. E eu não quero traí-lo de forma alguma,mas...eu sinto, eu sei que vamos fazer isso de novo.
Porra. Ela tava comprometida. Parabéns, Madden, seu idiota.
-Como você pode ter tanta certeza de que vai acontecer de novo?
-Porque Madden...olha pra gente. Olha como eu me sinto perto de você...olha como você fica perto de mim. Eu te conheci hoje de manhã e eu estou me segurando pra não pular no teu colo agora, e eu...perdi totalmente o juízo.
A ideia dela pulando no meu colo era tentadora. Ela colocou uma mecha de seu cabelo escuro atrás da orelha, e pousou a mão no maxilar, como quem para pra refletir sobre algo. Era tão denso quanto a nossa tensão sexual o dilema em que ela estava naquele momento.
-Se você quiser sair desse carro e nunca mais ficar sozinha comigo em lugar algum, eu vou te entender. – eu disse, como quem se rende numa guerra.
Ela me olhou, com a luz do luar batendo em seus olhos castanhos...e os deixando um tanto indecifráveis.
Naquele momento, sua expressão me dizia que ela era um mesmo caleidoscópio de complicações que eu era.
Devia ser proibido que chegássemos perto um do outro...era quase uma combustão.
Uma explosão.
-Eu merecia uma surra...- ela disse, quase pra si mesma. E de repente, ela começou a fazer umas acrobacias, e lá estava ela,no meu colo.
-Vamos só dar uns amassos e ver o que acontece, ok?
-De acordo. – eu disse, antes que minha boca estivesse muito ocupada beijando Hadley.

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