"O que você está fazendo comigo?"

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— No que está pensando? —pergunta ele.

— Eu conheço uma pessoa que pode nos ajudar a conseguir uma trégua com os Mexicanos.

— Quem é essa pessoa?

— Minha irmã, a Ludmila.

— Sua irmã? —ele olha pra mim incrédulo.— Como ela conseguiria uma trégua com os Mexicanos?

— Ela namorou o Marco, líder da máfia Mexicana, por três anos. Eles só terminaram porque a Ludmi descobriu que ele engravidou outra mulher. Eu não sei muito bem como isso aconteceu, ela não quis contar nem pra mim, nem para a Francesca. —eu não deveria ter contado esse fato da vida da Ludmi, mas preciso parecer confiável, então falei.— Mas o Marco não aceitou o fim do namoro dos dois e até hoje ele inferniza ela mandando flores, dizendo que quer voltar. Só que ela não dá mais bola para ele. —fiz uma breve pausa para organizar as ideias.— O que eu quero dizer é que, a Ludmi tem o coração do Marco na palma da mão e nós poderíamos tirar certo proveito disso.

— Não acho que isso vá dá certo. Como você mesma disse, sua irmã não quer mais nada com o Marco. E sem falar que a minha irmã quase a matou.

— Eu posso convencê-la. Apenas confie em mim, certo?

Ele parou para pensar um pouco. Porém a verdade é que ele não tinha para onde correr, ou aceitava minha proposta, ou iria sofrer na mão dos mexicanos.

— Eu confio em você. —seus braços enrolaram em minha cintura e ele me puxou para um abraço.

O Leon estava impotente, fraco e totalmente perdido. Ele iria comandar uma máfia dentro de algum tempo, e isso estava o deixando desnorteado. Coloquei meus braços ao redor de seu pescoço e comecei a consolá-lo.

— Vai dar tudo certo. —sussurrei.

Esperamos, cerca de dez a quinze minutos, o irmão do James chegar. Depois disso, entramos no carro e seguimos até o nosso destino. Durante todo o caminho, nós ficamos em silêncio, até chegar no bar, onde estacionou o carro ao lado do meu.

— Eu ainda acho tudo isso muito arriscado. —resmungou.

— Não tenha medo, tudo dará certo —falei acariciando seu rosto.

— Por que você está me ajudando tanto? —perguntou segurando a minha mão que acariciava sua bochecha.

Confesso que fui pega de surpresa por aquela pergunta, mas não demonstrei isso. Continuei confiante e abri um sorriso mínimo no rosto.

— Ninguém nunca me tratou tão bem como você me tratou por esse mínimo tempo que nos conhecemos. Só estou retribuindo o bem que me fez.

— Que tal retribuir esse bem de outra forma? —diz com um sorriso malicioso no rosto e começou uma sequência de beijos, primeiro em minha mão e depois foi subindo por meu braço.

— Vamos com calma. —falei parando um pouco a risada, e puxando meu braço educadamente.

— Tudo bem, isso resolvemos depois. —ele piscou para mim e eu voltei a sorrir.— Vamos voltar ao que interessa. O que irá fazer?

— Agora, vou pegar meu carro e irei para casa. Assim que chegar lá, conversarei com a Ludmila e a noite eu te ligo para contar se ela topa nos ajudar com isso.

— E o que eu direi para o meu pai e todos os outros?

— Diga que está resolvendo a situação, mas não entre em detalhes. —ele suspirou e concordou com o plano.— A noite eu te ligo e aí nós vemos o que fazer.

Fui dar um beijo de despedida em sua bochecha, só que o Leon foi mais rápido que eu: ele virou o rosto e selou nossos lábios. Tentei recuar, mas ele estava segurando meu pescoço com uma mão. Então me rendi e retribui o beijo.

— Por que você é tão atrevido? —perguntei quando separamos nossos rostos por um pequeno espaço, apenas para recuperar o fôlego.

— E por que você é tão atraente? —encostei minha testa na dele e sorri. Naquele momento eu tentei bloquear todo e qualquer sentimento por ele, mas estava praticamente impossível. Tê-lo ali, tão perto e vulnerável tornou a situação diferente.

— Tchau. —falei enquanto saia do carro.

Enquanto eu ia para o meu carro, ele me observava como um gavião olha para a sua presa e isso me causou um frio na barriga. Peguei a chave do meu bolso meio sem jeito, abri logo a porta do carro e entrei no mesmo.

Respirei fundo algumas vezes, tentando acalmar minha respiração. Por que eu estava nervosa e ofegante? Não faz sentido! Passei a mão no rosto e coloquei o cabelo atrás da orelha. Calma Violetta, mantenha a calma...

Coloquei a chave na ignição e saí dali o mais rápido que pude. Enquanto dirigia rumo a minha casa, minha mente repassava todos os momentos que eu tive com o Leon apenas nessa manhã.

O quanto ele é incrivelmente sexy quando está com uma calça moletom e o rosto de quem acabou de acordar; o quão bom é sentir seu cheiro, sentir seu corpo colado ao meu, e sentir seus lábios nos meus.

Balancei a cabeça tentando jogar fora todos aqueles pensamentos. Eu não posso sentir nada por ele, não posso! Eu preciso odiá-lo, preciso matá-lo! E se apaixonar pelo inimigo não é a melhor opção no momento.

Bati com força no volante do carro, eu não deveria estar tão dividida e confusa quanto aos meus sentimentos por aquele homem.

— O que você está fazendo comigo Leonard? —sussurrei irritada enquanto a imagem de seu sorriso malicioso passava novamente pela minha mente.

Dangerous LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora