O beijo

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Entrei no banheiro, tranquei a porta e me apoiei na pia. Aquilo não estava nos meus planos. Eu pensei que seria fácil descobrir o que ele está armando junto com o pai. Mas, pelo que estou vendo, vai ser bem difícil.

- Violetta, calma. Vai dar tudo certo. -sussurrei olhando para o meu reflexo no espelho.

Olhei atentamente para o meu rosto e comecei a tocá-lo aos poucos. O Leon havia tirado a minha maquiagem, afinal eu sempre saio maquiada e agora estou com essa cara de múmia.

Que gentil da parte dele. -pensei com um sorriso brotando no canto da boca.

De repente uma luz apareceu no meio das minhas roupas. Meu celular! O peguei, abri as mensagens e vi três da Fran.

"Viluzinha, por favor, me fala que conseguiu alguma coisa." às 23:15.

"Aconteceu alguma coisa? Por que não está me respondendo? Me responde logo que eu já estou ficando preocupada." às 01:20.

"VIOLETTA CASTILLO!!!" recebido agora mesmo.

Digitei uma mensagem rapidamente:
"Calma Francesca! Não tive tempo para responder antes. Infelizmente não vai ser tão fácil conseguir informações com o Leon. Aconteceram coisas que não estavam nos nosso planos (mas está tudo sob controle) e eu terei que passar o dia com o Vargas.
Por favor, não me mande mensagens. Quando eu chegar em casa contarei sobre tudo."

Desliguei o celular para não receber mais nenhuma mensagem da Fran, tirei a camisa que o Leon havia colocado em mim e senti o cheiro que a mesma exalava. Era uma mistura do perfume dele com o meu. Fiquei inebriada com aquele perfume e cheirei a camisa dele por um bom tempo, até cair em mim e entrar debaixo do chuveiro.

Tomei um banho, fiz minhas higienes pessoais e vesti minha roupa. Me olhei no espelho e estava com uma cara péssima.

Quem manda se empolgar demais e beber sabendo que é fraca pra isso? -meu subconsciente fala amargamente.

Saio do banheiro de cabeça baixa e com o cabelo solto para tentar esconder um pouco a minha aparência. Ele não podia me ver nesse estado.

- Finalmente! -diz o Leon jogando o celular para o lado da cama e vindo em minha direção.- Eu não sei do que você gosta de comer, então pedi de tudo. -diz apontando para o carrinho cheio de comida.

- Não precisava. -ajeito o cabelo de uma forma meio bagunçada na frente do meu rosto.

- Claro que precisava, agora vá comer. -fala com um tom bem autoritário.- Vou tomar um banho rápido.

- Ai, que mandão! -exclamo indo até o carrinho e pegando uma torrada.

Ele sorri, um sorriso leve como sorriso de uma criança e entra no banheiro. Por que ele tem que ser tão cavalheiro?

Comecei a comer, mas vi a tela do celular dele acender em cima da cama e a curiosidade falou mais alto. Corri na ponta dos pés até a cama e peguei o celular dele.

Que idiota!! O celular dele não tinha senha. Vi nas notificações que ele tinha recebido uma mensagem do Pablo, e tinha algumas da Camila e do Diego. Apertei na mensagem do Pablo, mas tinha senha.

Claro que ele iria colocar senha nos aplicativos. Sou mesmo muito burra!

Bloqueei o celular dele e voltei a comer. Em menos de cinco minutos, o Leon saí do banheiro. Eu termino de beber meu suco e limpo a boca.

- Você já comeu? -perguntei. Ele fala um sim rapidamente e pega seu celular.

Levantei um pouco a cabeça para tentar ver sua senha, mas ele era muito alto e estava muito longe de mim. Era impossível ver. Me aproximei dele silenciosamente, tomei o celular da mão dele e saí correndo feito uma criança que acaba de fazer alguma coisa errada.

- Devolve meu celular Violetta! -ele vem atrás de mim, mas não corre, apenas anda com calma.

- Vem pegar! -digo sorrindo e vou pra cima da cama.

- Eu não vou fazer isso... -diz balançando a cabeça negativamente.

- Ótimo, assim eu vejo o que você fala para as mulheres. Então nem caio nos seus truques.

Tento abrir a conversa dele com o Pablo, mas, no mesmo instante, o Leon me derrubou, pegou o celular e ficou em cima de mim com seu peso apoiado nos braços.

Nós ríamos como dois colegiais que ainda não tem problemas na vida. Até que a risada foi parando e ele começou a me olhar de um jeito diferente.

Nossos rostos estavam centímetros um do outro, seus olhos estavam em um verde ardente e a minha respiração já estava ficando falha. De repente, todos os meus sentidos me diziam para beijá-lo, beijar até ficar totalmente sem ar.

- S-sabe aquilo que me pediu mais cedo? -manti meus olhos fixos no dele.- Se ainda quiser, agora pode.

- Do que você está falando? -sua voz estava rouca. Ele queria aquilo, assim como eu também queria.

- Me beija. -sussurrei. Seus olhos desceram até meus lábios e eu fiz o mesmo. Vi sua boca ficar entreaberta e ele respirar fundo, antes de voltar a olhar em meus olhos e finalmente me beijar.

Seus lábios, quentes e macios, encostaram suavemente nos meus, me dando apenas um selinho. Enlacei meus braços no pescoço dele e passei a unha devagar no mesmo, apenas para provocar. Então ele começou a me beijar intensamente e eu deixei. Eu precisava do seu beijo, precisava do seu toque e todas aquelas sensações boas que se tem quando está a dois.

Nossas línguas começaram uma dança ritmada e sensual, enquanto sua mão puxava minha cintura cada vez mais contra seu corpo. Era impossível não querer ir além.

Quando o ar se fez realmente necessário, eu afastei nossos lábios. Abri meus olhos e encontrei seus olhos brilhando, um brilho diferente do que eu tinha visto antes. Tão encantador...

- Onde você gostaria de ir? -perguntou com uma voz suave.

- Qualquer lugar. -respondi no mesmo tom que ele.- Me surpreenda...

Um sorriso nasceu em seus lábios e automaticamente apareceu nos meus também. Era incrível o efeito que ele estava tendo sobre mim. E eu não queria perder isso nem tão cedo.

Dangerous LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora