Maybe

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Prego.

Mi Scusi.

Grazie.

Três palavras que Laura percebera ser indispensável ao estudar italiano. Por favor. Me desculpe. Obrigada. Palavras simples que possuíam um significado para os italianos. Assim que a aula de italiano terminou, todos os alunos se levantaram e seguiram para o refeitório, entretanto Laura suspirou antes de abrir o seu dicionário e começar a estudar. Ela tentaria tirar proveito da estranha situação em que havia se metido. Estava determinada a aprender italiano.

— Estudar assim não vai ajudar em nada – A voz masculina assustou Laura ao ponto de fazê-la olhar para ele assustada. Laura olhou para o garoto tentando compreender o motivo dele lhe dirigir a palavra quando todos a ignoravam. O garoto possuía cabelos pretos bem cortados, altura mediana e olhos castanhos. – Nunca a vi saindo durante o intervalo.

—Preciso aprender italiano. Me sinto perdida todas as vezes na aula, é frustrante. – Confessou ao olhar para suas anotações da ultima aula.

— O melhor é conversar no idioma. Ler dessa forma não ajudará em nada – Passou a mão pelos cabelos sem graça – Pode conversar comigo. Sou Henrique.

— Laura – Sorriu respondendo ao começar a conversar em italiano.

***
No momento em que o carro estacionou em frente a casa de Rico Domeni, Laura abriu a porta antes que Julio saísse do carro. Apesar de seus protestos sobre tal comportamento, ele a ignorava e desta vez ela conseguira ser mais rápida do que ele. Acenou animada no momento em que abriu a porta da casa. Subiu as escadas pensativa e no momento em que abriu a porta do quarto empalideceu. Tudo havia sumido.

Sua respiração tornou-se ofegante, seu coração batia descompassado e suas mãos tremiam. Ela sentia medo. Pânico de ficar sozinha.

As lagrimas queimavam seus olhos e se viu tentando não chorar ao perceber que havia sido mandada embora da forma mais fria que conseguira pensar. Um sorriso triste enfeitou a sua face ao olhar para o quarto com cuidado. Não havia mais nada. A cama havia sido retirada assim como as cortinas.

— Ragazza – A voz de Rico lhe trouxe a realidade. Ela se virou abruptamente sendo amparada pelos braços dele. Ela sentiu o corpo dele próximo ao seu.

Perigosamente próximo.

Ela conseguia sentir o aroma dele inebriá-la, e antes que se desse conta as poucas imagens que possuía dele seduzindo-a surgiram em sua mente. Engoliu em seco, mordendo os lábios em seguida.

— Chegou mais cedo do que eu esperava – Admitiu sem afastá-la de seu corpo – Precisamos conversar. – Laura assentiu sem conseguir emitir um som descente – Podemos conversar em meu escritório ou em meu quarto. O que prefere?

A simples pergunta a fez concordar com o cômodo mais próximo.

— Seu quarto – Respondeu sentindo-se solitária assim que ele se afastou dela.

— Vá na frente – Ordenou com o semblante frio. Laura meneou a cabeça a fim de retomar a sua sanidade ao fazer o que ele lhe disse. Assim que ela abriu a porta do quarto de Rico, olhou para atrás como se buscasse uma explicação para o que via. Todos os seus objetos encontravam-se no quarto dele, tudo organizado de forma perfeita.

— O que está acontecendo?

Rico a olhou ponderando sobre a melhor forma de responder aquela pergunta.

— Eu perguntei o que está acontecendo – Laura disse novamente com a voz alterada. Ela estava nervosa, e ele percebera.

— Nosso casamento foi descoberto pela imigração.

A Herdeira [EM PAUSA]Onde histórias criam vida. Descubra agora