O Horror

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Oieeeee.. então pessoal.. espero que gostem dessa história.. pq ela será a minha última história inédita postada aqui por um tempo, pq depois que terminar todas.. irei entrar em uma aposentadoria temporária como tinha comentado no grupo do face (Tahy Books). Mas não se preocupem pq devo retornar para este mundo louco da escrita rsrs

Beijos e espero que gostem..

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O grito que a jovem desejava emitir não saia de seus lábios. Seus pés mantinham-se fixos no mesmo lugar ao olhar para a cena a sua frente. Sua respiração permanecia ofegante, enquanto lagrimas caiam pelo seu rosto.

Seu coração palpitava violentamente ao olhar para os corpos caídos. Ela não sabia o que fazer.

Somente conseguia enxergar o vermelho do sangue e não importava para onde olhasse, a imagem ainda permanecia em sua mente.

O sangue se espalhou por todo o cômodo dando uma visão grotesca dos dois corpos caído no chão.

A jovem não soube dizer o tempo em que permaneceu em pé em frente a porta da sua casa ao olhar para os corpos ensanguentados, mas ela jamais se esqueceria daquela cena em toda a sua vida.

A sua mochila encontrava-se no chão, jogada sem se importar por ela estar próxima ao sangue.

Quando a jovem gritou, todos escutaram o horror que saiu de seus lábios. Ela havia encontrado os seus pais mortos.

***
O barulho das sirenes, as conversas, os gritos e os flashes deixavam a jovem ainda mais assustada ao sentir o lençol em volta de seu corpo. Um lençol grosso que lhe lembrava uma manta. A jovem ainda tremia mesmo após terem lhe injetado um calmante.

— Consegue falar? – Um policial perguntou ao se aproximar dela temendo que ela ficasse histérica optou por permanecer alguns passos de distância. Ele jamais vira algo daquela forma. Uma cena de crime grotesca. – O seu nome, pode me falar? - Sua voz calma e agradável fez com que a jovem erguesse a cabeça e o olhasse com os olhos marejados.

—Laura Guimarães – Murmurou a resposta de forma automática e somente então o policial empalideceu. Ela era a filha dos mortos – Meus pais... Eles realmente estão... Mortos? – Sua voz denunciava o choro proeminente.

—Eu sinto muito.

Laura assentiu ao começar a chorar de forma violenta. Seu coração doía a cada lagrima que derramava em frente aos desconhecidos. Ela não se importou ao se sentir miserável.

— Eu nem disse que os amava – Disse em meio as lágrimas sem encarar o policial.

Todos os policiais e paramédicos pararam por alguns segundos ao se verem constrangidos com a situação. Na pequena cidade Espanhola, um crime como aquele jamais havia acontecido.

Uma policial se compadeceu e suspirou ao se aproximar de Laura. A envolveu em seus braços, não encontrando resistência.

— Vai ficar tudo bem – Sussurrou incerta ao olhar para todos. – Preciso tirá-la daqui, entende isso? – Suspirou ao ver a jovem continuar a chorar. Não esperou a cena se transformar ainda mais. – Vou tirá-la daqui e lhe deixar em segurança. Sou a policial Smith – Segurou em seus ombros lhe dando apoio ao lhe ajudar a levantar. O pequeno caminho até a viatura se transformou em uma tortura para a jovem que permanecia de cabeça baixa. Seu choro continuou ao entrar na viatura e apenas diminuiu quando chegaram na delegacia, longos minutos depois.

A delegacia da pequena cidade possuía trinta policiais, sendo que vinte e cinco deles encontravam-se na cena de crime. Os cinco restantes não conseguiam olhar para a jovem sem conseguir expressar pena. A policial fez com que a garota se sentasse na cadeira em frente a sua mesa.

— Laura, quer água? – A garota negou com um aceno de cabeça sem conseguir acreditar em tudo que acontecera. – Preciso que me diga se viu algo. Precisamos encontrar o culpado.

Somente então a jovem ergueu a cabeça exibindo um semblante entristecido.

—Eles foram assassinados?

— Precisamos saber os detalhes para ter certeza. Viu alguma coisa?

Laura negou em meio ao choro. A única coisa de que conseguia se lembrar era do sangue. Vermelho. Pegajoso.

— Eu não consigo – Murmurou ao levar a mão a cabeça tapando seus ouvidos. Fechou os seus olhos e no mesmo instante as imagens ressurgiram ainda mais nítidas. Gritou assustada ao abrir os olhos e viu o olhar de pânico de todos. – Estão com medo de mim? – Perguntou incrédula ao se levantar. Sem pensar, correu em direção a saída sem importar-se com a chuva que começava a cair. Correu o mais rápido que conseguiu. Ela não queria ser forçada a se lembrar de tudo. Ela não suportaria. Um barulho de carro a fez parar ao escutar a buzina. Seu olhar foi em direção aos faróis acessos e então percebeu a presença de dois carros. Em um deles, avistou a porta ser aberta. O homem não parecia se importar com a chuva, enquanto a olhava de forma intensa. Ele passou a mão pelo rosto antes de andar em sua direção – Eu vou morrer – Disse perplexa por sentir alivio. Laura não se moveu ao vê-lo caminhar em sua direção e nem emitiu qualquer ruído. Seu medo a paralisou assim como sua vontade de ir ao encontro de seus pais.

— Laura Guimarães – A voz do homem a despertou de seu transe – Entre no carro. Estou aqui para ajudá-la.

Laura piscou confusa ao olhar para o desconhecido. Ela não sentia nada, apenas frio.

— Eu nem sei quem você é. Se for me matar, apenas seja rápido – Pediu ao encará-lo. Ela avistou algo em seus olhos que não sou definir.

— Estou aqui para pagar uma dívida. Os Domeni nunca esquecem uma dívida, Laura. – Seu sotaque a fez estremecer.

— Do que está falando? Não veio me matar?

— Vim protege-la – A corrigiu – Entre no carro antes que se molhe ainda mais.

Não haviam opções para Laura, ela percebeu assim que se viu indo em direção ao veículo parado próximo a ela. Suas únicas opções consistiam em acreditar no homem ou ser morta por ele, e em ambos ela não perderia nada.

Entrou no carro sentindo o seu corpo estremecer pelo frio. Tremeu violentamente ao sentir a agua escorrer pelo seu corpo.

— Me chamo Rico Domeni – Se apresentou assim que sentou-se ao seu lado e fechou a porta – Irei protege-la a partir de agora – Anunciou ao retirar o seu paletó e jogá-lo no assoalho do carro. No segundo seguinte Laura sentiu o corpo quente do desconhecido contra o seu. Ele havia a abraçado.

Ela nada fez. Seu corpo não possuía forças para lutar contra ele e nem a sua mente desejava aquilo. Fechou os olhos esperando poder acordar e descobrir que tudo não havia passado de um terrível pesadelo. 

A Herdeira [EM PAUSA]Onde histórias criam vida. Descubra agora