O1º Encontro pode ser um atentado a vida

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Inúmeros impropérios passaram pela mente de Rico ao apoiar o corpo de Laura assim que ela adormeceu em seus braços, literalmente. Ele ainda sentia o seu corpo contra o seu, seu corpo ainda mostrava resquícios de seu desejo por ela.

Meneou a cabeça ao coloca-la em seu ombro, como um homem das cavernas e em seguida jogá-la em cima da cama. Ser gentil seria a última coisa que pretendia após ela lhe atacar de forma deliberada.

Olhou para Laura com os cabelos despejados na cama.

— Isso é um pesadelo – Sussurrou ao dar as costas e ir para o escritório, onde pretendia passar a noite. Já estava fechando a porta quando a escutou emitir um ruído seguindo por outro, não demorando para gritar. Rico se virou e percebeu o que acontecia. Ela estava tendo um pesadelo.

Se aproximou escutando seus murmúrios. Retirou o terno, desabotoou a camisa, retirou seus sapatos e deitou ao seu lado. Puxou o seu corpo de encontro ao seu.

— Vai ficar tudo bem – Sussurrou ao lhe acariciar os cabelos, tentando ignorar seu rosto molhado pelas lágrimas. – Eu estou aqui.

Mamãe, papai – Ela repetiu ao começar a se acalmar nos braços de Rico.

Rico a manteve em seus braços até adormecer.

***
Pela primeira vez desde que chegara a Itália, Laura acordou se sentindo bem. Todas as noites acordava banhada em lágrimas e sempre temia adormecer novamente, mas ao abrir os olhos descobriu o motivo. Rico a abraçava.

O calor do seu corpo a deixou desconcertada e sentindo-se protegida. Achou-se patética no momento em que ele fez um barulho ao apertar a sua cintura. Ela havia adormecido com a cabeça em seu peito.

O que eu fiz?

Laura se perguntou ao mesmo tempo em que as lembranças da noite passada povoavam a sua mente.

Eu dei em cima dele.

O fato a deixou desnorteada e envergonhada por ele ter se recusado a ter algo com ela. Olhou desesperada para ele tentando encontrar uma forma de sair da cama, afastar-se dele, sem acordá-lo. Ela tentou retirar a mão dele de sua cintura, lentamente e a cada movimento que ele fazia, ela parava. Demorou mais tempo do que pretendia, e ao conseguir, sorriu vitoriosa. Já colocara o pé no chão quando a voz dele a assustou.

— Fugindo, ragazza? – Rico olhou divertido para ela tentando se esgueirar e fugir dele. – Deveria tomar a responsabilidade pelo que causou ontem a noite.

Laura se virou lentamente temendo estar em um filme de terror. Quando seus olhos se encontraram, ela avistou algo diferente em Rico. Ele parecia relaxado e alegre.

— Eu não fiz nada – Se defendeu em modo automático.

— Não estava bêbado – Sorriu ao apoiar a cabeça em sua mão e olhar para ela – Sou capaz de me recordar em detalhes do que fez, e o que me obrigou a fazer.

— Não lhe obriguei a nada – Declarou nervosa ainda sentada na cama – Eu...

— Me fez dormir vestido de forma desconfortável depois de tentar me seduzir.

— Eu... – Se calou envergonhada, pois sabia que ela havia tentado seduzi-lo – Desculpa.

— Não tente me seduzir bêbada, quando quiser algo assim faça sóbria – A aconselhou segurando-se para não rir diante de sua expressão – Quando chegar ao colégio, as notícias já devem ter se espalhado. Sobre ontem. Vi um fotografo em frente ao restaurante quando chegamos. Eles podem acusa-la de ser minha nova amante, caso aconteça isso é livre para decidir o que vai dizer. Pode se declarar a minha esposa ou amante.

A Herdeira [EM PAUSA]Onde histórias criam vida. Descubra agora