Right Where We Are

Darla

Robert deixou um recado dizendo que ia se atrasar e chegar no fim da manhã...talvez ficar com ele até tão tarde da noite não tenha sido uma boa ideia. Passei a manhã atendendo telefonemas, anotando recados e ainda sentindo o gosto do vinho barato na minha boca.
E na boca dele.
O melhor beijo que eu dei na minha vida.
-Sem pressa...certo. Mas e se...não precisar haver pressa? – ele perguntou, se levantando do capô do carro.
-Como assim,”não precisar”? – eu perguntei, realmente confusa.
-Nos conhecemos faz um ano...e nos gostamos faz um ano. Não acha que já tivemos tempo demais pra tomar uma atitude?
Ele estava certo. Já havia tempo demais. E tempo perdido.
-Então, o que você sugere? – eu perguntei,antes de dar um longo gole no vinho e esvaziar o copo.
-Que alguém tome uma atitude... – ele se aproximou, ficando de pé entre minhas pernas,enquanto eu ainda estava sentada no capô. Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha...senti minhas bochechas formigando diante do toque de sua mão.
-Tem certeza? – eu perguntei,sussurrando. Havia muita coisa ali, em jogo.
-Nunca estive tão certo em toda minha vida. – ele falou, sorrindo.
Até que nossos lábios enfim, se encontraram. Eu sentia como se meu corpo estivesse se arrepiando em câmera lenta...centímetro por centímetro, bem devagar. Puxei ele pra mais perto de mim e enrosquei uma perna na cintura dele, temendo que houvesse o mínimo de distância entre nós.
Foi um beijo lento, quente e extremamente aguardado...nos demoramos bastante naquele momento.
E ali, foi claro como água o quanto eu amava Robert.
E o quanto ele me amava.
Fiquei tão imersa em minha lembrança que não percebi o telefone tocar – foi necessário que Annie me chamasse a atenção.
-Darlie...o telefone! Darla!
-Ah,o..ah,alô! – eu atendi, ainda confusa. Naquele momento,Robert chegou, acenando pra mim ainda na metade do corredor. Eu finalizei a ligação,anotei o recado e me levantei para cumprimentá-lo.
-Boa tarde, Robert... – eu disse,soando mais provocativa do que gostaria.
-Bom tarde, Darla. Tem algum recado?
-Claro, hã.. – me virei para a mesa e peguei a pequena pilha de papéis. – Aqui está.
-Ótimo... – ele sorriu e foi pra sala dele. Voltei para minha função antes que passasse mais tempo de pé no corredor,abobalhada. Assim que me sentei, o telefone tocou.
-Agência Veersio,boa tarde.
-Almoça comigo hoje?
-Hum...esse horário está disponível, senhor. – eu precisava disfarçar.
-Ótimo...me encontra no Balio’s uns dez minutos depois que eu sair, ok?
-Perfeito. Eu vou marcar aqui na agenda.
-Eu ainda te amo, Darla.
-Também te amo, Rob. – sussurrei, e desliguei o telefone.