Em seus braços

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As mãos de Laura repousavam em seu colo enquanto tentava controlar o nervosismo que insistia em lhe atingir. Se ver casada com Rico Domeni era mais assustador do que parecia realmente. Desde que assinou o documento no cartório, não conseguia pensar em nada com clareza e assim que chegaram em casa, ele pediu para que ela se sentasse no sofá em seu escritório, e ela fizera sem hesitar. Ainda se sentia abalada.

— Assinar um documento não parecia ser tão difícil – Laura se viu falando ao ver Rico beber em um gole a bebida que despejara em seu próprio copo – Meu estomago está embrulhado – Confessou ao olhar para a garrafa de uísque próximo ao corpo dele. Rico permanecia em pé, ao lado da mesa, onde poderia se servir com rapidez.

— Depois será melhor – Prometeu por reflexo ao pegar um copo, despejar o uísque e em seguida oferecer a ela – Se sentirá melhor depois.

Laura pegou o copo com as mãos tremulas e assentiu ao leva-lo aos lábios. O gosto amargo preencheu o seu paladar rapidamente. Ela não entendia como alguém bebia algo tão amargo por espontânea vontade. Olhou para Rico e deu de ombros ao fazer uma careta ao beber mais um gole, e tossir em seguida.

— Ninguém vai descobrir? – Perguntou ao beber mais uma vez se acostumando ao gosto amargo. Ele negou em silêncio ao levar a garrafa até eles, sentando-se ao seu lado.

— Nikolas é excelente em seu trabalho – Afirmou ao se servir mais uma doce de uísque, surpreendendo-se ao vê-la colocar o seu copo em sua direção – Não é como se estivesse vazio – Disse ao olhar para o copo. Ela havia bebido equivalente a um terço, mas deu de ombros ao encher o copo.

Laura continuou a beber, negando os efeitos que o álcool trazia ao seu corpo. Sentia a sua cabeça leve e o corpo da mesma forma. Temia levantar por não sentir mais suas pernas. Olhou para Rico, e o encontrou calmo bebendo.

Ignorou os sinais que seu corpo lhe enviava ao estender o copo para ele mais uma vez, ignorando o olhar que ele lhe lançou.

— Beba com mais calma – A aconselhou ao encher o copo novamente. Rico deu de ombros ao se levantar e pegar uma garrafa de vodka russa. Colocou em seu copo, já vazio, regozijando-se da sensação ao beber a vodka considerada uma das mais fortes. Voltou a sua atenção para Laura perguntando-se o que fazia com ela em seu escritório. Se sentira mau, admitiu, ao olhar para o modo nervosa dela no cartório. Em seus planos para protege-la, casamento não constava, entretanto era a única saída. Sentou-se novamente ao lado dela consciente do aroma doce que ela exalava. – Não gosto do seu cheiro. É muito doce – Bebeu mais um gole da vodka sentindo o olhar dela cravado em si. – Isso a ofendeu? – Olhou para ela surpreso ao ver seu rosto corado – Isso lhe deixou feliz?

Laura engasgou antes de sorrir. Não havia motivos para sorrir, mas ainda assim sentia vontade de fazê-lo.

— Algo a lhe deixou feliz?

—Quem sabe – Laura respondeu ao olhar fixamente para Rico. Entreabriu os lábios ao olhar para o rosto dele, e sem se dar conta acariciava-o. Rico não teve reação ao sentir as mãos quentes de Laura em sua face. – Pareceu sempre tão sério – Revelou ao passar a mão pelos lábios dele – E nunca sorri – Comentou ao aproximar seus corpos ficando a poucos centímetros dele.

Ele sabia que deveria afastá-la dele, mas o pouco de consciência que lhe restava havia sido apagada pela vodka que bebia, mais rápido do que deveria.

— Ragazza, me tocar nunca é algo bom – A advertiu antes de segurar em seu braço e a puxar em direção ao seu colo. Laura sorriu no instante em que ele a segurou pela cintura, e acariciou suas costas. Ele não desviou o olhar que ela lhe dirigia. Com cuidado, aproximou o seu rosto do dela, e sorriu levemente antes de tocar em seu rosto. Acariciou suas bochechas antes de aproximar seus lábios.

A Herdeira [EM PAUSA]Onde histórias criam vida. Descubra agora