"Isso não vai ficar assim..."

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Violetta narrando;


Entrei em casa, junto com a Fran, assim que os Vargas foram embora.

— Então, vai começar a explicar o que aconteceu aqui quando eu não estava? —perguntei parando em sua frente e cruzando os braços.

— É uma longa história, mas, para resumir, a Camila deu um tiro na perna da Ludmi e algum idiota chamou a polícia.

— E como nossa irmã está?

— Está bem. Bom, eu acho que está bem. A levaram para o hospital e, como ela estava lúcida e disse que eu poderia ficar para resolver tudo, não fui.

— Mas agora nós vamos vê-la. Pegue seu casaco, vou tirar o carro da garagem.

— Ok, me espera lá fora. —diz ela, já subindo as escadas e indo para seu quarto.

Antes de ir até a garagem, fui para o meu quarto e troquei de roupa rapidamente. Coloquei uma blusa branca e um casaco preto por cima para esconder o meu braço machucado. Peguei um jeans no armário, junto com um salto agulha preto, e fui direto para o carro. Ao abrir a porta do mesmo, senti o cheiro inebriante do Leon invadir meu olfato e uma sensação gostosa percorreu pelo meu corpo.

Não sei porque tinha mudado, mas o meu sentimento de ódio pelo Leon não era mais tão grande assim. Talvez ter me salvo de um estupro fez com que isso mudasse um pouco, mas não completamente. Ele ainda era filho do homem que matou meus pais e saiu impune. Ele, futuramente, seguiria os passos do pai e poderia deixar crianças órfãs, como seu pai deixou eu e minhas irmãs. Esses pensamentos revigoraram a minha raiva e o meu desejo de vingança.

Liguei o carro e fui para a frente de casa esperar a Francesca. Em menos de dois minutos, ela já estava entrando no carro carregando seu notebook nas mãos e uma bolsa nas costas.

— Para qual hospital levaram a Ludmi? —perguntei dando partida no carro.

— Para o hospital do centro.

[...]

Saí do carro junto com a Fran e nós fomos até a recepção.

— Boa noite, você sabe onde a Ludmila De Lavigne está? Ela deu entrada em menos de uma hora nesse hospital com uma bala na perna. —a Francesca se dirigiu a mulher com um sorriso superfalso no rosto, que estava na recepção.

— O que vocês são dela?

— Irmãs! —respondemos em uníssono.

— Ok, um momento. —ela começou a digitar algumas coisas no computador.— A senhorita De Lavigne está em uma cirurgia para retirar a bala nesse instante. Vocês terão que aguardar até o fim da cirurgia. Avisarei ao médico para vir falar com vocês.

— Está bem, obrigada. —a Fran respondeu com um sorriso agradável e nós fomos para a sala de espera.

— O que você está vendo aí? —me aproximei da Fran após alguns minutos, ela não parava de mecher em algo no seu notebook.

Ela ergueu o olhar e procurou alguém que estivesse nos observando. Também fiz isso disfarçadamente e vi que ninguém nos olhava.

— Alguma câmera nós filmando? —ela perguntou baixo, de forma que apenas eu poderia ouvi-la.

Olhei para todas as câmeras presentes naquela sala, mas nenhuma estava apontada para nós.

— Nenhuma.

— Ok... —ela me deu um de seus fones.— Consegui entrar mais uma vez no computador dos Vargas e estou ouvindo mais uma de suas conversas.

— Só isso? —a voz do Diego soou frustrada.

Dangerous LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora