Já pela manhã, a Ludmila teve alta e nós voltamos para casa. Durante o caminho, ficamos totalmente caladas, o único som do ambiente eram as músicas que tocavam ao fundo.
— Meninas, novidades! —a Francesca anunciou quebrando o silêncio monótono que pairava sobre nós.
— Fiquei curiosa, conta logo... —diz a Ludmila em seu típico jeito curioso.
— Hoje de madrugada, enquanto nós estávamos lá no hospital, o Leonard teve uma conversa misteriosa com o Pablo.
— Por que "misteriosa"? —perguntei.— Você não estava vigiando eles?
— E eu estava, só que o seu querido Leonard fez o favor de desligar o computador. Com o computador desligado, não posso me conectar a ele e não posso escutar conversa alguma. —ela se explicou rapidamente, mas logo em seguida ela respirou fundo e olhou para mim um pouco apreensiva.
— Por que está me olhando desse jeito? —desviei o olhar da estrada rapidamente para olhar em seus olhos, mas voltei a observar o caminho rapidamente. Como era eu quem estava dirigindo, não podia vacilar.
— Pelo tom que o Pablo usou com o Leonard, certamente era algo extremamente importante. E, para não ficarmos sem saber do que está acontecendo por lá, você vai ter que dar um jeito de se aproximar o mais rápido possível do Leonard.
— Sem chance disso acontecer agora. Você viu como ele me tratou ontem! Ele deve estar com um pé atrás em relação a mim. —falo rapidamente.
— Ah, sobre isso, sem problemas... Eles acham que alguém nos contratou para matar eles. Então você terá que fazer o Leonard pensar que isso não é verdade.
Respiro fundo e solto levemente. Eu tinha que fazer aquilo, infelizmente.
— Ok, e como você quer que eu me reaproxime dele?
[...]
Três dias depois, lá estava eu, colocando o plano que a Francesca tinha bolado em prática. Quer dizer, tentando colocar em prática. Não sei se entrar no bar e ficar bebendo sozinha vai atrair a atenção do Leon, mas vou tentar.
Respirei fundo mais uma vez antes de sair do carro. Logo que entrei no bar, vi o Leon junto com o Diego e algumas mulheres em um canto. Ignorei eles completamente e fui pegar uma bebida.
— Olha só quem está por aqui... —uma voz bem familiar surgiu por trás de mim.— Violetta De Lavigne.
Me virei e sorri ao ver o doutor Juan Hernández, o que tinha cuidado da Ludmi há alguns dias.
— Doutor Hernández! —exclamei sorrindo e o abracei.
— Me chame apenas de Juan. —falou em meu ouvido e depois nos afastamos.— O que te trouxe aqui?
— Ah, queria esquecer um pouco os problemas...
— Então você veio ao lugar certo! —diz sorrindo e pedindo duas bebidas.
Começamos a conversar animadamente e, as vezes, via o Leon me observar. Eu tentava o máximo disfarçar, mas ver ele cercado por mulheres me deixava bem desconfortável.
— O conhece? —o Juan perguntou olhando para o Leon.
— O quê? —fui pega de surpresa pela pergunta e acho que ele percebeu isso. Dei mais um suspiro.— Sim... Eu o conheço.
— A quanto tempo? —ele me lançou um olhar preocupado e eu estranhei. Ele deve saber de alguma coisa.
— Uma semana.
Ele percorreu os olhos pelo lugar e observou o Leon rapidamente. Depois respirou fundo e começou a falar baixo.
— Olha, eu não quero me meter na sua vida nem nada. Mas eu preciso te avisar. Pelo pouco que eu te conheço, consigo ver que você é uma pessoa do bem e se envolver com o Leonard não iria te fazer bem algum. —sorri internamente.
As aparências enganam, querido.
— O que você quer dizer com isso?
— E-eu não posso falar. —diz ele e eu consigo ver medo em seu olhar.
— Agradeço pela preocupação, mas não precisa se preocupar. Eu sei onde estou me metendo.
— Você sabe? —ele perguntou surpreso, eu apenas manti a calma e afirmei balançando a cabeça de leve.
— Sim, eu sei. E sei também que você trabalha para ele, certo? —na verdade eu não sabia, apenas deduzi e estava certa. Ele deu um sorriso fraco e eu retribui.
— Quer dizer que você, com esse rostinho angelical, prefere os vilões? —perguntou de repente me fazendo rir um pouco alto.
Ficamos conversando animadamente durante horas, até que eu senti que estava ficando um pouco alegrinha demais, por causa da bebida que o Juan não parava de pedir, e isso poderia acabar mal.
— Foi um prazer te conhecer melhor Juan, mas eu preciso ir. —dei um beijo em seu rosto e me levantei, mas ele me segurou pelo braço com um pouco de força.
— Pensei que tivesse vindo para esquecer os problemas, por que não fica mais um pouco?
— Eu tenho um compromisso amanhã e preciso ir.
— Fica mais um pouco, tenho certeza que não vai se arrepender. —ele me puxou, colando nossos corpos, e tentou me beijar, mas eu virei o rosto.
— É sério, eu preciso ir. —o empurrei de leve, mas ele não me soltou.— Você já está bêbado, eu também já estou. Isso não vai dar certo.
— Vai sim, sou muito melhor bêbado do que... —ele parou de falar de repente e me largou aos poucos. Achei aquela atitude bem estranha.— Tem razão, não daria certo.
Ele levantou da cadeira e foi em direção ao banheiro. Fiquei sem entender nada, até que me virei e dei de cara com o Leon. Tomei um susto no ato e dei um passo para trás colocando a mão na boca para não gritar.
— Que susto! —coloquei a mão no peito e comecei a rir.
— Quer que eu te leve para casa? —perguntou com a expressão séria.
— Oi pra você também! —falei ironicamente e continuei rindo. É, eu já estava bêbada.
Ele revirou os olhos bruscamente e segurou minha mão.
— Venha, vou te levar para casa.
Eu comecei a rir feito uma maluca. Enquanto ele me arrastava pra fora do bar, olhei para onde o irmão dele, o Diego, estava. Ele nos observava com um sorriso cínico no rosto.
Acenei para ele, jesto que o mesmo retribuiu dando uma piscadinha. Saí do bar arrastada pelo Leon e paramos em frente a seu carro.
— Calma! Você não vai me sequestrar! —mordi a mão dele feito uma criança e saí correndo e rindo alto enquanto ele gemia de dor.
— Eu não vou te sequestrar. —em poucas passadas, ele me alcançou, me agarrou por trás e segurou meus braços.— Só vou te levar para sua casa! Você não tem condições de dirigir assim.
— Tá, tudo bem. —ele me soltou e começou a me olhar sério. Não consegui me manter séria e desatei a rir de novo.
— Do que está rindo? —ele cruzou os braços e continuou me olhando sério.
— Não sei. —continuei rindo e ele manteve o olhar sério.— Esse seu olhar sério é incrivelmente sexy! Pare de me olhar assim.
Um sorriso lindo brotou em seus lábios e ele desviou o olhar, enquanto eu acalmava um pouco a minha crise de risos.
— Vem, vou te levar para casa. —ele abriu a porta do carro e me ajudou a entrar.
— Eu não quero ir para casa. —falei quando ele entrou no carro e ligou o mesmo.— Minhas irmãs odeiam cuidar de mim bêbada e eu odeio ouvir os sermões depois. —menti.
— E para onde você quer ir?
— Qualquer lugar, menos minha casa. Por favor. —segurei em seu braço como uma criança e fiz beicinho. Ele me olhou por um momento e depois sorriu.
— Tudo bem, não vou te levar para casa.
Bati palmas e me endireitei no banco do carro.
— E nem tente me sequestrar! —exclamei antes de dormir com a cabeça encostada na janela do carro.
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Dangerous Love
RomansaVioletta Castillo é uma assassina de aluguel, como suas irmãs Ludmila e Francesca Castillo. Elas estão nessa vida desde muito jovens, com apenas um plano em mente: entrar na vida dos Vargas e destruir tudo e todos. Mas isso não será uma tarefa fácil...