O peso das palavras

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Olhei incrédulo para ele, totalmente chocado por suas palavras. Nós já havíamos conversado sobre isso. Desejar um homem é o que te tornava gay, por isso ele não podia dizer um absurdo desse. Liam não era gay e eu muito menos.

– Você está bêbado, nem sabe o que diz. – Desviei o olhar e encontrei Harry e Louis nos estudando com olhares contidos, além dos dois, havia agora mais pessoas na cozinha, dentre elas Sophia que nos olhava curiosa.

– E você está novamente culpando a bebida. – Ele acentuou. – Você pode estar bêbado agora, Niall. Mas não estava em nenhuma das outras vezes que me beijou.

– Cale a boca! – Eu quase gritei, olhando assustado para as pessoas que nos cercavam.

– Liam. – Louis o chamou. – Acho que aqui não é mesmo o melhor lugar para falar sobre isso. – Harry assentiu concordando.

Então antes que eu pudesse pensar em qualquer outra coisa, ele segurou minha mão e saiu me puxando porta afora.

– Mas qual a porra do seu problema? – Eu disse livrando minha mão do seu aperto assim que chegamos à rua.

– No momento, você é o meu problema. – Ele discava alguns números e pelo que pude perceber, pediu um táxi.

– Ótimo, então está tudo resolvido, eu sou o seu problema e você é o meu. Você vai para o seu caminho e eu vou para o meu. Simples assim. Adeus, Liam.

Comecei a andar, mas ele me puxou pelo braço, me fazendo olhar para seu rosto, parando-me perigosamente perto.

– Não haverá nenhum adeus essa noite. – Ele disse firme. – Você veio comigo e irá embora comigo. Ainda passará a noite na minha casa, como disse a sua mãe que faria.

– Pra quê? Pra você continuar falando essas coisas sem sentido?

– Você estava me agarrando como se precisasse disso para viver há dez minutos. O que foi que mudou tanto?

– Você e a sua maldita boca que foderam com tudo dizendo aquilo. Acha mesmo que ninguém ouviu? As pessoas vão comentar! E o que acha que as suas palavras nos tornam? Nós não podemos desejar um ao outro e...

Ele juntou seus lábios aos meus, me calando. Ele não se movia e eu muito menos, ele apenas esmagava seus lábios contra os meus, como se quisesse provar algo para nós dois.

Ele se afastou apenas quando o táxi chegou, me deixando atônito o suficiente para nem protestar pelo fato dele me puxar em direção ao carro. Ele disse o endereço ao motorista e voltou sua atenção a mim, passando a língua sobre os lábios levemente, umedecendo-os. E dessa vez fui eu que o beijei.

Minha mente protestava contra os movimentos de meu corpo. Ela gritava o quanto aquilo era errado e o quanto eu deveria parar de vê-lo, de tocá-lo e de beijá-lo. Me dizia que isso só me traria problemas, primeiro comigo mesmo, depois com a minha família, com as pessoas do colégio e em minha futura carreira na medicina.

Mas os gritos em minha cabeça pareciam não ser o suficiente para parar os movimentos de minha mão que puxavam Liam para mim com força, apertando e arranhando seus músculos enquanto eu o beijava avidamente. Minha racionalidade era fraca perto das batidas aceleradas de meu coração e, principalmente, da enorme ereção que começava a doer dentro de minha calça apertada.

Eu nem vi Liam pagando o taxista e nem me importei com o que ele poderia ter achado sobre nossos beijos nada ortodoxos em sua presença. Eu apenas saltei do carro assim que percebi que havíamos chegado e logo senti a boca de Liam em meu pescoço, junto a seu peito que colou em minhas costas e fez com que seu membro roçasse em minha bunda.

De fato héteros... ou nem tanto - Niam HorayneOnde histórias criam vida. Descubra agora